(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Projeto de Israel será usado no combate à seca em Minas Gerais

Enfrentando crise hídrica sem precedentes, estado importa do país do Oriente Médio tecnologia para dessalinizar água. Experiência foi anunciada em conferência sobre o futuro da Grande BH


postado em 22/11/2017 06:00 / atualizado em 22/11/2017 07:26

Participantes da 6ª Conferência da Região Metropolitana de BH debatem não só abastecimento, mas questões como mobilidade e habitação(foto: Beto Novaes/EM/DA Press)
Participantes da 6ª Conferência da Região Metropolitana de BH debatem não só abastecimento, mas questões como mobilidade e habitação (foto: Beto Novaes/EM/DA Press)

Tecnologia de Israel para socorrer 85 municípios dos vales do Jequitinhonha e Mucuri. Em um quadro de crise hídrica de proporções inéditas, o secretário de estado de Cidades e Integração Regional, Carlos Murta, informou ontem que está em andamento um programa de dessalinização de poços artesianos para enfrentar a questão e atender ao consumo humano no semiárido de Minas. “A água nessas áreas não é simplesmente salobra, mas salgada. O estudos estão sendo feitos com apoio do Ministério do Meio Ambiente, dentro do Programa Água Doce”, informou Murta, que participou, na tarde de ontem, da abertura da 6ª Conferência da Região Metropolitana de Belo Horizonte, no auditório da Escola de Engenharia da Universidade Federal de Minas Gerais.

Na avaliação do secretário, a crise hídrica é um dos mais graves problemas enfrentados pela população da região do semiárido, daí a necessidade de investimento da ordem de R$ 15 milhões, com uso de tecnologia do país do Oriente Médio e emprego de equipamento para atendimento às comunidades, em parceria entre os governos federal e estadual. “Estamos fazendo os diagnósticos. O programa foi retomado pelo governo de Minas em 2014 e os resultados, na prática, estão previstos para meados do ano que vem. As comunidades contempladas ficam nas zonas rurais dos municípios”, afirmou.

Na Grande BH, os problemas de escassez hídrica também são um drama, tanto que, em setembro, a direção da Copasa surpreendeu ao considerar a crise da falta de água a pior dos últimos 100 anos ou da história da capital, que completará 120 anos no dia 12. A captação no Rio Paraopeba, inaugurada no fim de 2015 e anunciada então como a solução para os problemas da região por 20 anos, chegou a ser suspensa devido ao baixo volume no curso d’água.

Segundo a estatal, com as chuvas dos últimos dias o volume de água armazenado nos reservatórios do Sistema Paraopeba (Rio Manso, Serra Azul e Vargem das Flores) aumentou 960 mil metros cúbicos. Já a vazão do Rio das Velhas, que estava com 11,1 metros cúbicos no sábado, apresentou até a manhã de ontem vazão de 100,8 metros cúbicos por segundo. Os técnicos explicam que a Grande BH é abastecida pelo sistema integrado metropolitano de Belo Horizonte, que tem flexibilidade operacional – ou seja, por serem interligados, possibilitam a transferência de água tratada entre os sistemas produtores dos rios Paraopeba e das Velhas.

MOBILIDADE Coordenada pela Agência de Desenvolvimento da RMBH e realizada de dois em anos, a conferência, que termina hoje, vai discutir aspectos importantes para 34 municípios, onde vivem 5,2 milhões de habitantes, dos quais 2,5 milhões na capital. Estão presentes prefeitos ou representantes das administrações municipais e do governo de Minas, integrantes do Colegiado Metropolitano (membros da sociedade civil), especialistas em questões urbanas e professores universitários. “Formamos uma grande cidade, com problemas comuns, embora com jurisdições e outros aspectos diferentes”, disse a diretora-geral da agência, Flávia Mourão. Além da questão dos recursos hídricos, estão em pauta mobilidade, com destaque para o Plano de Mobilidade Metropolitana, em elaboração; organização territorial; habitação de interesse social; agricultura familiar; e meio ambiente. “Soluções apresentadas poderão virar políticas públicas”, adiantou a diretora-geral.

O prefeito de Ibirité, William Parreira, ressaltou que um dos maiores obstáculos à empregabilidade na cidade está no transporte. “Somos uma cidade-dormitório de 190 mil habitantes, no limite com Contagem, Betim e BH, então grande parte dos moradores se descoloca de ônibus para as cidades vizinhas. O problema é que só temos uma linha de ônibus e não dispomos do sistema rápido de transporte, como o Move. Para se ter uma ideia, entre Ibirité e Betim são 20 minutos, mas a pessoa gasta uma hora e meia, pois tem que ir a BH ou Contagem para fazer a baldeação. Sem falar no preço da passagem, o que encarece o vale-transporte para o empregador”, disse o prefeito.

 

Programa Água Doce

 

É uma ação do Governo Federal coordenada pelo Ministério do Meio Ambiente, por meio da Secretaria de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano, em parceria com instituições federais, estaduais, municipais e sociedade civil. O objetivo é estabelecer uma política pública permanente de acesso à água de boa qualidade para consumo humano, promovendo e disciplinando a implantação, a recuperação e a gestão de sistemas de dessalinização ambiental. Entre as metas estão atender prioritariamente as populações de baixa renda em comunidades difusas do semiárido. O PAD atende a cerca de 100 mil pessoas em 154 localidades do Nordeste do país e vem ampliando ações para garantir acesso à água nas comunidades difusas do semiárido.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)