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Estado de Minas

Praça no Bairro Cidade Nova homenageia o escritor mineiro João Guimarães Rosa

Espaço foi revitalizado e recebeu uma estátua do ilustre mineiro de Cordisburgo, que morreu há exatos 50 anos


19/11/2017 10:49 - atualizado 20/11/2017 07:55

Estátua foi feita pelo escultor Tazico, de Cordiburgo, e representa o escritor fardado como capitão-médico, conforme atuou durante a Revolução Constitucionalista em 1932
Estátua foi feita pelo escultor Tazico, de Cordiburgo, e representa o escritor fardado como capitão-médico, conforme atuou durante a Revolução Constitucionalista em 1932 (foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press)
Emoção, literatura e lazer ao ar livre. No domingo em que foram lembrados os 50 anos da morte – ou de “encantamento” – do mineiro João Guimarães Rosa (1908-1967), a capital ganhou a primeira estátua do país em homenagem ao autor de Grande Sertão: Veredas, e a revitalização de uma praça batizada há décadas com o nome dele no Bairro Cidade Nova, na Região Nordeste de Belo Horizonte. “Guardarei este dia para sempre no coração. O sentimento será eterno. Meu pai foi um mineiro levado pelo idealismo, que trabalhou também como médico, diplomata e serviu a pátria com entusiasmo. Morreu no Dia da Bandeira, aos 59 anos”, disse a escritora Vilma Guimarães Rosa Reeves, nascida em Itaguara, na Região Metropolitana de BH, e residente no Rio de Janeiro, de onde veio especialmente para a cerimônia.

De mãos dadas com o marido, Peter Reeves, Vilma conteve as lágrimas para fazer um comentário carinhoso sobre o tempo em BH, que amanheceu com chuva forte, e na hora da solenidade (das 9h30 às 11h) deu uma trégua. “Deus nos brindou, certamente secando as lágrimas de emoção que o meu pai deve ter vertido por esta homenagem.”

A revitalização do espaço, a cargo da Prefeitura de Belo Horizonte via Diretoria de Infraestrutura Urbana da Coordenadoria de Atendimento Regional Nordeste, durou 45 dias. De acordo com os técnicos, estava prevista no cronograma de obras e se refere a uma compensação ambiental celebrada com a administração municipal. Já a cerimônia de inauguração, com momento cívico e entrega do troféu Capitão-médico João Guimarães Rosa, ficou sob a coordenação da Academia de Letras da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), com apoio do Clube dos Oficiais.

Um dos agraciados foi o prefeito Alexandre Kalil, para quem a inauguração de uma estátua de Guimarães Rosa chega com décadas de atraso. “Dois dos maiores homens deste país, Juscelino Kubitschek e Guimarães Rosa, foram médicos e usaram farda. No caso do escritor, foi um diplomata brilhante, poliglota e policial.” Em cimento e ferro, a estátua do autor Sagarana, Corpo de Baile e Primeiras Estórias saiu das mãos do escultor Stamar de Azevedo Júnior, mais conhecido como Tazico, de Cordiburgo. A peça mostra Rosa fardado, como capitão-médico, pois em 1932, durante a Revolução Constitucionalista, serviu como médico voluntário da Força Pública e, posteriormente, atuou como oficial médico no 9º Batalhão de Infantaria em Barbacena.

Vilma Guimarães Rosa gostou do que viu: “Está linda!” E fez questão de posar para fotos segurando a mão do “pai”, que carrega um livro. O trabalho foi custeado pela Academia de Letras da PMMG em parceria com o empresário Alberto Ramos.

Filha do homenageado, a também escritora Vilma Guimarães Rosa Reeves, ao lado do marido Peter Reeves, recebeu o Troféu Capitão-Médico João Guimarães Rosa
Filha do homenageado, a também escritora Vilma Guimarães Rosa Reeves, ao lado do marido Peter Reeves, recebeu o Troféu Capitão-Médico João Guimarães Rosa (foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press)


PIONEIRA Satisfeito, o presidente da Academia de Letras João Guimarães Rosa/PMMG, coronel Klinger Sobreira de Almeida, destacou a estátua como “a primeira do Brasil” em homenagem ao escritor. “Ele é mais homenageado na Alemanha do que aqui em Belo Horizonte, onde estudou no Colégio Arnaldo e se formou em medicina na Universidade de Minas Gerais. Em Cordisburgo, terra natal, é sempre reverenciado. E temos que agradecer muito o apoio da Academia Cordisburguense de Letras”, afirmou Klinger, lembrando, bem ao estilo do escritor e mestre das palavras, “que ele não morreu, mas ficou encantado”. O comandante-geral da PMMG, coronel Helbert Figueiró de Lourdes, também lembrou do orgulho, para a corporação, de Rosa ter sido um oficial.


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