Éverton ficou traumatizado com o incêndio. “Ele nem quer encostar mais do fogão e disse quer não quer ir mais para a escolinha, com medo do fogo”, conta. Ela mesma confessa que, amedrontada, não pretende mais se afastar do filho e deixá-lo em outra creche. Por essa razão, já deixou o serviço na casa de uma família, perdendo a renda de R$ 450.
Para agravar a situação, o companheiro dela, Erivelton Assunção Santos, de 28, entregador, quebrou a perna há cinco meses e, desde então, não teve mais como trabalhar. Casal e filhos agora dependem dos R$ 219 do cartão do Bolsa Família, com os quais precisa tocar a vida num barracão de dois cômodos, em um lote onde há mais duas moradias, no Bairro Rio Novo.
'Meu filho chora querendo leite'
A menina Maísa Barbosa dos Santos, de 6 anos, foi a primeira das vítimas encaminhadas para o Hospital João XXIII, em Belo Horizonte, a se recuperar e voltar para casa, em Janaúba. A mãe, Joana Darc Oliveira dos Santos, de 24, viveu um momento de felicidade, se esquecendo um pouco da dura rotina na casa onde cuida de mais dois filhos.

A família mora no Bairro dos Barbosa, onde seis pessoas se apertam em um barraco de três cômodos, coberto de telha amianto, material que aumenta ainda mais o desconforto com o calor. “Quando chove, molha tudo aqui dentro. O que a gente mais precisa é de casa”, afirma Domingos Assunção Santos, de 52 anos, pai de Joana Darc, um dos moradores do barracão apertado.
Domingos disse que faz “bicos” e tenta ajudar a filha e os netos. Porém, está difícil encontrar serviço e a carência é uma realidade que ele não tenta esconder. “Vou falar claramente: aqui, a gente compra mantimentos de quilo em quilo, pois não temos dinheiro. Carne é coisa rara. É mais na base do arroz com feijão, mesmo”, resumiu.
Interessados em ajudar Joana e sua família devem entrar em contato pelo telefone (31) 3263-5123.
