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Estado de Minas

Pessoas com Síndrome de Down terão capacitação técnica em curso gratuito na Grande BH

Iniciativa inédita no país, no modelo Pronatec, curso teve aula inaugural em Pedro Leopoldo. Parceria do governo estadual e administração municipal concretizou projeto


postado em 21/09/2017 20:08 / atualizado em 21/09/2017 22:39

Aula inaugural contou com presença de familiares dos alunos e autoridades municipais(foto: Prefeitura Pedro Leopoldo/Divulgação)
Aula inaugural contou com presença de familiares dos alunos e autoridades municipais (foto: Prefeitura Pedro Leopoldo/Divulgação)

Uma iniciativa importante de inclusão de pessoas com Síndrome de Down teve início em Pedro Leopoldo, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Começaram, na tarde desta quinta-feira, as aulas do curso “recepcionista de eventos” do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) Especial, destinado a pessoas com a deficiência intelectual. São 25 alunos com SD inscritos, que durante três meses receberão capacitação na área, visando ao ingresso no mercado de trabalho.

A aula inaugural, na Escola Municipal José Elias da Costa, contou com participação de familiares dos estudantes, além das autoridades municipais, entre as quais o prefeito de Pedro Leopoldo Cristiano Marião e seu vice Salim Salema. A capacitação é oferecida pelo governo estadual, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sedectes), em parceria com a administração municipal, por meio das Secretarias de Desenvolvimento Social e de Educação. O curso é o primeiro do Brasil no modelo Pronatec voltado para pessoas com a síndrome.

O prefeito Cristiano Marião falou da importância das parcerias para concretizar o projeto. "Somos gratos pelo fato de a Sedectes ter trazido este curso para Pedro Leopoldo. E é uma alegria muito grande sermos o primeiro município do Brasil a ter o Pronatec Especial. Este curso é muito importante, na medida em que valoriza as capacidades extraordinárias daqueles que nos ensinam diariamente que todos podemos alcançar nossos objetivos", ressaltou.

A secretária de Desenvolvimento Social, Fátima Brasil, salientou que a perspectiva é de que os benefícios do curso sobrepujem o viés da capacitação profissional. "O curso representa um grande avanço para a inclusão social e produtiva, para a autoestima dos alunos e para dar visibilidade aos potenciais humanos”, pontuou. A administração municipal já está agora trabalhando na consolidação de parcerias para a absorção dos alunos depois de concluído o curso.

Os pais dos estudantes contemplados com a oportunidade comemoraram a possibilidade de um futuro de seus filhos marcado pela autonomia e o trabalho. "Todas as pessoas são capazes de fazer tudo desde que elas sejam orientadas. E vontade, querer, não falta às pessoas com Síndrome de Down. É isso que eu vejo na pessoa do meu filho, que é muito entusiasmado e sonhador", afirma o corretor de imóveis José Ilhotar Borges, pai de um dos alunos.

"É uma oportunidade não só para a minha filha, mas para todas as outras crianças, porque elas são muito receptivas. Acho que o curso se encaixa perfeitamente para eles, devido ao carisma que eles têm para receber as pessoas e para conversar. Apesar, muitas vezes, da dificuldade de falar, só o sorriso deles é uma bela recepção", completou emocionada Fátima Maria Lana Diniz, mãe de uma estudante.

São cerca de 270 mil pessoas no país com Síndrome de Down

Dados do Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que no Brasil há 45 milhões de Pessoas com Deficiência (PCDs). Esse número representa quase 24% da população brasileira, composta por pessoas que têm algum tipo de deficiência e que, igual a todos os cidadãos, devem ter seus direitos respeitados, entre esses, a inclusão escolar. E números do Ministério da Saúde, de acordo com o Censo 2010 do IBGE, apontam que são cerca de 270 mil pessoas com SD.

O erro mais frequente, de acordo com o geneticista Juan Llerena Junior, chefe da Divisão de Genética Médica do Instituto Fernandes Figueira (IFF), unidade da Fiocruz, é achar que a síndrome é doença. Ele destaca que o fato de uma pessoa nascer com um cromossomo 21 a mais não a torna doente. A alteração, segundo o geneticista, a faz nascer com excesso de material genético em todas as células do corpo, o que significa 329 genes a mais por célula. Esse excesso de material acaba conferindo algumas características peculiares a quem tem a síndrome, como o déficit intelectual.

A Síndrome de Down é causada pela presença de três cromossomos 21 em todas ou na maior parte das células de um indivíduo. Isso ocorre na hora da concepção de uma criança. As pessoas com Síndrome de Down, ou trissomia do cromossomo 21, têm 47 cromossomos em suas células em vez de 46, como a maior parte da população.

De acordo com estudiosos da área, como as pesquisadoras Fátima Alves, Maria Antonieta Voivodic, Maria Tereza Mantoan, pessoas com Síndrome de Down têm muito mais em comum com o resto da população do que diferenças. O mais importante para pai ou mãe de uma pessoa com SD, é descobrir que seu filho pode alcançar um bom desenvolvimento de suas capacidades pessoais e avançará com crescentes níveis de realização e autonomia. Ele é capaz de sentir, amar, aprender, se divertir e trabalhar. Poderá ler e escrever, deve ir à escola como qualquer outra criança e levar uma vida autônoma. Em resumo, ele poderá ocupar um lugar próprio e digno na sociedade.


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