(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Descarrilamento de trem em BH é o terceiro deste ano

Acidente chama a atenção para casos semelhantes ocorridos em área urbana. A composição transportava para o porto de Vitória 90 vagões com 65 toneladas de soja cada um


postado em 06/06/2017 06:00 / atualizado em 06/06/2017 07:48

Ver galeria . 9 Fotos Acidente ocorreu na noite de domingo. Carga de soja se espalhou pelos trilhos, mas não prejudicou circulação do metrôPaulo Filgueiras/EM/DA Press
Acidente ocorreu na noite de domingo. Carga de soja se espalhou pelos trilhos, mas não prejudicou circulação do metrô (foto: Paulo Filgueiras/EM/DA Press )
O tombamento de vagões carregados de soja num trecho da linha férrea no Bairro Floresta, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, chamou a atenção para acidentes operacionais em áreas urbanas. Apesar de registrados com pouca frequência, segundo concessionárias e também representantes de trabalhadores do setor, o fato, ocorrido anteontem à noite, é o terceiro descarrilamento de trem apenas este ano na capital – o único considerado grave. Em 2016, não houve registro desse tipo de problema. A previsão é de que o trecho seja liberado hoje, depois de mais de 24 horas de interrupção. As causas do acidente estão sendo apuradas.

De acordo com a VLI, empresa que administra a Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), por volta das 19h de domingo, cinco vagões tombaram. Não houve feridos. As equipes da empresa foram acionadas imediatamente. Os trabalhos, no entanto, foram interrompidos nos horários de pico do metrô, pois tanto a segunda linha de locomotiva de carga quanto a do trem urbano foram utilizadas para transporte dos equipamentos usados para retirar vagões e reparar a linha. Cerca de 70 profissionais foram mobilizados. Com o tombamento, parte da carga vazou.

A composição tinha ao todo quatro locomotivas e 90 vagões que carregavam soja do Triângulo Mineiro para o porto em Vitória (ES), com 65 toneladas de soja cada uma (5.850 toneladas no total). Os cinco vagões tombados correspondem a 325 toneladas, 5% da carga total do trem. Os 85 vagões que não foram afetados seguiram para Vitória. Circulam nesse trecho 22 trens por dia, sendo 11 carregados e 11 vazios. O acidente ocorreu numa das duas linhas existentes para a passagem de trem de cargas. A outra linha bem como a malha do metrô e do trem de passageiros não foram afetadas.

A VLI informou que houve 17 acidentes graves nos últimos três anos em Minas Gerais. Entende-se por grave aqueles que causam vítimas ou interrupção da ferrovia por mais de 24 horas. Dados da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) mostram que dos 178 acidentes ocorridos no estado no ano passado, 44 tiveram essa classificação (24,7%). Desses, 12 foram descarrilamentos e o restante, atropelamentos e abalroamentos. Já este ano, levantamento feito até o último dia 15 dá conta de 71 acidentes, dos quais 19 graves (dentre esses, houve três descarrilamentos).

Dois deles ocorreram em BH. O primeiro, em 28 de fevereiro, ocorreu entre a estação Calafate e a General Carneiro e provocou a interrupção de uma das linhas de trem de carga por quatro horas. O fato, segundo a VLI, foi ocasionado por um problema na locomotiva ou no vagão. O segundo, de 31 de março, no mesmo trecho, foi provocado por um problema na linha férrea, que teve o tráfego interrompido por sete horas.

A empresa controla cerca de 2, 9 mil quilômetros de ferrovias, passa por 130 municípios em Minas e transporta cargas como grãos, fertilizantes, produtos siderúrgicos e produtos industrializados. Em nenhum desses acidentes houve feridos.

A assessoria de imprensa da VLI informou, por meio de nota, que a FCA tem um plano diretor de manutenção ferroviária, que inclui um cronograma com atividades regulares de ações preventivas e corretivas. Para 2017, estão previstos R$ 20 milhões em investimentos nas ações de manutenção da linha férrea somente no trecho entre Araguari e Belo Horizonte.

Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias de BH (Stefbh) disse que aguarda a apuração das causas e reconhece o investimento para evitar acidentes. A presidente da entidade, Edna Ribeiro Bezerra, afirmou que falhas humanas ou do sistema das empresas ocorrem, mas não são comuns.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)