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Estado de Minas

Sofia Feldman, maior maternidade do país, pede socorro para não fechar as portas

Unidade referência em internações neonatais enfrenta grave crise econômica e conta com uma rede de apoio para continuar em funcionamento


postado em 19/03/2017 06:00 / atualizado em 19/03/2017 08:30

Mãe dos gêmeos Yasmin e Erick, Regiane Resende de Oliveira, de 29 anos, veio de Nova Serrana para o nascimentos dos filhos(foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)
Mãe dos gêmeos Yasmin e Erick, Regiane Resende de Oliveira, de 29 anos, veio de Nova Serrana para o nascimentos dos filhos (foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)
Os gritos de uma jovem mãe, vindos da sala de partos Chica da Silva, sinalizam a chegada de gente nova ao mundo. Em outro pavimento, um grupo de africanas de Moçambique e Angola participa de oficina sobre aleitamento e traduz o conhecimento em versos alegres e ritmados.

Já na sala da diretoria, planilhas de custos, contas e outros papéis de urgência dominam a mesa, numa situação que demanda atenção, paciência e, claro, muito jogo de cintura para continuar mantendo abertas as portas da maior maternidade do país e a segunda em número de internações neonatais.

“Vivemos 'na bica' de fechar, mas não posso deixar uma grávida lá fora esperando para ter o bebê. Há cidades perto de BH que não têm maternidade, muito menos Unidade de Pronto Atendimento (UPA)”, lamenta, num jeito mineiro inconfundível e sem rodeios, o médico Ivo Lopes, diretor técnico e administrativo do Hospital Sofia Feldman, no Bairro Tupi, na Região Norte de Belo Horizonte.

Vivendo uma crise crônica, o Sofia, como se tornou conhecido na capital, atende 100% pelo Sistema Único de Saúde (SUS), tem 1,1 mil funcionários e 100 residentes no hospital-escola, recebe gestantes de 300 municípios mineiros e tem déficit financeiro mensal de R$ 1,4 milhão.

Há esperança de continuar em funcionamento, porém, o adiantamento prometido pelo prefeito Alexandre Kalil, no valor R$ 5 milhões, destinado a atenuar a saúde financeira da instituição filantrópica, dará apenas para uma semana. “Vamos pagar salários atrasados e o 13º de 500 funcionários de nível superior, comprar medicamentos e outros materiais. Na verdade, temos que agradecer muito às pessoas que trabalham aqui, pois demonstram compromisso com o hospital. Ninguém fez greve nesse período de dificuldades”, afirma o diretor.

Na última quinta-feira, dia de um movimento fora do normal na maternidade, conforme assessores, o Estado de Minas acompanhou a rotina de médicos, enfermeiros e funcionários do Sofia, além de conferir bem de perto a bandeira maior do hospital: a assistência humanizada às mulheres prestes a ganhar seus filhos ou se recuperando do parto, às famílias e aos recém-nascidos.

Surpreendente mesmo é conferir as iniciativas da direção do hospital para driblar a crise e garantir a limpeza do prédio, a alimentação de funcionários, gestantes e acompanhantes e o conforto para as pessoas que chegam também para cirurgias eletivas (ligadura, vasectomia e cirurgias de varizes e ginecológicas). De um limão se faz uma limonada, e na falta de roupa de cama nova, por exemplo, os leitos são cobertos com lençóis doados por motéis.

A funcionária da lavanderia Míriam Silva, de 39 anos, mostra lençóis de cama doados por moteis(foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)
A funcionária da lavanderia Míriam Silva, de 39 anos, mostra lençóis de cama doados por moteis (foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)
“Recebemos esse tipo de colaboração e agradecemos muito”, conta Ivo Lopes ao lado do diretor clínico, João Batista Lima. Para facilitar a vida e assegurar a higienização das dependências, o hospital abriga, desde o ano passado, uma lavanderia construída com apoio da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH).

No setor onde as roupas de cama, incluindo cobertores, ficam guardadas, a funcionária Míriam Silva, de 39 anos, e avó de criança nascida no Sofia, sorri com seus olhos verdes e só tem elogios a fazer aos que trabalham no hospital, em especial no momento de tanto sufoco. Pegando dois lençóis, impecavelmente limpos, ela aponta as logomarcas de dois motéis da cidade, certa de que toda ajuda é bem-vinda.

Remédio não pode faltar
Mesmo convivendo com os poucos recursos, o corpo técnico do Hospital Sofia Feldman se vira como pode para não deixar faltar medicamentos essenciais. “A gente compra no cartão de crédito, dá um cheque, junta o dinheiro, mas compra o remédio”, explica Ivo Lopes. Um dos que não podem faltar é o surfactante, próprio para “abrir o pulmão” dos recém-nascidos e fundamental numa maternidade.

As doações chegam de todos os lados e fazem parte da ciranda de criatividade movimentada pelos gestores. Para suprir a demanda mensal de 5 mil fraldas, colaboradores dizem “sim”, assim como alimentação tem ajuda do Mesa Brasil, programa de segurança alimentar e nutricional do Serviço Social do Comércio (Sesc).

O tamanho de mais esse desafio diário pode ser visto na longa fila diante do refeitório, onde funcionários e as pessoas sob cuidados médicos e acompanhantes fazem quatro refeições diárias. “A comida é uma delícia, mas, às vezes, vem abóbora a semana toda e a gente come salada de abóbora, refogado de abóbora, enfim, tudo de abóbora. Mas é melhor do que ficar com fome, não é mesmo?”, brinca uma funcionária.

A maternidade é referência no atendimento a gestantes e recém-nascidos(foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)
A maternidade é referência no atendimento a gestantes e recém-nascidos (foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)
Tantos cuidados e providências tomadas sem demora revertem em bem-estar. Mãe de dois meninos e alimentando, no peito, os recém-nascidos Yasmin e Erick, Regiane Rezende de Oliveira, de 29, de Nova Serrana, na Região Centro-Oeste, chegou ao Sofia encaminhada pelo hospital local.

“A bolsa rompeu e lá não existe estrutura adequada. Gostei daqui, é tudo muito limpo e o tratamento excelente. Na Casa do Bebê, a gente corre menos risco de infecção, pois fica fora do prédio do hospital”, conta Regiane, instalada no anexo específico para os bebês ganharem peso antes de ir pra casa.

Dinheiro curto

Residente no município vizinho de Santa Luzia e há 40 anos no Sofia Feldman, desde que no local funcionava um ambulatório, Ivo Lopes chega para trabalhar, todos os dias, por volta das 3h e se mantém atualizado sobre todos os dados financeiros e administrativos da instituição.

Em 2016, ele destaca que foram realizados 10,7 mil partos, ou quase 1 mil por mês, superando a soma dos realizados em quatro grandes maternidades de BH. Nos últimos tempos, para dar conta do atendimento, a direção foi obrigada a fechar 40 leitos. “Infelizmente, tivemos que fazer isso. É importante lembrar que, em maternidade, há um leito para a mãe e outro para o bebê”, acrescenta Ivo Lopes.

Se o dinheiro está curto para as despesas, como vai ser depois que o valor de R$ 5 milhões anunciado pelo prefeito terminar é a pergunta inevitável. Sem titubear, Ivo Lopes diz que “o prefeito assumiu o compromisso de, com o governo federal, liberar R$ 1 milhão por mês”.

Na Casa da Gestante, mulheres aguardam a chegada de seus bebês em um papo animado(foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)
Na Casa da Gestante, mulheres aguardam a chegada de seus bebês em um papo animado (foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)
E mais: “Nosso gasto mensal é de R$ 5,5 milhões. O problema financeiro é crônico, derivado do subfaturamento do SUS e de recursos que teriam que sair da prefeitura e que, há seis anos, não vêm para os cofres do hospital”, esclarece, retirando de uma pilha de documentos uma cópia da Portaria 3.390/2013, que instituiu a Política Nacional de Atenção Hospitalar, no âmbito do SUS.

Na seção que trata do Eixo de Financiamento, ele grifa o artigo 26: “O financiamento da assistência hospitalar será realizado de forma tripartite, pactuado entre as três esferas de gestão, de acordo com as normas específicas do SES”. Ele lembra ainda que o hospital é referência para os programas Rede Cegonha e Parto Adequado, do governo federal.

A PBH, via Secretaria Municipal de Saúde (SMSA), informa que o valor de R$ 5 milhões, a título de verba de custeio, será adiantado ao Sofia Feldman, que fará o pagamento por meio de prestação de serviços. No momento, o processo, em fase final de tramitação, está na Procuradoria-Geral do Município.

Em nota, a PBH informa que mantém o programa 100% SUS, o qual prevê repasse especial para custeio dos leitos, “estabelecendo, em contrapartida, o cumprimento de metas de qualidade e abertura progressiva de leitos dedicados, exclusivamente, ao SUS-BH”.

Cuidado integral
Uma ambulância com placa do interior de Minas para diante do portão principal e recebe o sinal verde do recepcionista para entrar. Logo depois, um veículo do sistema prisional segue o mesmo caminho, trazendo uma detenta em trabalho de parto.

A recepcionista Thais Heloise, de 23 anos, paparica a filha Ayla, nascida há poucos dias de parto normal(foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)
A recepcionista Thais Heloise, de 23 anos, paparica a filha Ayla, nascida há poucos dias de parto normal (foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)
A pé, na companhia de maridos, namorados ou de braços com a mãe, grávidas entram para dar à luz no Hospital Sofia Feldman, a maternidade com maior número de partos do país – 10,7 mil em 2016 –, localizada no Bairro Tupi, na Região Norte de Belo Horizonte. A vida pulsa. O ritmo é frenético, a sala de recepção está cheia e todos são direcionados para o atendimento dentro da “assistência humanizada”, que significa “resgatar a imagem do parto normal como forma prazerosa, segura e saudável, criar e manter uma rede de proteção social ao recém-nascido e seu melhor desenvolvimento psicossocial, estreitar os laços entre mãe, filho e família, preservar o aleitamento materno e diminuir o tempo de internação, entre outros aspectos”.

De acordo com os diretores, mais de 10 mil pessoas da Região Metropolitana de Belo Horizonte e interior de Minas, além de visitantes estrangeiros, circulam mensalmente pelas dependências da instituição. Quando não se encontram no hospital, estão na Casa da Gestante Zilda Arns, acolhidas no Espaço de Sofias, enquanto o bebê está na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) ou na Casa do Bebê, onde a mãe fica com o recém-nascido até ele ganhar peso.

Há também o Núcleo de Terapias Integrativas e Complementares, um ambiente relaxante que oferece acupuntura, florais, escalda-pés com pétalas de rosas, ventosa e outras modalidades disponíveis aos funcionários e aos que chegam para atendimento hospitalar.

Caminhando pelos corredores é que o visitante descobre todo o universo e potencial do Sofia Feldman, que existe como hospital e maternidade há 34 anos – antes havia um ambulatório numa região dominada por fazendas. De início, chama a atenção o nome afixado nas salas de parto, homenageando escritoras, personalidades históricas, artistas e enfermeiras. Estão gravados lá, entre outras, Adélia Prado, Chica da Silva, Yara Tupynambá, Dona Beja e Leila Diniz, a pioneira, em 1971, a posar para uma foto de biquíni e com o barrigão de fora.

Mãe e filhos
Na manhã de quinta-feira, a operadora de caixa Mayara Santos da Silva, de 19 anos, admirava ao lado da mãe, Lucilene Santos, o rostinho do primeiro filho, Juan, nascido de madrugada, de parto natural. Agora sorridente, ela confessa que gritou muito na hora do nascimento, “até unhei a médica”, brinca. “Fui para um hospital e não havia vaga, aí me transferiram para cá. Tinha medo do parto normal, e acabei fazendo o natural, quando não há intervenção, analgesia”, revela.

Mayara Santos da Silva, de 19 anos, admira ao lado da mãe o rostinho do primeiro filho Juan(foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)
Mayara Santos da Silva, de 19 anos, admira ao lado da mãe o rostinho do primeiro filho Juan (foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)
No alojamento conjunto, onde as mães ficam com os bebês após o parto, a recepcionista Thais Heloisa Gomes Cruz, de 23, mãe de quatro filhos, paparicava a pequena Aila, que veio ao mundo de parto normal. “Tive aqui meu primeiro filho, hoje com 8 anos, e os dois do meio em outros hospitais. Só tenho elogios ao tipo de tratamento. É carinhoso. Este hospital não pode fechar de jeito algum”, ressalta.

Já na Unidade de Cuidados Intermediários Neonatais, a operadora de caixa Daiane Batista Malaquias, de 28, residente em Lagoa Santa, na Grande BH, conta que seu grande sonho sempre foi ter o filho no Sofia Feldman, “por ter opção de chuveiro e banheira na hora do parto normal”. E assim nasceu João Miguel, que, na quinta-feira, completava cinco dias.

Vinda de Pompéu, a 170 quilômetros de BH, Joelma Dutra Machado, de 35, servidora pública, cuidava de Gustavo, que nasceu de sete meses, de cesariana, no dia 4, e estava sob a luz violeta do aparelho de fototerapia, próprio para curar icterícia. “A bolsa rompeu em Pompéu, que não tem UTI neonatal. Vim para BH, fiquei na Casa da Gestante. Agora, vou esperar o bebê completar 35 semanas para voltar para casa, pois os médicos não liberam antes disso”, diz Joelma.

Residente em Moema, na Região Centro-Oeste, a 159 quilômetros da capital, a técnica em segurança do trabalho Ana Cristina da Silva, de 31, está mais tranquila agora, depois de vir de ambulância. Estava com 27 semanas de gestação, quando a bolsa se rompeu. “Estou sendo muito bem tratada e agradeço a Deus. O bebê nasceu prematuro, com 32 semanas”, afirma.

Perto dali, a fonoaudióloga residente Fernanda Veiga atende o bebê de Leandra Aparecida Evangelista Almeida, que está com uma sonda na boca e precisa ficar livre logo do equipamento para mamar. Mãe de Bernardo, seu quarto filho, Maria Terezinha de Oliveira, de 35, tem pressão alta, veio de bem mais longe, São José do Jacuri, a 329 quilômetros de BH, no Vale do Rio Doce, e ficou na Casa da Gestante. Agora, de olho no bebê, espera o momento de retornar para casa.

Sem medo
Nem todas as mulheres que chegam ao Sofia Feldman estavam cheias de segurança. “Tinha pavor deste hospital. Quando saí da minha cidade, achei que não voltaria viva. Fiquei com medo de morrer. Meus parentes até me alertaram para não vir”, conta a lavradora Valdirene Morais Santos, de 32, moradora de Frei Lagonegro, a 329 quilômetros de BH, no Vale do Rio Doce, e mãe de um menino de 10 anos nascido em Coluna.

Com pré-eclâmpsia e 31 semanas de gestação, Valdirene foi encaminhada para BH num transporte da prefeitura local. Agora, ela espera Emily Vitória ganhar mais peso e, assim, retornar à terra natal. “Acho que será neste fim de semana”, acreditava ela na quinta-feira.

Na Casa da Gestante Zilda Arns, espaço do cuidado para mulheres que têm ou passam por algum tipo de agravamento durante a gravidez, um grupo conversa e aguarda, com calma, a chegada dos bebês. Umas são de primeira viagem, outras não. Stela Pires, de 22, de Conceição do Mato Dentro, na Região Central, será mãe de Kaio. “Tive um sangramento”, conta sem susto.

Ao lado, a balconista de farmácia Angélica de Jesus Pereira Sena, de 27, moradora de Ibirité, na Grande BH, comenta feliz da vida que “minhas princesas, Raíssa e Melissa” estão ótimas. “Não gosto de ficar à toa. Outro dia, até fui para a cozinha ajudar a lavar os pratos. Podemos escolher o cardápio, a comida é muito boa e, se deixarem, a gente come demais”, brinca.

Na rodinha de conversa, no jardim, as gestantes se encontram com Angélica Daniela Lage, de Nova Lima, Flávia Diniz Fernandes Martins e Rosilene Ferreira, ambas de BH, e Lucélia Aparecida de Resende, de Desterro de Entre Rios, na Região Central. Bem-humorada, Angélica afirma, para risada geral, que o único problema é que, de noite, “fica ruim dormir sem a costelinha”. Trocando em miúdos: dormir de conchinha com o marido.

Teia de conhecimento
Enquanto as mães narram suas experiências e histórias, um grupo de 15 profissionais de Angola e Moçambique, na África, participam do 1º Curso Internacional de Atenção Humanizada à Mulher e ao Recém-nascido, coordenado pela enfermeira obstetra Vera Bonazzi e fruto da parceria entre o Sofia Feldman, a Agência Brasileira de Cooperação (ABC)/Ministério das Relações Exteriores (MRE) e a Agência de Cooperação do Japão (Jica).

Numa oficina de dinâmica construtiva, dirigida pela enfermeira obstetra e presidente do Comitê de Aleitamento Materno, Cíntia Ribeiro, as enfermeiras, gestoras e profissionais da área de obstetrícia em seus países recebem novas informações. Numa das atividades e com uso de um barbante, elas formam uma teia de conhecimento e trocam experiências.

“Os frutos desta teia são rodas de conversas sobre aleitamento com adolescentes, com a comunidade e gestantes. Vamos acompanhar as ações”, diz, ouvindo o versinho das africanas: “O leite do peito é o melhor, porque garante a saúde da mamãe e do bebê”.

De ambulatório a hospital
Em 1974, o Conselho Particular de São Bernardo, órgão da Sociedade São Vicente de Paulo, avaliou a proposta de um de seus confrades, José de Souza Sobrinho, sobre uma obra beneficente num terreno, doado à entidade, no Bairro Tupi, na Região Norte de Belo Horizonte. Essa havia sido a primeira exigência do doador do lote, Marx Golgher. A segunda, era que a obra levasse o nome de sua avó, Sofia Feldman.

Souza Sobrinho propôs que, no local, fosse construído um hospital, porém seus pares, reunidos em assembleia, julgaram o empreendimento grande demais para o resumido grupo de vicentinos. E rejeitaram a proposta. Sem desistir do plano, Souza Sobrinho pediu permissão para se responsabilizar pela construção do hospital.

Os demais vicentinos acataram a solicitação e ele passou a buscar recursos em subvenções federais, estaduais, municipais e doações. Construída pelo sistema de mutirão e com pouquíssimos recursos, a primeira parte da obra foi concluída e, para colocá-la em funcionamento, se aliaram ao benfeitor dois jovens médicos – Ivo de Oliveira Lopes, obstetra, e José Carlos da Silveira, pediatra.

Foi assim que o Sofia Feldman começou a operar: para atender à população que, por não contar com assistência da Previdência Social, dependia da caridade para ter acesso aos serviços básicos de saúde. O ambulatório foi inaugurado em 1978 e o hospital, em 1982.

Até 1986, o hospital funcionou com trabalho voluntário e doações da comunidade. Nesse ano, por meio de um movimento comunitário, foi incluído nas Ações Integrais de Saúde (AIS), programa precursor do Sistema Único de Saúde (SUS).

Sofia Feldman em números

10,7 mil partos por ano
1,05 mil recém-nascidos atendidos em UTI
300 municípios mineiros têm suas gestantes atendidas no hospital de Belo Horizonte
10 mil pessoas da Grande BH e do interior mineiro circulam mensalmente pelo hospital e anexos, como a Casa da Gestante Zilda Arns, Espaço de Sofias e Casa do Bebê
1,1 mil pessoas, entre médicos, enfermeiros, fonoaudiólogos e outros profissionais trabalham no hospital
100 médicos residentes atuam no hospital-escola
R$ 1,4 milhão é o déficit financeiro mensal do hospital


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