
No caso da Rua Genoveva de Souza, o maior problema está na altura do número 1.072 da via, entre as ruas Eloi Mendes e Jacques Luciano, onde o asfalto afundou por desestabilização do talude. Mas ontem a rua exigiu atenção da Defesa Civil em outro ponto, próximo à Avenida Silviano Brandão. Ali, o muro de uma residência caiu. Não houve vítimas, embora o susto tenha sido grande. No caso da encosta, a Sudecap informou que ainda estão sendo feitos estudos para avaliação da origem do problema, mas admite que, no passado, a compactação do aterro pode não ter sido suficiente, proporcionando com o passar do tempo erosão e abatimento do piso. O projeto da obra está pronto e prevê tratamento do talude, ao custo de R$ 1,7 milhão, mas faltam recursos para executá-la.
A Rua Cabo Verde, no Bairro Cruzeiro, também é foco da Defesa Civil. Há três anos, um muro de arrimo desabou levando um pedaço do asfalto e uma cratera se abriu no cruzamento com a Rua Muzambinho. Ontem, uma equipe da Defesa Civil precisou voltar ao local. O problema desta vez foi na esquina com a Rua Bambuí, onde um pequeno buraco surgiu no pavimento. De acordo com a Defesa Civil, o problema é pontual e não tem relação com o ocorrido em 2013. A Defesa Civil também vistoriou um barranco que cedeu parcialmente em um lote na Rua Alberto Bressane, 346, no Bairro Novo São Lucas. O problema não causou danos às residências vizinhas.
MEDO CONSTANTE Apontada pela Defesa Civil como a área mais crítica para risco geológico em Belo Horizonte, a Rua Sustenido preocupa quem vive lá. Nesse ponto do Aglomerado da Serra, mais de 100 famílias se desesperam quando começa a chover, não só pelo lamaçal em que se transformam ruas e becos como pelo temor de ver um barranco desabando sobre as frágeis moradias, umas de alvenaria, sem reboco, outras de madeira. “Tenho medo de que tudo isso aqui se transforme numa nova Mariana”, alerta a dona de casa Simone Pereira Rocha, de apenas 29 anos e mãe de seis filhos, numa referência ao subdistrito de Bento Rodrigues, destruído pelo rompimento da Barragem do Fundão, em 5 de novembro de 2015. Protegendo também os filhos Pâmela, de 11, e Bernardo, de 1, com a sombrinha, Simone olha para o morro bem atrás da sua casa e teme. “Fico apavorada só de pensar num deslizamento. Fizeram uma escada para descer a água lá do alto, mas não adianta muito”, aponta a dona de casa.

Vila é novo foco de preocupação
O Ministério Público e a Coordenadoria Municipal de Defesa Civil acompanham a situação de 150 famílias que vivem na Vila Chaves, área de ocupação no Bairro Califórnia II, na Região Noroeste de Belo Horizonte. O lugar é também um dos pontos críticos para a ocorrência de deslizamento de encostas e desabamento de moradias por apresentar risco construtivo. Segundo a Defesa Civil, o monitoramento tem sido constante no local e a população já foi informada a sair da área, mas resiste em sair. O órgão criou um grupo de mensagem para os moradores se comunicarem diretamente com a Defesa Civil em caso de algum alerta. Um pedido foi feito pela Comdec para que as famílias que estão lá atualmente não deixem novos moradores se instalarem, o que aumentaria ainda mais o risco.
