
“Vou ouvir o autor confesso mais uma vez, a mãe da criança e uma testemunha que esteve com a vítima logo depois do crime. São esses três depoimentos e mais o laudo da perícia para constatar a situação e como ocorreu a dinâmica do evento”, afirma o delegado Bruno Luiz Percino Gonçalves Pereira, responsável pelas investigações. Inicialmente, a mãe de Luana, Rosiele Gonçalves de Oliveira, seria ouvida hoje, mas o delegado preferiu esperar por conta do estado de choque da mulher após a morte da filha.
Rosiele não estava em casa no momento em que Miguel invadiu a residência, por volta de 0h30 de ontem. Segundo a Polícia Militar, a mulher foi encontrada em um forró, enquanto a filha de cinco anos dormia sozinha em casa. O delegado Bruno Luiz diz que a investigação vai focar em duas situações relacionadas à mãe da criança. “Ainda não é possível dizer se os dois tinham algum tipo de relacionamento, o que será devidamente apurado. Também vamos investigar a questão do abandono. Se ficar comprovado que a mãe deixou a criança sozinha em casa, ela vai responder por abandono de incapaz”, acrescenta o delegado.

Acostumado a lidar com a violência em meio aos inquéritos que preside, o policial disse que ficou chocado com a brutalidade do crime contra a garota de apenas cinco anos. “O que me choca, além da idade da criança, é a falta de possibilidade da defesa da vítima, que estava em uma situação de descanso. Inclusive, essa circunstância pode qualificar o crime, que pode ter uma pena de 20 a 30 anos”, completa o delegado.
O CRIME Segundo a Polícia Militar, Miguel disse que descobriu que a mãe de Luana fazia macumba para que ele não conseguisse uma namorada. Quando ficou sabendo, o autor contou à PM que procurou Rosiele no Bairro Nossa Senhora da Penha, onde os dois tiveram uma discussão na noite de domingo. Ele voltou para casa, mas procurou novamente a mulher na madrugada de ontem. Como não a encontrou, acabou esfaqueando a garota, que dormia sozinha no imóvel. Ela foi encontrada com sete perfurações e uma faca cravada perto do ombro.
PROTESTOS O caso motivou manifestações da população de Manhumirim. Algumas pessoas tentaram linchar o autor, que teve que ser transferido para Ponte Nova, na Zona da Mata, já que também houve protestos na porta da cadeia pública da cidade onde ocorreu o crime.
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