Os agentes observaram o comportamento dos motoristas antes e depois das ações de mobilização, que trouxeram melhorias no Barro Preto (238%), Mercado Central (145%), área hospitalar (160%), Savassi (125%) e imediações do Parque Municipal Renné Giannetti (14%).
Em meio ao desrespeito à sinalização para a travessia, alguns pontos da cidade são verdadeiras ilhas de civilidade. É o caso do câmpus da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), na Região da Pampulha, onde o hábito de parar na faixa para que o pedestre atravesse em segurança é respeitado pela maioria dos motoristas.
O professor da UFMG Nilson Tadeu Ramos Nunes, doutor em engenharia de transportes, afirma que um conjunto de fatores deve ser analisado ao avaliar o comportamento de motoristas. “O principal é a cultura de não respeitar as sinalizações de trânsito. Outro fator importante é a ausência de fiscalização e de punição”, diz. O especialista avalia que há uma perceptível melhora em relação à obediência às faixas, mas ainda há muito desrespeito. Em sua avaliação, não são realizadas campanhas em número suficiente. “É importante a realização de campanhas permanentes, não somente em relação às faixas de pedestre, mas também ao comportamento no trânsito.”
A falta de campanhas educativas é um erro que torna uma cidade do porte de BH insegura para os pedestres, conforme analisa o professor de engenharia de transporte e trânsito Márcio Aguiar, da Universidade Fumec. Ele critica a justificativa da falta de recursos. “Pelo Código de Trânsito, 5% de todas as multas devem ir para o Fundo de Educação para o Trânsito. O que falta é equipe técnica da BHTrans, para fazer um trabalho intensivo de rua”, afirma.
A BHTrans informou que, em 2015, foram implantadas ou receberam manutenção 325 faixas na área central. Neste ano, até maio, foram 35. Humberto Rolo, da empresa municipal, informou que são realizadas ações educativas permanentes com alunos e professores da capital. “Uma campanha na TV custa de R$ 1 milhão a R$ 2 milhões, mas não é perene. Para mudança de cultura o melhor é um programa educativo permanente.”