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Estado de Minas

Teste rápido para identificação do zika vírus custa até R$ 898 em BH

Em Belo Horizonte, dois tipos de teste são realizados: o RT-PCR em Tempo Real e os de sorologia IgG e IgM, que são entregues ao paciente em até 4 dias.


postado em 02/02/2016 06:00 / atualizado em 02/02/2016 07:17

O surto de zika e a demora do diagnóstico por meio do exame adotado pela rede pública, que é feito em 15 dias, têm levado pessoas, especialmente grávidas com suspeita de ter contraído a doença, a procurar laboratórios particulares para obter resultados mais rápidos. A doença transmitida pelo zika vírus, cujo vetor é o mosquido Aedes aegypti, está ligada a casos de microcefalia. Em Belo Horizonte, dois tipos de teste são realizados: o RT-PCR em Tempo Real e os de sorologia IgG e IgM, que são entregues ao paciente em até 4 dias. O primeiro é feito quando há sintomas, em até cinco dias depois do início da doença, e serve para detectar se há presença do material genético do zika vírus no organismo do paciente. Os dois últimos avaliam se há presença de anticorpos do vírus na corrente sanguínea e se o paciente já teve a doença. Os preços chegam a R$ 898.

Adriano Basques, farmacêutico bioquímico e gerente técnico do laboratório Geraldo Lustosa, onde o teste RT-PCR custa R$ 898, lembra que, devido à baixa demanda, esse é um exame que “começa caro”. Ele espera, porém, que o aumento do volume resulte em uma redução de preços. “Parte dos exames é feita fora do país ou em laboratórios de referência”, afirma. Ele conta ainda que o teste, realizado no momento em que há maior quantidade de vírus no organismo, é mais procurado por mulheres grávidas ou que desejam engravidar e que os resultados são entregues no prazo de cinco dias.

No laboratório São Marcos, o RT-PCR custa R$ 499 e fica pronto em 8 dias. Já os exames de sorologia variam de R$ 330 a R$ 530 cada um e são entregues no prazo de 15 dias. A diretora técnica do laboratório, Mariana Cerqueira, explica que os exames para diagnóstico de zika são particulares e que os convênios de saúde só autorizam testes que estão no rol da Agência Nacional de Saúde (ANS), como o de dengue, que tem tido grande procura. Eles podem ser feitos sem pedido médico, informa a diretora, mas o ideal é sempre procurar um especialista que “saberá indicar o exame certo e fazer leitura adequada”, frisa.

Prazo menor é oferecido pelo laboratório Hermes Pardini, que realiza o exame RT-PCR por R$ 450. “Antes o exame era terceirizado a um laboratório na Espanha e com investimentos da ordem de R$ 50 mil conseguimos reduzir o preço e o prazo do resultado de 15 para 4 dias”, contou o diretor Comercial Corporativo Alessandro Ferreira, que também esta à frente da área de Pesquisa e Desenvolvimento do laboratório e garante que a expectativa é de que o prazo para a entrega dos resultados seja reduzido para três dias, nas próximas semanas. Para março, é aguardada a oferta de um teste único, que poderá indicar a dengue, zika e a chikungunya. Em até 60 dias, a expectativa é de que as sorologias sejam realizadas no laboratório. “O teste depende de questões de registro junto à Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa)”, comenta. O preço do novo exame, de acordo com o diretor, costuma ser 30% do valor cobrado pelo RT-PCR.

Em meados de janeiro, o Ministério da Saúde informou que vai adquirir 500 mil testes nacionais para realização de diagnóstico das três doenças até o fim do ano. As primeiras 50 mil unidades começam a ser produzidas pela Fiocruz este mês. A tecnologia vai garantir o diagnóstico simultâneo do material genético dos três vírus. Atualmente, segundo informações do Ministério da Saúde, o diagnóstico da zika é realizado com uso da técnica RT-PCR em Tempo Real e são usados reagentes importados para descartar a presença da dengue e chikungunya, sendo necessário realizar os exames separadamente.
 
Medida Provisória pode atrasar atuação da PBH

A iniciativa da Defesa Civil que buscava apoio do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) para combater os focos do mosquito Aedes aegypti em imóveis abandonados e lotes vagos da capital pode sofrer atrasos com a publicação da Medida Provisória 712, no Diário Oficial da União de ontem. O texto que autoriza agentes de saúde a entrar em propriedades públicas e privadas abandonadas ou fechadas para combater focos do mosquito Aedes aegypti, sob justificativa de que há “situação iminente de perigo à saúde pública”,  impacta o plano que já estava em andamento em Belo Horizonte.

Embora avalie que a lei seja mais positiva que negativa, o coordenador da Defesa Civil, coronel Alexandre Lucas, lembra que a expectativa era ganhar agilidade e fazer a limpeza nos imóveis vistoriados em um prazo menor. “Se publicássemos a relação de imóveis já vistoriados no Diário Oficial do Município (DOM) de amanhã, em 48 horas poderíamos entrar e fazer a limpeza”, exemplifica ele, que vai além: “A MP trouxe, por um lado, mais segurança jurídica, mas, por outro, burocratizou”.

Essa “burocratização” pode ser explicada pelos prazos estabelecidos pela medida provisória. O texto estabelece que a entrada forçada nesses imóveis seja feita quando o proprietário não for localizado depois de duas visitas devidamente notificadas e em períodos alternados, no intervalo de 10 dias. “Notificar é outro problema quando o imóvel está nessas condições e não sabemos quem notificar”, avalia Lucas.

De acordo com o coronel, além de cumprir a lei, o município vai propor aperfeiçoamento junto ao Congresso para ganhar mais eficiência. “Atrasa para Belo Horizonte que já estava fazendo esse trabalho, mas para outras cidades pode ser que não atrase. Essa análise é relativa”, ponderou. Hoje, segundo o coordenador da Defesa Civil, haverá uma reunião com a Secretaria Municipal de Saúde para tentar agilizar o processo com base no levantamento das áreas sensíveis já identificadas e sugerir aperfeiçoamentos na MP.

Segundo nota da Secretaria Municipal de Saúde, o tema está sendo analisado pelo jurídico da SMSA para verificar a aplicação prática da medica. “Em uma primeira avaliação, a SMSA entende que MP dará mais celeridade ao processo”, diz. (CM)

Caso em Juiz de Fora

A Secretaria de Saúde de Juiz de Fora, na Zona da Mata, confirmou ontem que foi constatado o primeiro caso de zika no município, após investigação e realização de exames. Segundo a secretaria,  trata-se uma gestante 35 anos, esteve na cidade de Rio das Ostras, no Rio de Janeiro, onde foi infectada pelo zika vírus, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti e que está ligada a casos de microcefalia. Ela está em casa, recebendo atendimento. Esse é o terceiro caso de zika em Minas, mas ainda não foi computado pela Secretaria de Estado da Saúde, que deve divulgar boletim epidemiológico hoje.


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