O juiz da Comarca de Araçuaí, no Vale do Jequitinhonha, Carlos Jucken, determinou a internação do adolescente de 16 anos que confessou o assassinato do jornalista André Luiz de Sá, após o desentendimento durante um programa sexual, na mesma cidade, na madrugada de 3 de agosto. Por decisão do magistrado, o menor será encaminhado para o Centro Socioeducativo São Damião, em Teófilo Otoni, distante 240 quilômetros da cidade.
O adolescente foi novamente apreendido em cumprimento a um mandado expedido pela Justiça e levado para ser ouvido em audiência no Fórum de Araçuaí. Pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), menores envolvidos em delitos graves podem ficar recolhidos para o recebimento de medida socioeducativas por até 3 anos. Mas, não foi divulgado por quanto tempo o autor confesso da morte do jornalista ficará internado.
André Luiz, que era assessor de Comunicação da Prefeitura de Araçuaí, foi morto a pauladas. O crime aconteceu numa casa de propriedade do jornalista. O caso foi apurado pelo delegado Cristiano Castelucci Arantes, que, juntamente com a Promotoria Pública, pediu a internação do autor confesso pela prática de homicídio qualificado, cometido por motivo fútil e sem dar chance de defesa a vítima.
De acordo com o delegado Cristiano Arantes, o adolescente disse em depoimento que já conhecia a vítima e que eles se encontraram no fim da noite de domingo, 2 de agosto, para um programa sexual, pelo qual o jornalista pagaria R$ 100, além de um telefone celular.
O adolescente também disse que, após chegarem em uma casa ainda em construção, pertencente a André Luiz, o jornalista impôs a condição de ser o parceiro ativo e o garoto afirmou que não gostou da insistência do “cliente”. Ainda segundo o jovem, houve uma discussão e André Luiz teria tentado agarrar o adolescente, que fingiu ter vontade de beber água e se armou com um pedaço de madeira, utilizado para golpear a cabeça da vítima. “Ele disse que deu uma primeira paulada na cabeça de André Luiz, que caiu e tentou se levantar. Mas aí tomou outra paulada. Depois, o adolescente atingiu a vítima outras duas vezes. Ou seja: foram quatro pauladas”, afirmou o delegado Cristiano Arantes.
Ainda segundo o delegado, o rapaz não demonstrou arrependimento. O adolescente já tinha um histórico de agressão aos pais e de envolvimento em outros delitos como roubos, furtos e tráfico de drogas.