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Estado de Minas

Instituição e pais defendem atividade em que crianças foram pintadas de preto

Instituição infantil de BH pinta crianças de preto e outras cores para chamar a atenção para o racismo, mas gera reação negativa com atitude


postado em 25/06/2015 06:00 / atualizado em 25/06/2015 17:18

Internautas cobraram desculpa da escola, que postou foto com crianças pintadas de preto durante atividade pedagógica(foto: FACEBOOK/REPRODUÇÃO)
Internautas cobraram desculpa da escola, que postou foto com crianças pintadas de preto durante atividade pedagógica (foto: FACEBOOK/REPRODUÇÃO)
Representantes do Play Centro de Desenvolvimento Infantil e pais de alunos não viram excesso na atividade escolar. A psicopedagoga Danielle Faustino, responsável pela atividade, explicou que a partir da reação de uma criança ao ouvir a história da Bonequinha preta, decidiu-se pela oficina de confeccionar bonecas com isopor, pintadas em cores variadas. "Não podemos nos acovardar quando convocados a lidar com essas questões. Elas precisam de uma resposta imediata. Optamos por abandonar nossa rotina diária e trabalhar o que surgiu na roda sobre a história da bonequinha preta."

Danielle conta que durante a atividade as crianças se pintaram. "Elas fizeram o espalhamento de tinta da tinta preta pelo corpo, assim como já fizeram em outros dias com as cores amarelo, rosa, branca, vermelho e azul. Não vi necessidade de reprimir pois a exploração sensorial é uma proposta que compõe nossa rotina."

A psicopedagoga disse ainda que as crianças, ao se verem pintadas no espelho se apreciaram e gostaram do resultado. Momento em que foi nítido que a primeira impressão sobre a bonequinha preta foi superada. "A manifestação verbal das crianças foi imediata: 'Mudamos de cor!'.' Escolhemos esse enfoque pois na documentação pedagógica é importante constar algo verbalizado pelas crianças e fizemos a postagem diária no facebook, que é nosso principal canal de relacionamento com os pais.", justificou.

Segundo o assessor de comunicação da instituição, Victor Diniz, a atividade desenvolvida está dentro das normas pedagógicas. “A Play está segura de que agiu de forma correta e espera que o episódio fomente debates sobre como o racismo deve ser tratado nas escolas.

O psicanalista Bernardo Carneiro, de 36 anos, pai de um aluno que participou da atividade, não viu excesso: “As pessoas foram motivadas por um ódio intenso, primando pelo pensamento racista. A atividade proporciona construir fantasias, brincar. Tem que inverter essa coisa de olhar a criança com o olhar do adulto”.

A psicóloga Mônica Salerno, de 36, mãe de aluno, também defendeu a escola. “Acredito na possibilidade de experimentos, como o do contato com a tinta, que explora a capacidade sensorial, fundamento da criança nessa idade. Em nenhum momento vi que foi para tratar de um preconceito”.


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