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Estado de Minas

Barreiro e Venda Nova vão ganhar unidades do BH Resolve

Os moradores das duas regiões mais populosas de BH vão contar com serviços públicos essenciais e poderão ter mais autonomia para buscar soluções do dia a dia perto de casa


postado em 24/03/2015 06:00 / atualizado em 24/03/2015 06:54

Com 300 mil habitantes, o Barreiro é a maior região da capital e agora terá unidade do BH Resolve no restaurante popular(foto: RAMON LISBOA/EM/D.A PRESS)
Com 300 mil habitantes, o Barreiro é a maior região da capital e agora terá unidade do BH Resolve no restaurante popular (foto: RAMON LISBOA/EM/D.A PRESS)

Duas regiões de Belo Horizonte com forte vocação para o setor de serviços, comércio e atendimento público vão se tornar mais independentes do Hipercentro. No Barreiro e em Venda Nova, a ampla estrutura já existente de lojas, agências bancárias, faculdades, escolas e órgãos de atendimento ao cidadão ganhará reforço de duas unidades do BH Resolve. Quem mora nessas regiões e hoje precisa ir ao Centro da capital em busca de serviços da prefeitura terá soluções perto de casa para questões relacionados a impostos municipais, fiscalização, licenciamento e regulação urbana, entre outros.

O projeto executivo para construção das unidades está em fase final de elaboração e deve ser entregue até o fim do mês. Feita a licitação, as obras devem começar no segundo semestre, com previsão de durar oito meses após a assinatura do contrato. O início das atividades está previsto para meados do ano que vem. A ideia de ampliar a rede BH Resolve e de inaugurar o Hospital Metropolitano do Barreiro, prometido pela prefeitura para agosto deste ano, não atende apenas a uma demanda da população local, mas confirma uma certa autonomia dessas regiões.

“Já passei dois anos sem ir ao Centro de BH. E sempre que posso, evito”, afirma a aposentada Helenice Aparecida Silva, de 50 anos, que mora no Barreiro há 43 anos. Ela não é exceção. A filha de Helenice, a enfermeira Carolina Inácia Siqueira Silva, de 25, trabalha no Bairro Luxemburgo, na Região Centro-Sul. “Mas não passo de lá. Vou pela Avenida Amazonas e já acho complicado porque o trânsito é intenso. Fora o trabalho, prefiro resolver tudo por aqui. O Barreiro tem quase tudo o que a gente precisa no dia a dia. Para ir ao Centro só mesmo por alguma questão burocrática, de documentos ou serviços”, afirma. Caroline diz que as compras, o lazer, o serviço de bancos, o cinema e a maior parte das suas demandas diárias são resolvidas perto de casa. O serviço de saúde, que no caso de mãe e filha é particular, também não exige grandes deslocamentos. A moça acredita que a implantação do BH Resolve facilitará ainda mais a vida de quem mora na região.

Regionais  Atualmente, cada uma das nove regionais da Prefeitura de Belo Horizonte conta com postos de atendimento ao cidadão que oferecem alguns dos serviços do BH Resolve. Mas com a nova unidade, a gestão regionalizada passa para a Secretaria Municipal Adjunta de Modernização, com padrão único e ampliação das atividades. No Barreiro, a ampliação será de 500 para 750 atendimentos/dia, e em Venda Nova, de 400 para 600. Nesta última, o BH Resolve funcionará na Estação BH BUS, e no Barreiro, no Restaurante Popular. As obras serão custeadas com 90% de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e 10% do município. Segundo a secretária-adjunta de Modernização, todas terão 20 guichês, pessoal qualificado e o padrão de atendimento da unidade do Centro, onde 4 mil são atendidas.

Para os moradores, a descentralização é mais que bem vinda, tendo em vista o crescimento do Barreiro, que hoje tem cerca de 300 mil moradores e de Venda Nova, com 270 mil. A história do Barreiro começou bem antes da de BH. Data de 1855 a primeira menção ao nome Barreiro. A partir de 1948, a região já contava com uma administração separada e, em 1997, a Região do Barreiro foi criado por meio de lei sancionada pelo prefeito Patrus Ananias. “O Barreiro tem potencial enorme e conta com infraestrutura industrial, de transporte, de comércio muito forte”, afirma o presidente da Associação de Moradores do Bairro Milionários, Anderson Siqueira. Ele destaca também o atendimento de serviços públicos, que inclui Sine, Uai Barreiro, Procon, Juizado Especial de Pequenas Causas e uma vara cível.

A auxiliar de serviços gerais e produção Maria José Santos, de 45 anos, apoia os novos serviços. “Mesmo com o Sine aqui, às vezes, vou à unidade no BH Resolve do Centro porque a oferta de vagas é maior. A situação deve melhorar com a nova unidade no Barreiro”, afirma, enquanto aguarda oportunidade de emprego no Sine Barreiro.

Rua Padre Pedro Pinto: morador de Venda Nova quase não precisa sair da região(foto: BETO MAGALHÃES/EM/D.A PRESS 13/12/13 )
Rua Padre Pedro Pinto: morador de Venda Nova quase não precisa sair da região (foto: BETO MAGALHÃES/EM/D.A PRESS 13/12/13 )

Em Venda Nova, a autonomia é semelhante. Segundo o empresário Ivan Domingues, de 49, que mora há 37 anos na região, percorrer as avenidas Antônio Carlos ou Cristiano Machado para chegar ao Centro, só se não houver alternativa. “Geralmente, ninguém passa da barragem da Pampulha, porque tudo pode ser resolvido por aqui. Antes, as pessoas até iam para o Centro em busca de um médico especialista, um serviço de melhor qualidade. Hoje, não é mais necessário. E o que não tem, a gente pede pela internet, por telefone, e recebe em casa”, conta.

Em relação ao Barreiro, Venda Nova tem vantagem quando o assunto é saúde, já que é atendida pelo serviço de urgência e emergência do Hospital Risoleta Neves. Existe ainda unidade do Corpo de Bombeiros e a região ganhou recentemente outro shopping.

Transporte é o maior problema

Apesar da infraestrutura comercial e de serviços, Barreiro e Venda Nova enfrentam problemas com trânsito e transporte, que estão no topo das reclamações. Quem precisa ir ao Centro de BH precisa percorrer pelo menos 15 quilômetros.

Desde o ano passado, as duas regiões passaram a ser atendidas pelo BRT/Move, com vantagem para Venda Nova que conta, em sua maior parte, com acesso por corredor exclusivo da Antônio Carlos. Sem essas faixas, o Move do Barreiro trafega no sistema de faixas exclusivas em alguns trechos.

“Nosso sistema de transporte é muito ruim. E também é preciso melhorar o quadro de horário dos ônibus, ampliar as linhas. Quando o hospital do Barreiro começar a funcionar, por exemplo, a demanda será maior, o que exige uma reestruturação”, afirma o presidente da Associação de Moradores do Bairro Milionários, Anderson Siqueira. “De carro, são pelo menos 30 minutos, sem engarrafamento. Com trânsito congestionado, mais de uma hora”, afirma. O aposentado José Moura, de 62, também reclama. “O transporte público é precário e ir de carro é impraticável, porque não tem lugar para parar e os estacionamentos são muito caros”. Ir ao Centro só quando não há alternativa.

Em Venda Nova, mesmo com o Move, a população se queixa das baldeações e do tempo de espera pelo ônibus nas estações de transferência ou nos terminais de integração Pampulha e São Gabriel. “As pessoas podem deixar o carro na estação para ir ao Centro de ônibus, mas a demora na estação, às vezes, é tão grande que não compensa”, afirma o empresário Ivan Domingues.

A BHTrans aponta a implantação do BRT/Move como uma das ações para incentivar o uso do transporte coletivo. A implantação de faixas exclusivas para ônibus e de terminal de integração para atendimento das regiões Oeste e Barreiro estão na lista de intervenções a serem executadas. Outra aposta, o programa Pedala BH, que estimula o uso de bicicleta, pretende ampliar o número de viagens de 1% para 6% nos próximos anos. Atualmente, BH tem 74,42km de ciclovias, com rotas também no Barreiro e em Venda Nova. A empresa conta ainda com planejamento específico para operações de trânsito, além de sistema de câmeras de monitoramento para agilizar a solução nos casos de congestionamento, entre outras estratégias de operação viária.


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