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Estado de Minas

Mesmo antes da crise hídrica, empresas mineiras já faziam reaproveitamento da água

Projetos vão de vidro com películas autolimpantes à construção de estação de tratamento


postado em 15/02/2015 06:00 / atualizado em 15/02/2015 07:23

Wagner Costa, gerente de Meio Ambiente da Fiemg, mostra reservatório para captar água da chuva, usada na irrigação de jardins e na limpeza (foto: Rodrigo Clemente/EM/D.A Press)
Wagner Costa, gerente de Meio Ambiente da Fiemg, mostra reservatório para captar água da chuva, usada na irrigação de jardins e na limpeza (foto: Rodrigo Clemente/EM/D.A Press)

Quem foi previdente tem, em plena crise hídrica, meio caminho andado. Empresas mineiras que apostaram no reaproveitamento de água antes mesmo do problema são exemplo agora de soluções. Da coleta da água da chuva à construção de estações de tratamento, alguns setores mostram que a vontade quase sempre se sobrepõe aos investimentos. Numa construtora de Belo Horizonte, o comprador dos imóveis é quem lucra no fim com economia e reaproveitamento. Além de dispositivos economizadores de água, como descargas com duplo acionamento e sistema automático para mictórios, há cerca de três anos os prédios são entregues com caixas de captação de água pluvial, que serve para alimentar as torneiras do condomínio e ser usada na limpeza das áreas comuns.


“A questão da água é bem antiga e uma preocupação da empresa. Nosso foco é uma ação contínua para beneficiar o cliente e a sociedade como um todo com o reuso”, afirma a engenheira ambiental da PHV Engenharia Juliana Greco. Em Betim, na Grande BH, outra construtora reaproveita a água usada na obra. Filtros de alvenaria escavados no solo recebem por canalização a água que derrama da betoneira durante a produção de argamassa.
De acordo com o diretor de engenharia da AP Ponto, Webert Teixeira, um negócio simples, que funciona bem e com custo irrisório, já que são usados materiais da própria obra: brita e areia. O primeiro equipamento tem brita número 1 e é usado para uma filtração mais grosseira. O segundo tem brita número zero e o terceiro é um filtro de areia para um processo mais minucioso. “A água cai no reservatório totalmente sem resíduo e pode ser reutilizada na produção de nova argamassa, reduzindo bastante o consumo de água para a produção”, diz.


No prédio da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), onde estão sendo comandadas as discussões de reuso de água nas empresas, no Bairro Funcionários, Centro-Sul de BH, os banheiros têm torneiras com fechamento automático e descargas com duplo acionamento. Na construção, foram privilegiados ainda materiais “inteligentes”, como os vidros da fachada, que são revestidos por película autolimpante, que não deixa a poeira assentar e se lava com a água da própria chuva.


A chuva, aliás, é coletada em quatro reservatórios de 10 mil litros para ser usada na irrigação de jardins e na limpeza. “Todas as ações são muito razoáveis e as tecnologias adotadas muito tranquilas. Do ponto de vista de custo, a economia que é feita paga rapidamente o investimento”, afirma o vice-presidente da federação, Teodomiro Diniz Camargos. O gerente de Meio Ambiente da Fiemg, Wagner Soares Costa, lembra que outro diferencial são os jardins suspensos, que, por essa característica, não têm impermeabilização, permitindo que a água excedente da irrigação seja captada.

REDUÇÃO NO CONSUMO Numa fábrica de revestimentos cerâmicos em Santa Luzia, na Grande BH, foi implantada em 2012 a Estação de Tratamento de Efluentes do Setor de Massa para melhorar o processo de tratamento dos efluentes gerados no preparo das massas. Por mês, são tratados 6,3 mil metros cúbicos de resíduos líquidos, reutilizados 100% em circuito fechado nos lavadores de gases e na limpeza do piso e equipamentos. Com o reaproveitamento, houve redução de 50% no consumo de água nova na unidade industrial da Cecrisa.


Uma estação de tratamento de água (ETA) também foi implantada numa indústria de laticínios, que reutiliza ainda 100% da água retirada do leite para abastecimento do setor de caldeiraria. A parte não aproveitada pelas caldeiras passa pela ETA, que tem capacidade para tratar 460 metros cúbicos de água por dia, recebe substâncias químicas para se tornar potável, e serve para a higienização de pisos, tubulações e equipamentos. A Itambé conseguiu, em quatro anos de implantação da estação, reutilizar 356 mil metros cúbicos do líquido, correspondente a 22% de toda a água utilizada na empresa nesse período.

 

REUTILIZAÇÃO
NA INDÚSTRIA
90%
Índice de reaproveitamento de água na siderurgia
80%
Percentual da mineração
60%
Reutilização no setor têxtil
40%
Índice das pequenas empresas que têm algum tipo de ação para reuso da água


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