A série de reportagens “A nova fronteira da sede”, publicada entre 15 e 17 de setembro do ano passado pelo Estado de Minas, é um dos três trabalhos finalistas do Prêmio ANA de Imprensa, promovido pela Agência Nacional das Águas. As matérias dos repórteres Mateus Parreiras e Luiz Ribeiro e do fotógrafo Beto Novaes mostraram que as mudanças climáticas e a degradação ambiental trouxeram o processo de desertificação a extensas áreas do Noroeste de Minas, região conhecida como celeiro do estado pela sua grande produção de grãos e outras lavouras.
Ao todo, os repórteres percorreram 3 mil quilômetros e encontraram uma área degradada total com mais de 180 mil hectares, ou cinco vezes o tamanho de Belo Horizonte. Por causa dos impactos ambientais, rios e nascentes secaram e propriedades rurais foram abandonadas. As veredas do sertão, que inspiraram autores como Guimarães Rosa, agora estão secas, e os buritis, que são árvores que demarcavam esses oásis do agreste, definharam sem água. Até mesmo flagelados de áreas degradadas do semiárido que buscavam refúgio e emprego na região voltaram a conviver com a falta de água e o solo infértil por causa da degradação.