(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Chuvas ainda estão abaixo da média, mas Grande BH já tem prejuízos pelo temporal

Em meia hora de tempestade, inclusive com queda de granizo, cidade enfrenta inundações e desabamentos. Ginásio desmorona e crianças têm de ser removidas às pressas de creche


postado em 29/10/2014 06:00 / atualizado em 29/10/2014 07:15

Junia Oliveira e Landercy Hemerson

(foto: Cristina Horta/EM/D.A Press.)
(foto: Cristina Horta/EM/D.A Press.)

Foram apenas 30 minutos de chuva, mas o suficiente para deixar bairros de Sabará, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, tomados pela lama, ontem à tarde. Também choveu granizo na cidade. Nos bairros Roça Grande e Olaria, os mais atingidos, caíram árvores e parte de uma casa desabou. Apesar dos danos, não houve registro de vítimas. Próximo à linha férrea, pelo menos 50 famílias tiveram as casas alagadas, de acordo a Defesa Civil Municipal.


Os problemas teriam sido causados por bueiros entupidos, que não resistiram à força do temporal que atingiu o município, por volta das 15h30. O secretário Municipal de Defesa Social e coordenador da Defesa Civil, tenente Marcelo Queiróz, informou que no Bairro Roça Grande, os alagamentos ocorreram por causa de um córrego que transbordou. “Havia muitos restos de queimadas, galhos de árvores e lixo entupindo o curso d’água”, disse.

No Bairro General Carneiro, o ginásio da Escola Estadual Juquinha de Almeida desmoronou. Parte do telhado também caiu e o colégio foi temporariamente interditado. Não houve feridos, mas uma tragédia não ocorreu por muito pouco, pois no momento do desabamento os alunos estavam saindo para o recreio. No Bairro Itacolomi, a água atingiu uma creche e as crianças precisaram ser retiradas com a ajuda de professores, segundo os Bombeiros. O imóvel sofreu danos estruturais, mas ninguém ficou ferido. “A orientação é sempre manter os estudantes dentro de sala. Ou, então, liberá-los bem antes ou bem depois de uma chuva forte como essa”, afirmou o tenente Marcelo.

Dona de um bar na Rua Doutor Henrique de Melo, Joaquina Roque Maria da Silva, de 73 anos, passou a tarde retirando a lama que invadiu o espaço. O bar e o açougue ao lado foram tomados pela água, que alcançou meio metro de altura. “Comecei a guardar os objetos, mas não deu tempo. A água veio de uma vez. Subi na mesa e comecei a chorar”, disse.

Um trator estava sendo usado para retirar o barro. No fim da tarde, um caminhão-pipa da prefeitura chegou ao local para ajudar na limpeza. Funcionário da administração municipal, o eletricista Ari Alexandre da Silva, de 46, estava pronto para largar o serviço quando a chuva começou. Ele também foi para a rua e pegou em pás e enxadas para tirar a lama. “Em um momento deste, não tem jeito: a gente tem que ajudar.”

No Bairro Olaria, a sala e o quarto da casa da faxineira Janaína Janete Pinto, de 41 anos, na Rua Ricardino, vieram abaixo. A moradora se recusou a sair do local e a Defesa Civil precisou interferir para retirá-la. No momento do acidente não havia ninguém em casa. Vizinhos informaram que o desabamento foi causado também por um bueiro entupido, localizado na Rua Magnólia, acima da Rua Ricardino.

“O vizinho notificou a prefeitura mas nada foi feito. Não houve vazão nem de água e nem barro, por isso, o muro caiu e desceu tudo para a parte de baixo”, disse Eliete de Souza, de 34. O aposentado Ivanico Clementino Silva, de 74, também reclamou: “A prefeitura começou o serviço e largou. O bueiro está cheio de manilhas. Vem uma chuva dessas e ficamos nessa situação.”

Na noite de ontem, o Corpo de Bombeiros informou que havia na cidade várias solicitações para cortes de árvores caídas sobre ruas e avenidas, muros, telhados de casas e fiações elétricas. Os militares estavam atendendo as demandas de acordo com a prioridade. Além de Sabará, choveu granizo em Nova Lima e em Betim, ambas na Grande BH.

Chuvas ainda abaixo da média
De acordo com Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), choveu entre 25 e 49,9 milímetros na região de Sabará. O meteorologista Ruibran dos Reis, do Instituto ClimaTempo, considerou alto o volume concentrado. Mas, segundo ele, em relação a outubro, este ano o nível de precipitação ainda está abaixo da média, de 123 milímetros. “Na Região Metropolitana de BH choveu pouco mais de 50 milímetros até agora”, explicou.

A capital, apesar da chuva de ontem à tarde, também pode fechar o mês com precipitações abaixo da média. De acordo com o ClimaTempo, choveu até o momento o equivalente a apenas 47% do esperado para outubro.

Ruibran informou que hoje pode chover forte no Norte de Minas e nos vales do Jequitinhonha e Mucuri. O calor retorna em boa parte do estado, com máximas acima de 30°C na capital e 36°C no Triângulo Mineiro. Nova frente fria chega no domingo e volta a chover nas regiões Central, Sul e Zona da Mata.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)