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Estado de Minas

Névoa seca que cobre e sufoca BH pode piorar nos próximos dias

Associação entre baixa umidade e muitas queimadas estaciona nuvem de poluentes sobre a região e derruba qualidade do ar. Previsão de onda de calor histórica pode agravar situação


postado em 17/10/2014 06:00 / atualizado em 17/10/2014 06:37

Serras queimadas, calor e névoa sobre a capital: combinação de risco (foto: Euler Júnior/EM/D.A PRESS)
Serras queimadas, calor e névoa sobre a capital: combinação de risco (foto: Euler Júnior/EM/D.A PRESS)

Moradores da Região Metropolitana de Belo Horizonte foram surpreendidos nos últimos dias por uma névoa seca que cobre boa parte das casas e prédios. A situação – que pode piorar nos próximos dias, com a previsão de uma onda de calor histórica – é causada por clima seco e excesso de queimadas, segundo a Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam). Os impactos sobre a vida das pessoas são diretos, já que o ar vem sendo considerado de má qualidade, de acordo com medições de três das 11 estações de monitoramento da Grande BH. Em Betim, o Índice de Qualidade do Ar (IQA) apontou a taxa de 207, uma dos piores nos últimos anos. A partir de 100 a situação já é considerada inadequada pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama).

Dados da Feam e da Prefeitura de BH mostram que nos dias 14 e 15 a situação ultrapassou os limites considerados aceitáveis. Na capital, as duas estações de monitoramento de responsabilidade da administração municipal apontaram IQA inadequado na terça-feira, data do último relatório disponível. A estação do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), na Região Centro-Sul da capital, registrou índice de 157, enquanto o posto do Centro Mineiro de Referência em Resíduos, na Região Leste da cidade, marcou 171. Em setembro, por exemplo, a média do índice foi 58, considerada regular. Nos 29 dias de medição, os números foram bons ou regulares em 28. Em um, a qualidade foi considerada inadequada.

Na região metropolitana, a situação nos últimos dias foi ainda pior, conforme as estações da Feam. Uma delas, na Prefeitura de Betim, registrou IQA de 207, o que levou a classificação a chegar ao índice de “má qualidade”. Em todos esses casos, a taxa é medida pela concentração de cinco poluentes, mas os que mais se destacam na Grande BH são o ozônio e o material particulado.

Segundo o gerente de Monitoramento e Qualidade do Ar da Feam, Flávio Daniel Ferreira, o ozônio é liberado a partir da reação química da radiação solar com o óxido de nitrogênio, cuja liberação principal vem da queima de combustíveis fósseis. Já o material particulado é a poeira proveniente de diversas atividades. Ferreira explica ainda que duas variantes principais exercem influência sobre a qualidade do ar: clima e emissão de poluentes. Nessa relação, segundo Flávio Ferreira, nos últimos dias houve uma situação jamais verificada nos sete anos em que trabalha na área.

“Tivemos uma seca extrema e estável, pois não ventava e nem chegava umidade. Por outro lado, aumentaram muito as emissões, puxadas pelas queimadas que se espalharam pelo estado. Isso gerou um bolsão de poluentes sobre toda a Grande BH e o Norte de Minas”, diz o gerente. Ontem, apesar de o nevoeiro ainda ter sido registrado em BH, houve melhora na qualidade geral do ar.

Mas, segundo o instituto Climatempo, a grande massa de ar quente que domina o interior do país se intensifica ainda mais de hoje a domingo. Com o ar estagnado, cidades que já atingiram recordes de temperatura podem bater novas marcas, em alguns casos chegando a 45°C.


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