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Estado de Minas

Saiba o que precisa ser feito pelas concessionárias nas BRs de Minas Gerais

Demandas para as quatro rodovias variam de acordo com a estrada, mas um ponto já preocupa as concesssionárias: número de radares definido pela ANTT é insuficiente


postado em 11/08/2014 06:00 / atualizado em 11/08/2014 07:30

Na BR-040, entre Congonhas e Lafaiete, a principal preocupação é a circulação intensa de caminhões de transporte de minério(foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press - 16/06/14)
Na BR-040, entre Congonhas e Lafaiete, a principal preocupação é a circulação intensa de caminhões de transporte de minério (foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press - 16/06/14)


As quatro rodovias federais que passam por Minas incluídas na terceira etapa das concessões rodoviárias no Brasil têm perfis diferentes e, apesar de a duplicação ser a maior demanda de três delas, já que a BR-050, no Triângulo Mineiro, está praticamente duplicada, os gargalos demandam ações específicas. No caso da BR-040, a população espera que a manutenção constante transforme o trecho marcado pela mineração, entre BH e Conselheiro Lafaiete, em uma via com boas condições de trânsito, com asfalto de qualidade e sinalização compatível. Na BR-050, o excesso de velocidade aliado à falta do cinto de segurança, principalmente no banco de trás, preocupa a empresa que venceu o leilão. Já na concessão das BRs 153 e 262, a maior preocupação é com o trânsito constante de caminhões que cruzam o país pela 153. A duplicação dará condições para os veículos transitarem com mais segurança.

Alvo de inúmeras críticas, o trânsito constante de caminhões de minério entre Congonhas e Conselheiro Lafaiete, na Região Central, contribui para a deterioração da BR-040. O desgaste do asfalto é comum, com o aparecimento de trincas que muitas vezes se transformam em buracos. Além disso, a sinalização fica bastante prejudicada nesse trecho. As placas cobertas de minério e as faixas com a pintura apagada deixam os motoristas confusos. Quem precisa trafegar à noite sofre ainda mais, pois há carência de equipamentos refletivos (olhos de gato) para orientar os motoristas.

Clique e saiba quais são as empresas que passaram a administrar estradas federais no estado(foto: Arte EM)
Clique e saiba quais são as empresas que passaram a administrar estradas federais no estado (foto: Arte EM)
Em nota, a Via 040 afirma que em 3 de julho começou a recompor o asfalto e a melhorar a sinalização entre o km 586 (Itabirito) e o km 632 (Conselheiro Lafaiete). As intervenções contemplam correções de degraus e ondulações na pista e a instalação de novas placas, além da colocação de olhos de gato por todo o trecho e pintura das faixas. Para reduzir a violência na rodovia, onde 243 pessoas morreram em 2013, segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), a Via 040 aposta na separação física das pistas por meio da duplicação como “um dos meios mais eficazes para a redução de acidentes graves, uma vez que evita as colisões frontais. Em cinco anos, a concessionária realizará intervenções em 702 quilômetros, com duplicações e readequações de pistas”, diz o texto.

A BR-050 já está praticamente toda duplicada, desde a divisa com Goiás, em Araguari, até a divisa com São Paulo, em Uberaba, ambos no Triângulo Mineiro. A MGO Rodovias aguarda a entrega dos primeiros 59 quilômetros do trecho, pois o Dnit ainda tem ajustes a fazer para terminar a ampliação de capacidade em pontos específicos desse trecho. Em pouco mais de um mês de operações de apoio ao usuário, técnicos da empresa já perceberam a necessidade de uma campanha de educação de motoristas relacionada ao uso do cinto de segurança. “No banco traseiro, quase todo mundo anda sem cinto. Sabemos que os casos de ejeção da pessoa acontecem porque ela estava sem o dispositivo de segurança”, diz Luiz Fernando Devico, gerente de operações da MGO.

POUCOS RADARES Outro alvo de uma campanha de conscientização, segundo Devico, será a questão da velocidade. “É comum as pessoas rodarem no trecho a 140km/h ou 150km/h. Durante a temporada de chuvas temos muitas saídas de pista”, diz ele. O gerente de operações afirma que apenas quatro radares estão previstos para o trecho, de mais de 400 quilômetros, conforme contrato estabelecido com a ANTT. “É uma quantidade muito pequena, por isso sabemos que sem o apoio da PRF é muito difícil ter um resultado concreto”, diz ele.

O diretor-presidente da Concebra, empresa responsável pela concessão das BRs 060, 153 e 262, Odenir Sanches, diz que o maior gargalo está na 153, por conta do movimento grande de caminhões que cruzam o país e usam rodovia com muita frequência. “O carro pequeno quer ultrapassar de qualquer maneira na pista simples, pois encontra muitos caminhões no seu caminho. Dessa forma acontecem as colisões frontais, com danos potencializados pela velocidade no momento da batida”, diz ele. Sanches também faz coro com a MGO para dizer que são poucos os radares previstos em contrato, 14 no caso da Concebra. “É importante a fiscalização da PRF, pois, normalmente, o motorista diminuiu a velocidade em cima dos radares fixos e volta a acelerar depois”, completa.

Na BR-262, o Dnit ainda é responsável pela execução de serviços(foto: Paulo Filgueiras/EM/DA Press)
Na BR-262, o Dnit ainda é responsável pela execução de serviços (foto: Paulo Filgueiras/EM/DA Press)


Dnit ainda com obras em alguns trechos

Apesar de as concessões já estarem valendo para as BRs 262, entre Betim (Grande BH) e Campo Florido, (Triângulo Mineiro), 153, entre as divisas de Minas Gerais com Goiás e São Paulo (Triângulo), 050, entre Uberaba e Araguari, (Triângulo), e 040, ligando o limite com Goiás (Noroeste) até Juiz de Fora (Zona da Mata), algumas obras em andamento ainda estão sob a responsabilidade do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Entretanto, de acordo com a assessoria de imprensa do órgão em Minas Gerais, os contratos referentes a manutenções em trechos concedidos já foram revogados e a responsabilidade pelos reparos é da concessionária responsável por cada trecho.

Atualmente, a maior intervenção está na BR-262, no entorno de Nova Serrana, na Região Centro-Oeste de Minas. O objetivo é adequar a travessia urbana do município, que cresceu muito nos últimos anos, à rodovia, com a construção de trevos de acesso aos bairros com viadutos e alças de retorno. A obra é parte das intervenções de duplicação da estrada entre Betim e Nova Serrana. A previsão do Dnit é que os trabalhos sejam concluídos até 31 de dezembro.

Outra ação do Dnit ainda em curso em área concedida é o fim da duplicação da BR-050 em Araguari, no Triângulo. A expectativa é que o procedimento também chegue ao fim até dezembro. Segundo a MGO Rodovias, concessionária responsável pela 050, o trecho que não foi entregue vai oficialmente do km 0 ao km 65, entre os municípios de Araguari e Uberlândia, mas faltam pequenos ajustes para o fim da obra do governo e início dos trabalhos da empresa nesse segmento. A última obra é a implantação de vias marginais e acessos no entroncamento das BRs 262 e 050 na área urbana de Uberaba. O investimento é do Dnit e a execução é da prefeitura do município, que não informou quando os trabalhos serão concluídos.

Segundo o inspetor Aristides Júnior, da PRF, a corporação já opera seus equipamentos de radar em todas as rodovias concedidas e mesmo com a privatização continuará usando os aparelhos móveis. “Os radares fixos irão apenas se somar à fiscalização que já é feita pela PRF”, diz Júnior. A reportagem fez contato com a ANTT para comentar as críticas ao baixo número de radares fixos, mas não obteve retorno.


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