Pela proposta dos moradores, a Patagônia e a Haiti, entre as praças Alasca e Nelson Proença de Gouvea no sentido Belvedere, teriam mão única. Para o trecho inverso, saindo do Belvedere para o Sion, a sugestão é para que a Rua Correias, hoje sem saída, seja aberta até o encontro com a Avenida Celso Porfírio Machado. Assim, será criado novo acesso ao Belvedere.
“É bem-vinda qualquer mudança que alivie os congestionamentos no caminho para os bairros da Região Centro-Sul, pois o trânsito fica congestionado o dia inteiro”, afirma o presidente da presidente da Associação dos Amigos do Bairro Belvedere, Ubirajara Pires Glória, que defende obras ainda mais estruturantes, como alças e viadutos, para melhorar a mobilidade na região.
Há seis anos morando na Patagônia, o funcionário público Jurandir Persichini descreve a intensificação dos engarrafamentos na via. “Quando cheguei, a circulação já era difícil, mas foi ficando ainda pior porque mais e mais prédios foram construídos e a frota aumentou. As mudanças nas ruas Patagônia e Correias trariam grande alívio”, disse.
Da janela de casa, o engenheiro aposentando Paulo Roberto Menezes Blanc, de 72, acompanha a luta diária de motorista para conseguir passagem na Patagônia. “É preciso negociar o tempo todo. Entrar com o carro em garagem, passar pela contramão ou dar ré até conseguir que o outro veículo passe”, diz. Para ele, que já evita sair de casa de carro, as mudanças sugeridas seriam a melhor saída para o bairro.
CONTRÁRIO
Há, no entanto, quem não concorde com as propostas feitas à BHTrans. Moradores da Rua Correias temem que a abertura da rua mude o perfil sossegado da via. “Um dos principais motivos para vir para cá foi a tranquilidade. Com o fluxo vindo do Belvedere, o barulho e o movimento serão insuportáveis”, teme o professor aposentado Ricardo Léo Ribeiro, que mora há um mês e meio na Correias.
Segundo a BHTrans, no mês passado, a empresa apresentou à comunidade sugestões de mudança no trânsito do Sion. O novo planejamento foi feito a partir de reunião com os moradores, em dezembro, quando a BHTrans propôs fazer um estudo sobre o transporte e o trânsito na região. A proposta era para transformar as ruas Santa Fé (entre Patagônia e Groenlândia) e Patagônia (entre Haiti e Nicarágua) em mão única, o que foi refutado pela população por atrapalhar a microcirculação local.
Ainda segundo o órgão, desde então foi intensificada a fiscalização das regras de estacionamento e do transporte coletivo como forma de promover melhorias na fluidez de veículos e dos coletivos. Sobre a abertura da Correias, a empresa informou que esta é uma obra estruturante e de competência da Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap). O órgão foi procurado na noite de ontem, mas ninguém foi encontrado para falar sobre o assunto.