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Estado de Minas

PM promete fechar cerco aos cambistas que agem nos pontos de venda da Fifa

Seis cambistas já foram presos em BH desde o início do Mundial. Polícia diz que vai reforçar abordagens após denúncia feita pelo Estado de Minas


postado em 24/06/2014 06:00 / atualizado em 24/06/2014 07:09

Ingressos na mão: de forma discreta, argentinos agem em shopping (foto: Mateus Parreiras/EM/D.A Press )
Ingressos na mão: de forma discreta, argentinos agem em shopping (foto: Mateus Parreiras/EM/D.A Press )
A ação livre de cambistas nos locais de troca de ingressos da Fifa, denunciada pela reportagem do Estado de Minas no sábado, será alvo da Polícia Militar, que tem a orientação do comando para fazer mais abordagens, conforme o porta-voz da corporação, o tenente-coronel Alberto Luiz Alves. Pelo Estatuto da Copa do Mundo da Fifa 2014, a comercialização dos ingressos fora do sistema oficial é considerada infração cível e criminal, mesmo sendo vendido pelo mesmo preço adquirido e sendo a única entrada da pessoa.

“O patrulhamento foi alertado e serão feitas abordagens em situações suspeitas. Se alguém for flagrado vendendo ingresso, por exemplo, essa pessoa será orientada que não pode fazer isso na rua. Se insistir, vamos conduzi-la à delegacia. Se identificarmos muitos ingressos com um indivíduo, vamos prendê-lo”, afirma o policial. Mesmo assim, ontem, a reportagem voltou a encontrar cambistas estrangeiros agindo nos postos de troca oficiais, onde quem comprou ingressos pela internet retira as entradas.

Até hoje, apenas seis cambistas foram detidos em BH, flagrados na semana do primeiro jogo, entre Colômbia e Grécia. Nas partidas seguintes não foram registradas mais ocorrências de cambismo. “Dentro da área restrita da Fifa esse registro foi zero. O policiamento é tão intenso que não sobra espaço”, afirma.

ESTRATÉGIA No Boulevard Shopping, no Bairro Santa Efigênia, na Região Leste de BH, funciona um dos pontos de retirada de ingressos da Fifa. Como na sexta-feira, ontem a reportagem do EM encontrou cambistas argentinos negociando quatro entradas para o jogo de hoje no Mineirão, entre Inglaterra e Costa Rica. O trio queria R$ 600 cada, vendida regularmente por R$ 180. Mas ao contrário dos que agiram nos dias anteriores, o grupo de ontem era mais discreto. Avaliavam possíveis ameaças e fregueses sem expôr os ingressos.

Um deles estava escorado numa das pilastras do estacionamento de onde podia ver quem entrava. Outro integrante ficava mais afastado, perto do circuito de acesso para carros. O terceiro, que se apresentou como Adrián, tinha o trabalho de abordar quem queria comprar os tíquetes. O jovem de cabelo loiro e camisa laranja, que aparentava menos de 30 anos, repetia a frase “para vender, para vender”.

Perguntado se tinha ingressos ele respondeu com mais uma pergunta: “Inglaterra? R$ 600. Temos quatro. São da categoria 3 (setor que custa R$ 180, atrás do gol)”. Para ver se é possível negociar o preço, a resposta foi de que nos interessam dois ou três, mas seria preciso pegar mais dinheiro, porque o plano era pagar R$ 300 cada entrada. “Um pouquinho mais, um pouquinho mais”, responde. Ele então mostra vantagens de se adquirir com ele os tíquetes: “São todas em sequência. Senta uma pessoa do lado da outra”.

Ao pedir para ver os ingressos o rapaz chama o colega que veste a camisa do Brasil. De dentro da mochila o argentino que chegou tira as cartelas emendadas umas às outras e diz que poderia esperar por 10 minutos até que trouxéssemos o dinheiro. Não havia policiais por perto.

 


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