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Estado de Minas

Jovens ficam 17 horas perdidos durante passeio na Serra do Rola-Moça

Apesar do susto, turma pretende fazer outra caminhada na região


postado em 10/05/2014 06:00 / atualizado em 10/05/2014 07:03

Daniel Falabella de Castro, de 22 anos, e Pedro Fontoura Barroso, de 21, dizem que vão se preparar melhor para a próxima vez(foto: BETO NOVAES/EM/D.A PRESS)
Daniel Falabella de Castro, de 22 anos, e Pedro Fontoura Barroso, de 21, dizem que vão se preparar melhor para a próxima vez (foto: BETO NOVAES/EM/D.A PRESS)


"Mesmo depois do que passamos, posso dizer que foi legal. E, anota aí: daqui a um mês, no máximo, vamos fazer tudo de novo, só que mais preparados, para não ficarmos perdidos.” Foi assim que o estudante de engenharia mecânica Pedro Fontoura Barroso, de 21 anos, resumiu a aventura que ele e o amigo, o designer gráfico Daniel Falabella de Castro, de 22, viveram por mais de 17 horas na Serra do Rola-Moça, no limite de Belo Horizonte e Brumadinho, até serem resgatados por um helicóptero do Corpo de Bombeiros.

A saga dos rapazes, com direito a fogueira no meio do mato, muito frio, medo de “ataques de lobos-guará” e até lanças improvisadas para se defender dos bichos, começou na quinta-feira à tarde e se estendeu até as 8h de ontem, quando eles foram içados por cordas para a segurança da aeronave dos bombeiros. "A gente resolveu fazer o passeio pela Serra do Rola-Moça logo que acordamos. Preparamos as mochilas, com agasalhos, câmera fotográfica, água, barras de proteína e vitaminas, um facão e o celular, e fomos tentar comprar uma lanterna, mas não conseguimos encontrar o produto. Mesmo assim, decidimos ir", disse Pedro.

Por volta das 15h, eles começaram a descer a parte de trás do Condomínio Retiro das Pedras, com a proposta de chegar até Casa Branca, distrito de Brumadinho. A ideia era fazer um vídeo do passeio, para postar em um canal que eles têm no YouTube. Logo, enfrentaram a primeira dificuldade: a descida íngreme e perigosa. Mesmo assim, foram em frente e caminharam por cerca de três horas, até chegar ao alto de uma montanha.

"Começou a chover, a gente não sabia por onde descer, e o Pedro resolveu usar o celular para pedir socorro aos bombeiros", conta Daniel, que está com os braços cheios de arranhões produzidos pela vegetação da Serra do Rola-Moça. No primeiro contato com os bombeiros, a expectativa era de que a dupla fosse resgatada ainda no começo da noite de quinta-feira, mas isso não foi possível. Os rapazes desceram para um vale, onde não podiam ser avistados pelo helicóptero.

No meio do mato, com a noite chegando, os dois ouviam o barulho da aeronave, mas nada podiam fazer. Com medo da escuridão e de possíveis ataques de animais selvagens, tomaram três providências: acenderam uma fogueira, que só se manteve por poucas horas, usaram o facão para improvisar duas lanças e dormiram de costas um para o outro, para reagir caso surgisse algum imprevisto. De vez em quando, disparavam a máquina fotográfica para que o flash iluminasse a área onde estavam e lhes desse a certeza de que não havia nenhum perigo nas proximidades.


Helicóptero do Corpo de Bombeiros resgatou os dois rapazes, que pediram socorro pelo celular, no início da manhã de ontem(foto: CORPO DE BOMBEIROS/REPRODUÇÃO)
Helicóptero do Corpo de Bombeiros resgatou os dois rapazes, que pediram socorro pelo celular, no início da manhã de ontem (foto: CORPO DE BOMBEIROS/REPRODUÇÃO)


ALÍVIO DE MANHÃ Pouco depois das 2h, ouviram de novo o helicóptero, mas não puderam fazer nada, pois estava escuro demais. Pela manhã, quando perceberam que as buscas haviam sido reiniciadas, Daniel e Pedro acenderam uma fogueira, a cobriram com folhas verdes, o que provocou uma grande nuvem de fumaça, e finalmente foram vistos pela equipe de resgate dos bombeiros. Foi a alternativa que encontraram, pois o celular já não tinha bateria.

Como a área onde estavam era de difícil acesso, o último momento de emoção veio quando o helicóptero, sem poder pousar por causa do terreno acidentado, pairou sobre eles, e a equipe de resgate, usando cordas, desceu até o chão. Pedro e Daniel foram presos aos equipamentos de salvamento e içados até a aeronave. De lá, como estavam muito bem e não precisavam de atendimento médico, foram levados até o Retiro das Pedras, de onde voltaram para casa, em BH.

Quanto ao planejamento da futura caminhada, Pedro assegura que vai cuidar de todos os detalhes. Vai comprar a lanterna para garantir iluminação à noite, um isqueiro capaz de resistir ao vento e até uma barraca, caso se percam novamente e tenham que passar a noite no mato. Sobre a experiência necessária a esse tipo de aventura, o estudante se mostra confiante e diz que, por ter morado alguns anos em um sítio, está apto a repetir o feito.

NÃO FIQUE PERDIDO
Dicas para fazer passeios ecológicos sem transtornos
Avise sua família sobre o passeio e diga quando pretende retornar
Antes da caminhada, verifique as condições do tempo
Leve sempre mochila com alimentação, líquido, equipamento de comunicação e lanterna
Planeje a rota e consulte mapa e roteiro durante a viagem
Busque trilhas “batidas” ou siga um curso d’água, para ter referência
Não faça caminhadas e atividades de exploração sozinho. O ideal é estar em grupos
Em áreas desconhecidas, procure sempre um guia
Evite bebidas alcoólicas
Oriente-se por sons conhecidos (carros, fábricas, sirenes etc ).
Deixe marcas de sua passagem que possam indicar o seu caminho
Não corra na mata
Acampe longe de árvores de galhos grandes e secos, principalmente durante ventanias
Caso necessário, ligue 193 (Corpo de Bombeiros)
FONTE: Corpo de Bombeiros


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