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Estado de Minas

Internações mais caras ao SUS em MG são de vítimas de acidentes em carros de passeio

Balanço da Secretaria de Estado de Saúde sugere que os acidentes mais letais são os que envolvem carros de passeio


postado em 05/05/2014 06:00 / atualizado em 05/05/2014 07:37

A imprudência, comum na ruas e nas estradas, é uma das principais causas das tragédias que matam e levam à internações (foto: Túlio Santos/EM/DA Press )
A imprudência, comum na ruas e nas estradas, é uma das principais causas das tragédias que matam e levam à internações (foto: Túlio Santos/EM/DA Press )


As internações por acidentes de trânsito que custam mais caro ao SUS em Minas são as de motoristas e passageiros de carros de passeio, segundo dados do Ministério da Saúde reunidos pela SES. Entre janeiro e 6 de fevereiro deste ano, essa categoria rendeu 435 internações, ao custo médio de R$ 2.567 cada, mais que a média geral de R$ 1.679 para as 3.651 internações no mesmo período. Já as entradas de motociclistas (condutores e passageiros) custou R$ 1.667 cada e as de ciclistas, R$ 1.665,40. As de pedestres ficaram em R$ 1.355,89.

O balanço da SES sugere que os acidentes mais letais são os que envolvem carros de passeio. Nos primeiros 37 dias do ano, 23 ocupantes desses veículos que foram internados acabaram morrendo, média de um caso a cada 19 internações. No caso dos pedestres, 16 não sobreviveram, média de um óbito por 55 internações. Outros 29 mortos eram motociclistas, média de um a cada 58 internações. No mesmo período, as 32 internações de ocupantes de veículos pesados resultaram em apenas um óbito. “Para acabar com essa guerra, o poder público deve ter mais rigor na punições dos infratores”, afirma Paulo Resende.

A mestranda em filosofia Regina Sanches Xavier, de 22, sentiu de perto os efeitos dessa guerra. Em 10 de janeiro, o pai dela, o empresário Osvaldo Xavier da Silva, de 53, partiu em um Fiat Uno de Matozinhos, na Grande BH, com destino a Montes Claros, no Norte do estado, para participar da festa de formatura de um filho. Por volta das 15h daquela sexta-feira, o motorista, empregado de Osvaldo, tentou ultrapassar um veículo na BR-135 e se chocou com uma carreta que rodava no sentido contrário. O condutor sobreviveu com escoriações, assim como uma irmã de Osvaldo. Ele e a mãe, Maria Helena Xavier, morreram.

“Fica um trauma. É ausência, é...”, diz Regina, interrompendo-se. “Só quem perdeu alguém no trânsito sabe o quanto é perigoso. As pessoas deveriam ser mais cautelosas”, acrescenta ela, que mora em BH e estuda na UFMG. Nove dias depois de perder o pai e a avó, a moça publicou um texto de despedida em seu perfil no Facebook: “Eu queria escrever sem chorar. Não brigue comigo, estou chorando. Por favor, preciso chorar. Quero gritar pela morte trágica que você teve. Dentro de mim chora, meu rosto chora, minha alma chora”, lê-se em um trecho. “Queria ser a filha da qual você tivesse orgulho. Eu queria o melhor para você, como você queria o melhor para mim”.

Apesar do aumento de 81,38% no total de internações entre 2008 e 2013, a quantidade de mortes entre os internados se manteve estável no período. Em 2008, houve 526, apenas duas a mais que as 524 do ano passado. “A tendência é que haja cadz vez mais acidentes e menos mortes, ao menos nas vias urbanas. Quanto mais veículos há nas ruas, há mais engarrafamentos, redução na velocidade média e menos colisões relacionadas com altas velocidades”, diz Paulo Resende.

CAMPANHA Para tentar reduzir os acidentes no trânsito, órgãos públicos, empresas particulares e outras organizações da sociedade civil se uniram e promovem a primeira edição do movimento Maio Amarelo, que tem atividades marcadas em ao menos 10 estados e no Distrito Federal, como palestras, passeatas, panfletagem e blitze educativas feitas em parceria com a Polícia Militar. “O objetivo é fazer a população pensar de maneira mais efetiva em segurança no trânsito. Queremos cobrar do governo que se posicione com mais firmeza sobre o problema. Falta investimento em campanhas educativas e na segurança nas vias”, diz uma das apoiadoras do movimento em Minas, a diretora de autoescola Roberta Torres.

Em Minas, há blitze educativas marcadas para o dia 12 de maio em Abaeté, na Região Central, em Governador Valadares, no Vale do Rio Doce, e em Pouso Alegre, no Sul, segundo Roberta. “Estamos querendo fazer um encontro na Praça da Liberdade no mesmo dia, para distribuir panfletos e abordar as pessoas, mas ainda estamos tentando autorização junto à prefeitura”, diz.


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