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Estado de Minas

Médico acusado de realizar três abortos na cidade de Campo Belo vai a júri popular

De acordo com o promotor Carlos Eduardo Avanzi de Almeida, responsável pela acusação, o julgamento é um dos primeiros casos contra profissionais de saúde acusados desse tipo de crime


postado em 29/04/2014 16:08 / atualizado em 29/04/2014 16:45

Um médico acusado de praticar ao menos três abortos em Campo Belo, na Região Centro-Oeste de Minas Gerais, vai a júri popular. O julgamento, que é considerado um dos primeiros casos contra profissionais de saúde acusados deste tipo de crime, será realizado na próxima terça-feira. William Salume Maia responde o processo em liberdade e também conseguiu, na Justiça, o direito de continuar exercendo as atividades. Caso seja condenado, poderá pegar até 12 anos de prisão.

De acordo com o processo, as três vítimas passaram pelos procedimentos dos médicos em 2005 e 2006. “Os fatos foram denunciados pelas duas secretárias dele. Elas estranharam que as grávidas faziam uma ou duas consultas e depois não apareciam mais para continuar o tratamento”, explica o promotor de Justiça Carlos Eduardo Avanzi de Almeida, responsável pelo caso.

Os abortos aconteciam na clínica do médico. “O procedimento de curetagem era feito em um outro hospital de Campo Belo”, comenta o promotor. Nas investigações, três mulheres foram identificadas e duas delas confessaram. “Elas narram com riqueza de detalhes como foi o procedimento, como ocorreu e qual foi a conduta dele (o médico). Uma delas, mesmo dizendo que não se lembrava muito, disse que pagou entre R$ 800 e mil reais”, explica o promotor.

O médico William Maia e as três grávidas foram denunciadas pelo MP. Porém, apenas o profissional de saúde vai a júri popular, pois as mulheres foram excluídas do processo, uma vez que houve a prescrição do crime, reconhecida pela Justiça.

O médico nega o crime. Ele chegou a ser suspenso do exercício da medicina, mas conseguiu na Justiça o direito de voltar a trabalhar. Um dos argumentos, conforme o promotor, é que os fatos ocorreram em 2005 e 2006 e não havia informações de que ele continuava a praticar os crimes até este ano.

O promotor Carlos Almeida afirma que este tipo de juri popular com acusações de aborto contra médicos é raro. “Tanto quem faz o aborto e quem se submete tentam esconder os fato. Então é difícil descobrir quem realizou e quem passou por um aborto. No aborto todo mundo quer ocultar. Isso dificulta, por isso essa situação é raríssima”, disse.

O julgamento está marcado para a próxima terça-feira, a partir das 9h, no Fórum Rafael Magalhães, em Campo Belo.


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