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Estado de Minas

Casal de Bugio resgatado depois de levar choque dá à luz filhote em cativeiro

Os macacos são da espécie Alouatta Fusca, que está em extinção, de acordo com Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama)


postado em 28/03/2014 14:25 / atualizado em 28/03/2014 17:31

Casal está junto no Zoológico da Usipa desde 2013 quando estavam em tratamento(foto: Jane Aguiar/ Centro de Biodiversidade da Usipa (Cebus))
Casal está junto no Zoológico da Usipa desde 2013 quando estavam em tratamento (foto: Jane Aguiar/ Centro de Biodiversidade da Usipa (Cebus))

O nascimento de um filhote Bugio (Alouatta fusca) - macaco da fauna brasileira ameaçado de extinção -, pode ser considerado uma história de superação. Os pais do primata se conheceram enquanto eram tratados no Zoológico da Associação Esportiva e Recreativa Usipa, em Ipatinga, no Vale do Aço, depois de levarem um choque elétrico em momentos distintos. A fêmea chegou a ter um aborto, mas em 8 de março conseguiu dar à luz filhote, na segunda gravidez.

A história de amor do casal primata começou em 2013. A macaca Chiquinha estava em tratamento no Centro de Biodiversidade da Usipa (Cebus), como é chamado o zoo, depois de sofrer um choque elétrico na região de Timóteo, em 2007. “A fêmea devia ter sido tratada por algum morador, porque chegou aqui com a alimentação bastante alterada. Fizemos um trabalho de enriquecimento ambiental para tirá-la do estado de apatia, pois ela parecia ser autista. Não reagia e não se comunicava com as atividades que fazíamos”, explicou a bióloga Cláudia Diniz Pinto Coelho.

O tratamento de Chiquinha foi longo. A fêmea reagiu e mostrou considerável melhora com a chegada de Barbudo, em 2013. O macho foi levado para o zoológico depois de também encostar em um fio de alta tensão, em Ipatinga. “Nossa região é de muita mata. Estamos vizinhos ao Parque Estadual do Rio Doce. Basta apenas atravessar um rio. Na época de seca, esses animais costumam passar pelo manancial até andando, pois formam grandes bancos de areia. Muitos deles acabam parando próximo ao zoológio, onde existe uma área de mata. Com a proximidade da área urbana, muitos têm contato com rede elétrica e também acabam atropelados”, conta Coelho.

Para o casal, os ferimentos sofridos acabou em uma história de amor. Logo que tiveram os primeiros contatos, os primatas cruzaram e Chiquinha engravidou. Porém, sofreu um aborto. “Na segunda vez, ela conseguiu levar a gestação até o fim, para nossa surpresa. Pois não temos no zooológico um local adequado para eles, que aguardam serem transferidos pelo Ibama”, comenta a bióloga. “Mas, acho que agora não sei se vão embora. Com a reprodução, vamos buscar apoio para construir um recinto adequado para eles”.

O sexo do filhote ainda é desconhecido, pois ele está na fase em que fica nas costas dos pais. Isso deve continuar até o desmame, que deve ocorrer em agosto.

Filhote ainda segue nas costas dos pais(foto: Jane Aguiar/ Centro de Biodiversidade da Usipa (Cebus))
Filhote ainda segue nas costas dos pais (foto: Jane Aguiar/ Centro de Biodiversidade da Usipa (Cebus))
Curiosidades sobre o macaco

A espécie é conhecida por pelo menos três nomes - Bugio, Macaco Ruivo e Gritador Barbado-, dependendo da região. Aqui no Brasil, eles vivem em áreas de mata atlântica, que se estende da Bahia até o Rio Grande do Sul. São animais de hábitos diurnos, que vivem em florestas úmidas e se alimentam de folhas e frutos.

Uma das características mais marcantes da espécie é a vocalização. O Bugio produz um som muito alto, que pode ser ouvido por até cinco quilômetros de distância. O período de gestação varia entre 185 a 195 dias com o nascimento de apenas um filhote, que pesa em torno de 130 gramas ao nascer.


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