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Estado de Minas

Participação dos cidadãos é essencial para melhoria da condições da água, dizem especialistas


postado em 28/03/2014 06:00 / atualizado em 28/03/2014 08:36

Esgoto lançado sem tratamento em curso d'água: necessidade de conscientização popular é consenso na busca pela conservação (foto: Túlio Santos/EM/D.A Press 3/7/12)
Esgoto lançado sem tratamento em curso d'água: necessidade de conscientização popular é consenso na busca pela conservação (foto: Túlio Santos/EM/D.A Press 3/7/12)

O longo período de estiagem em Minas preocupa especialistas, comunidades e presidentes dos comitês de bacias hidrográficas, certos de que é vital a participação da população na hora de preservar os recursos naturais. “É preciso que todos os moradores se preocupem com a qualidade das águas, não jogando lixo nas margens e no leito, evitando formar lixões à beira dos rios e cuidando para conservar o que temos”, disse ontem o presidente do Comitê da Bacia do Rio Santo Antônio, afluente do Rio Doce, Felipe Benício Pedro. Ele participou do lançamento do Mapa de Qualidade das Águas elaborado pelo Instituto de Gestão das Águas (Igam), no auditório da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg).

Atento a todos os índices e explicações, Felipe explicou que os comitês devem ser valorizados para atuar em defesa dos recursos naturais. “Todos devem fazer o uso legal e consciente da água. Devemos lembrar ainda que os rios também são canais de veiculação de doenças hídricas, daí ser necessário o controle redobrado, para mantê-los em boa qualidade.”

Moradora de Águas Vermelhas, na Região Norte, a 760 quilômetros de Belo Horizonte, a presidente do comitê do Rio Mosquito e demais afluentes do Rio Pardo (divisa com a Bahia), Mariete Maria das Virgens, também destacou a participação das comunidades. “Os problemas são comuns a todos os rios e a falta de tratamento de esgoto é um dos principais”, afirmou. Ela lembrou que o uso inadequado do solo, o excesso de agrotóxicos e a falta de fiscalização pioram a situação de muitos rios. “É necessário o compromisso do poder público municipal, mas a carga de responsabilidade deve ser dividida, pois os recursos das prefeituras são muitos escassos.”

Mesmo com todas as ameaças, Mariete não perde a esperança. “É o que temos para ver os nossos rios limpos e perenes. No ano passado, a estiagem foi tão longa que o Rio Pardo secou. Felizmente, em dezembro choveu muito e agora o nível está dentro do desejado”, disse. Conforme o Índice de Qualidade das Águas (IQA) das bacias hidrográficas, o Rio Pardo manteve o percentual de 45% (2012 e 2013) na categoria “bom”, embora com 5% (2013) na “ruim”. Com a pior evolução entre todos, o Rio Jequitinhonha teve queda no índice “bom” de 51% (2012) para 40% (2013), redução de 43% para 41% no “médio” e aumento de 6% para 19% no “ruim”.

AGRESSÕES

Durante a apresentação do Mapa de Qualidade das Águas, a diretora-geral do Igam, Marília Melo, explicou que a situação dos rios das Velhas e Paraopeba, que cortam municípios da Região Metropolitana de Belo Horizonte, se encontra estabilizada. Em outras regiões há fatores de risco, como o uso de agrotóxicos ao longo do Rio Paranaíba; falta de saneamento nas bacias do Doce e do Pardo; presença de cianeto no Mucuri, em função do plantio de eucalipto e outras espécies; de chumbo e arsênio, no Rio Doce, por causa da mineração, e no Paraíba do Sul, pelas tinturarias e indústria têxtil. No São Francisco, a pressão ainda vem do garimpo, atividades agrícolas e outras. De maneira geral, há outras preocupações, como a destruição de matas ao longo das margens, processos erosivos e manejo inadequado do solo.

O Mapa das Águas é elaborado desde 1997, inicialmente pela Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam) e a partir de 2001 pelo Instituto Mineiro de Gestão das Águas. Em 2005, começou também a análise das águas subterrâneas. Os principais objetivos são conhecer e avaliar as condições da qualidade das águas superficiais, divulgar a situação para os usuários, apoiar metas de qualidade, fornecer subsídios para planejamento da gestão dos recursos hídricos, verificar a efetividade de ações de controle ambiental implantadas e propor prioridades de atuação.

Em 2013 houve um aumento no número de pontos de coleta de águas superficiais, que passou de 570 para 600. A rede básica de monitoramento conta atualmente com 544 estações de amostragem distribuídas nas bacias hidrográficas dos rios São Francisco, Grande, Doce, Paranaíba, Paraíba do Sul, Mucuri, Jequitinhonha, Pardo, Buranhém, Itapemirim, Itabapoana, Itanhém, Itaúnas, Jucuruçu, Peruípe, São Mateus e Piracicaba/Jaguari.


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