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Estado de Minas

Grupo Engenheiros da Alegria trabalha na melhoria de escolas, creches e asilos de BH

Inspirada pelo trabalho de outras ONGs, a proposta dos idealizadores é despertar em qualquer sujeito de boa intenção o interesse em construir algo de valor ao próximo.


postado em 10/03/2014 06:00 / atualizado em 10/03/2014 08:29

Jefferson da Fonseca Coutinho

(foto: Beto Magalhaes/EM/D.A Press)
(foto: Beto Magalhaes/EM/D.A Press)

A parede amarela com marcas de mãos abertas simboliza a ação de mutirão do bem. Ao fundo, no concreto, 18 pneus velhos suspensos são tratados para receber as flores. O piso foi reformado, a árvore antiga recebeu cercado de proteção e os murais dos corredores ganharam nova decoração. Mais à frente, no pátio, o desenho da solidariedade: um capacete amarelo de operário sobre um nariz vermelho e um sorriso da boa vontade. A Escola Estadual Marechal Deodoro da Fonseca, no Bairro Santa Inês, Região Leste de Belo Horizonte, não é mais a mesma depois da passagem, em dezembro, do Grupo Engenheiros da Alegria. Inspirada nos Doutores da Alegria e no Jogo Oásis – tecnologia social de transformação –, a organização mineira sem fins lucrativos foi criada em 2011 por um grupo miúdo de estudantes. Hoje, o Engenheiros da Alegria conta com 30 lideranças e 2 mil participantes em rede social. No coletivo pelo bem não são apenas estudantes de engenharia. Desde o início, a proposta dos idealizadores é despertar em qualquer sujeito de boa intenção o interesse em construir algo de valor ao próximo.

Na Escola Marechal Deodoro da Fonseca, o diretor Lauro Washington Maciel, de 49 anos, se diz impressionado com a ação. No Bairro Santa Inês, em encontros intercalados com direito a árvore de sonhos – espaço para dar voz ao coração –, servidores, professores, pais, alunos, amigos e vizinhos colocaram a mão na massa pelo bem comum. “É surpreendente. Um grupo de jovens que deixa a família, o conforto de casa, para se dedicar com paixão a uma comunidade que não é a deles. É muito gratificante ver essa entrega”, ressalta.

Um presente para a escola pública, que comemora meio século. Das sementes de exemplo deixadas no quintal da Rua Campanário já começam a brotar desdobramentos. Um deles, que envolve todos os alunos e servidores, é o “Quem ama, cuida”, pela manutenção responsável da revitalização realizada em dezembro. Pelas paredes da escola, além do brilho e da beleza das novas cores, recados curtos para toda a vida: “Espalhe amor”.

O Engenheiros da Alegria não pretende apenas “arrumar a casa” de escolas, creches e asilos. A ideia desses garotos solidários, que têm entre 18 e 25 anos, é alcançar a boa atitude continuada. Thiago Raydan, de 21, um dos fundadores do grupo, não consegue esconder o orgulho da iniciativa. “Tudo que foi feito aqui foi o coletivo. O propósito do Engenheiros da Alegria já não é só do grupo. É de todo mundo. O que era proposta de dois, três, agora é de 400, de 500. Sonhar junto faz bem”, sorri. Thiago, tocado pelas ações sociais iniciadas em 2011, acabou deixando o sétimo período de engenharia ambiental para se dedicar às aulas de psicologia.

VONTADE DE AJUDAR

Gabriela Rezende, de 20, outra idealizadora da organização, também trocou a engenharia. Agora, faz arquitetura. “Alguns amigos da engenharia sentiam a necessidade de fazer algo que fosse além da universidade. A gente sentia falta de abertura para participar de outros grupos de ações sociais que já existiam. Então, criamos o nosso, aberto para quem se interessar em ajudar”, sorri.

Luiza Andrade, de 23, estudante de medicina, diz que foi tocada pelas fotos que viu da Oficina de Brinquedos na comunidade Eliana Silva, no Bairro Santa Rita, na Região do Barreiro. Hoje, é uma das lideranças. Ela comenta o orgulho dos pais com as ações da organização, que trabalha com doações de suprimentos e parcerias. Harley Godinho Bessa, de 23, desde 2011 abraçou o propósito. Nascido em Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri, o estudante de engenharia fala em “corrente do bem” e na importância do bom exemplo.

Entre as lideranças, uma futura engenheira elétrica quer mais. Júlia Vitória, de 21, gostaria de ver outros companheiros do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (Cefet-MG) envolvidos na ação social. “Sempre que posso estou com a camisa do grupo para atrair mais pessoas para a causa. É um trabalho muito gratificante. A gente distribui, mas recebe muitos sorrisos também”, diz.


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