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Estado de Minas

Menos de 1% do total diário de lixo produzido em BH é destinado à reciclagem

Cooperativas reclamam que caminhões compactadores usados para o lixo comum estão sendo aplicados na coleta seletiva


postado em 21/01/2014 06:00 / atualizado em 21/01/2014 07:10

Elis Regina Sivério Pinho, de 42 anos, reclama da compactação do material reciclável(foto: BETO MAGALHÃES/EM/D.A PRESS)
Elis Regina Sivério Pinho, de 42 anos, reclama da compactação do material reciclável (foto: BETO MAGALHÃES/EM/D.A PRESS)

No momento em que ensaia aumentar a coleta seletiva, Belo Horizonte dá um passo atrás no serviço prestado nos 30 bairros da capital. De um lado a Superintendência de Limpeza Urbana (SLU) divulga resultado de edital para contratar consultoria para melhorar a reciclagem e anuncia expansão para mais seis áreas; do outro, cooperativas que recebem o material da SLU queixam que, há 15 dias, caminhões compactadores usados para o lixo comum estão sendo aplicados na coleta seletiva. O resultado é perda de pelo menos um terço do material recolhido, que já não é muito. Menos de 1% do total diário de 3,5 mil toneladas (30t) de resíduos produzidos em BH são destinados à reciclagem.

“O uso dos caminhões compactadores em vez do baú é um retrocesso. Os materiais chegam misturados até com lixo comum e isso compromete o resíduo todo”, afirma a presidente da Cooperativa Central Solidária dos Trabalhadores de Materiais Recicláveis de Minas Gerais (Redesol), Neli Medeiros. Ontem, representantes das cooperativas foram à reunião na SLU para tratar do problema. Segundo Neli, isso de deveu à troca da empresa de coleta. “Vemos que não foram capacitados para esse serviço. Eles põem no caminhão tudo que veem na rua. Estamos com o comprometimento de 30% dos recicláveis, que acabam indo para o aterro sanitário”, afirma Neli.

Integrante da Cooperativa Solidária dos Recicladores e Grupos Produtivos do Barreiro e Região, Elis Regina Silvério Pinho, de 42 anos, 10 dedicados à reciclagem, está preocupada com a situação. “O vidro vem todo quebrado, o material todo fedorento. As comidas, óleos e líquidos que as pessoas deixam no recicláveis amassam e sujam o resto todo. Estamos nos machucando com esses cacos. O trabalho não rende e o galpão está com um cheiro horrível. Várias pessoas já ficaram doentes”, conta.

A ansiedade toma conta dos trabalhadores. “Nossa bolsa reciclagem depende do peso do material que fazemos a triagem”, comenta Elis Regina, que suspeita que a troca foi feita para diminuir o custo do serviço. “Com os compactadores, eles só fazem uma viagem, enquanto que com o caminhão-baú são três”, diz. A chefe do Departamento de Planejamento da SLU, Izabel de Andrade, confirma o uso dos compactadores, mas não dá detalhes da motivação da troca. “O grau de compactação desses caminhões é diminuído para a coleta seletiva. Fizemos um monitoramento na semana passada e não detectamos nada de diferente em relação ao que é feito com o caminhão-baú”, afirma.

EXPANSÃO Em meio à confusão, a SLU publicou no fim de semana resultado do edital para contratar consultoria para estudar formas de melhorar a coleta seletiva, no valor de R$ 258 mil. “Esse estudo vai fazer um diagnóstico de todo o sistema e apresentar uma proposta para otimizar o serviço”, explica Izabel de Andrade. Em março, a SLU prevê também a ampliação do serviço para mais seis áreas, com a publicação de novo contrato de operação do serviço. Na Região Oeste, serão incluídas parte dos bairros Alto Barroca, do Barroca, Grajaú e Betânia. No Barreiro, integrarão o sistema o Bairro Cinquentenário e parte do Bairro das Indústrias. “Para aumentar a coleta, temos também que estudar o desejo das pessoas em aderir”, afirma Izabel.


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