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Estado de Minas

Moradores voltam para prédios no Cruzeiro, mas não escondem preocupação

Eles temem possível risco de novos problemas no solo da região


postado em 02/01/2014 00:12 / atualizado em 02/01/2014 07:45

Landercy Hemerson e
Mateus Parreiras



Maria do Carmo Neves, bancária aposentada(foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press)
Maria do Carmo Neves, bancária aposentada (foto: Paulo Filgueiras/EM/D.A Press)

Ainda desconfiados e sem dormir direito na primeira madrugada do ano, alguns moradores dos 16 apartamentos interditados dos prédios das ruas Cabo Verde e Muzambinho, no Cruzeiro, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, começaram a retornar para suas casas. Desde o dia 26, eles estavam desalojados pela Coordenadoria Municipal de defesa Civil (Comdec), depois do afundamento da Rua Cabo Verde, devido à queda do muro de arrimo de um prédio no local. No fim da tarde da terça-feira, os edifícios foram desinterditados pela Comdec, depois de vistoria no aterro feito para estabilizar o terreno, pela construtora responsável pela obra.

“Estou retornando aos poucos, tentando conviver com o buraco e achar que ele não vai nos engolir”, disse a pediatra Maria de Fátima Ribeiro Castro, de 55 anos, que ontem à tarde voltou para casa. Num primeiro momento ela deixou os filhos adolescentes com o ex-marido. “Vou começar a organizar as coisas no apartamento. Retornei pois confio na vistoria da Defesa Civil. Desde o dia 18, quando surgiram os sinais mais fortes do deslocamento do solo, tenho vivido um drama. Não há o que comemorar nesse retorno, mas admito que a sensação é de alívio, já que nós pensamos até na perda do patrimônio”, concluiu.
A bancária aposentada Maria do Carmo Neves, de 62, retornou ainda na noite de terça-feira para o apartamento na esquina das duas ruas, onde passou a virada de ano com um casal de filhos adultos. “Não foi uma noite tranquila. Só consegui dormir quando o dia começou a raiar, porque aí a gente tinha a certeza de que não ia mais chover. Não dá para ficar nessa situação de insegurança”, disse. Nem todos os moradores tiveram coragem de retornar para suas casas, mesmo com a recomendação da Comdec. Das 16 famílias desalojadas, apenas cinco haviam retornado até o fim da tarde de ontem.

A bancária Selma Carvalho Costa de Lacerda, de 48, é subsíndica de um dos edifícios e preferiu continuar na casa dos pais. Ontem, os pais dela, o bancário Pedro Dias de Carvalho, de 77, e a dona de casa Paula Porto de Costa Carvalho, de 72, foram até a rua para ver como estava o prédio onde a filha morava. “O que vejo é que ainda não houve uma solução final e segura para estabilizar o barranco. Isso só ocorrerá com a construção de um muro de arrimo. E isso tem de ser feito logo, antes que as chuvas voltem”, disse o bancário.

INTRANQUILIDADE
“Os moradores estão intranquilos. Ninguém quer ficar fora de casa, mas não dá para abrir a janela e ver um buraco que engoliu a rua ameaçar a sua segurança num dia chuvoso. O poder público deveria ter fiscalizado essa obra no lote e não o fez. Agora tem de garantir a segurança de todos”, disse Paula.

Agentes da Comdec vão ficar de plantão na região, orientando pedestres e motoristas a não passar pelo local, já que apesar de não haver movimentações de solo, ainda há risco, já que um grande buraco se formou e tragou parte da Rua Cabo Verde, que continua interditada. Muitas pessoas que passam pelo local param para ver os estragos. Os técnicos informaram que as obras no terreno, que provocou avarias nos edifícios devem durar cerca de 70 dias. 


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