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Estado de Minas

A duas semanas do Natal, voluntário tem apenas 500 presentes para distribuir a crianças


postado em 11/12/2013 06:00 / atualizado em 11/12/2013 07:37

Angústia toma conta do Papai Noel ao ver vazio o cômodo reservado para guardar os presentes (foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)
Angústia toma conta do Papai Noel ao ver vazio o cômodo reservado para guardar os presentes (foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)
Os tempos estão difíceis para o bom velhinho. A duas semanas do Natal, a angústia toma conta do Papai Noel ao ver vazio o cômodo reservado para guardar os presentes que serão doados no dia 25. Há 18 anos, o presidente da Federação das Associações de Pais e Alunos das Escolas Públicas de Minas Gerais (Fapaemg), Mário de Assis, cumpre o ritual sagrado de distribuir cerca de 7 mil brinquedos, guloseimas, material escolar e de higiene pessoal arrecadados a crianças e adultos no almoço natalino do Restaurante Popular, na Unidade I, no Barro Preto, Região Centro-Sul de Belo Horizonte. Este ano, ele estará lá, mas ainda não sabe em quais circunstâncias. Até agora, as doações não passaram de 500 itens e resta ao Papai Noel fazer o apelo: “As pessoas carentes esperam. Doem presentes e ganhem luz e vida para o ano inteiro”.

Em outros tempos, a uma hora dessas, a turma da Fapaemg já teria recebido quase 4 mil artigos e estaria a todo o vapor, embrulhando presentes e preparando a entrega durante a festa Natal sem Fome, Natal da Alegria, promovida pela Prefeitura de Belo Horizonte no Restaurante Popular. Este ano, o almoço chega à 20ª edição, com a meta de servir 5 mil refeições gratuitas. Mas nem todo mundo vai ao evento somente pela ceia, mas à espera do agrado que não chegou em casa, o que deixa Mário ansioso diante da falta de doações.

A maior parte dos presentes, explica o Papai Noel, vem da boa vontade de pessoas comuns. “Sei que há uma crise econômica forte no país. Eu mesmo tive que demitir três funcionários e estou trabalhando sozinho”, conta Mário, que é dono de uma distribuidora e mercearia em Sabará, na região metropolitana. Além do momento econômico, ele acredita que o contexto político e social no país este ano, com as manifestações de junho e julho, influenciou na disposição em ajudar. “Estamos vivendo um momento de descrença e desânimo e o envolvimento com o espírito do Natal está escondido. Peço que as pessoas não deixem essa sensação ruim tomar conta do coração”, afirma Mário.

Interessado nos brinquedos recebidos pelo bom velhinho do Restaurante Popular, o pequeno Gabriel Oliveira, de 10 anos, não gostaria de estar na pele das crianças que podem ficar sem presente. “Ia ficar triste. Natal é felicidade e presente”, define o garoto. Apesar da corrida contra o tempo, Mário mantém a esperança. “Tenho certeza que meu barco não vai afundar, ou melhor, meu trenó não vai cair”, diz. Essa força vem das lembranças dos 18 anos distribuindo presentes. “Já vi menino que escondeu tropeiro no bolso para levar para casa. São crianças de até 100 anos que, de repente, recebem um afago”, conta.

Meta

O Papai Noel continua firme com a meta de arrecadar 7 mil artigos até dia 20. Os voluntários podem doar desde brinquedos novos ou usados em bom estado de conservação, doces, biscoito, além de material escolar e de higiene pessoal. Roupas serão encaminhadas para a Cruz Vermelha. “Quem for doar só precisa lembrar que é para seu irmão mais necessitado”, diz. E, para incentivar os voluntários, Mário repete as palavras da profecia popular: “Ninguém é tão pobre que não possa doar nem tão rico que não precise receber”.

Locais de entrega


- Restaurante Popular (Unidade I) - Avenida do Contorno, 11.484, Barro Preto, das 6h30 às 8h, das 10h30 às 14h e das 17h às 20h.
- Rua Goitacazes, 43 (esquina com Rua da Bahia), Centro, das 8h às 18h
- Rua Panamá, 127, Bairro Nações Unidas, em Sabará, 8h às 18h

 


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