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Estado de Minas

Manifestantes fecham LMG-808 e BR-040 em Contagem

Membros de ocupação perto da Lagoa Várzea das Flores tentam impedir reintegração de posse da área. Grande efetivo da polícia trabalha na região. Outro grupo de cerca de 400 pessoas faz manifestação contra ação de despejo em área ocupada perto da Ceasa Minas


postado em 29/10/2013 07:26 / atualizado em 29/10/2013 11:42

LMG-808, que liga Contagem a Esmeraldas, fechada pelos moradores na manhã desta terça-feira (foto: Paulo Filgueiras/EM DA Press)
LMG-808, que liga Contagem a Esmeraldas, fechada pelos moradores na manhã desta terça-feira (foto: Paulo Filgueiras/EM DA Press)

Moradores que ocupam um terreno no Bairro Tupã, em Contagem, Região Metropolitana de Belo Horizonte, voltaram às ruas na manhã desta terça-feira para mais um dia de protestos contra a reintegração de posse da área que fica às margens da represa Várzea das Flores. Os manifestantes fecharam a LMG-808, que liga Contagem a Esmeraldas. Na BR-040, outro grupo de cerca de 400 pessoas faz manifestação contra ação de despejo da ocupação William Rosa, em área perto da Ceasa Minas. Na rodovia federal, o grupo queimou pneus no km 526 impendido a passagem de veículos nos dois sentidos. Longos engarrafamentos se formaram nas duas estradas.


Desde o início da manhã, centenas de pessoas se posicionaram em uma via de acesso à LMG-808, mas policiais militares montaram um cordão para evitar que eles fechassem a rodovia. Por sua vez, a partir do trecho, os moradores da ocupação posicionaram ônibus no local para tentar impedir a entrada da polícia no terreno.

Policias negociam com manifestantes em Contagem(foto: Paulo Filgueiras/EM DA Press)
Policias negociam com manifestantes em Contagem (foto: Paulo Filgueiras/EM DA Press)
Policiais militares do 18º Batalhão, do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) e do Regimento de Cavalaria foram encaminhados ao local. Apesar da tentativa de bloqueio dos moradores, a polícia conseguiu entrar na área da ocupação passando Bairro Icaivera e os barracões serão removidos. Por volta das 8h30, os manifestantes acabaram seguindo para a LMG-808, que ficou parcialmente interditada.

A prefeitura prometeu receber uma comissão de moradores caso a rodovia seja liberada, mas eles estão irredutíveis. No momento, somente viaturas, ambulâncias ou pessoas com alguma justificativa para não permanecer no bloqueio, como problemas de saúde, são autorizadas pelos manifestantes a passar pela LMG-808.

Em nota, a prefeitura de Contagem informou que o secretário de Defesa Social da cidade, José Rodrigues, está no local acompanhado do procurador Paulo César da Silva e do assessor da Procuradoria, Luciano Novaes. Uma equipe da Secretaria de Desenvolvimento Social e Habitação também acompanha a reintegração de posse, fazendo uma triagem das famílias que não tem para onde ir.

Fechamento na Avenida Severino Balesteros(foto: Guilherme Paranaíba/EM DA Press)
Fechamento na Avenida Severino Balesteros (foto: Guilherme Paranaíba/EM DA Press)


Para motoristas que seguem em direção a Sete Lagoas, a PRF pede que evitem a BR-040 e passem pelo caminho alternativo nas MGs 10 e 424, entrando por Pedro Leopoldo. Por volta de 10h, os moradores fecharam também a Avenida Severino Balesteros, que liga Contagem a Pampulha, em BH. Com um toco de madeira eles impediram que motoristas, tentando fazer o retorno para fugir do congestionamento da BR-040, fizessem o retorno na região. Também montaram a barricadas com pneus em chamas.

Na segunda-feira, cerca de 500 manifestantes fecharam a LMG-808 por quase cinco horas pela manhã. Eles montaram barricadas com pedaços de madeira, pneus, e colocaram fogo para impedir o cumprimento do mandado de reintegração de posse em favor da prefeitura de Contagem. A área de proteção ambiental foi invadida em 2 de novembro de 2012 por 300 famílias.


De acordo com representantes da comunidade, a área estava ociosa. “Já temos mais de 100 casas construídas. Muitos estão inscritos no Programa Minha Casa, Minha Vida e até agora nada”, reclamou o vendedor ambulante Geraldo Gusmão.

Segundo a Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Contagem, o impacto da ocupação é perigoso por causa do desmatamento e das queimadas, que põem em risco o abastecimento da lagoa, que fornece água a 400 mil famílias da Grande BH. A prefeitura informou que abriu cadastro das famílias para um programa de moradia, mas apenas 80 aderiram.

Em nota, a CeasaMinas informou que o terreno da empresa foi invadido em 12 de outubro e que todas as medidas legais cabíveis vem sendo tomadas. Além do pedido de reintegração de posse, encaminhado à Justiça, a Ceasa aguarda a decisão de uma ação de interdito proibitório, para proteger as áreas ainda não ocupadas de possíveis invasões. A área invadida faz parte do projeto de expansão do entreposto, que prevê a implantação de novos empreendimentos comerciais.

(Com informações de Pedro Ferreira)


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