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Estado de Minas

Fieis relembram os 70 anos da morte do beato padre Eustáquio

"Saúde e paz" era a saudação habitual do pároco


postado em 31/08/2013 06:00 / atualizado em 31/08/2013 07:17

Mulher reza e pede uma graça diante da imagem de Padre Eustáquio (foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)
Mulher reza e pede uma graça diante da imagem de Padre Eustáquio (foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)

Um nome ligado à história de Belo Horizonte, à fé do povo mineiro e a muitas ações de solidariedade. O beato padre Eustáquio (1890-1943) deixou marcas no coração de milhares de católicos que, todos os dias, fazem suas orações na Igreja dos Sagrados Corações, na Região Noroeste. Nessa sexta-feira, não foi diferente e cerca de 20 mil passaram pelo templo, onde foram celebradas oito missas, a do meio-dia presidida pelo arcebispo dom Walmor Oliveira de Azevedo. A liturgia lembrou os 70 anos da morte do religioso holandês sepultado em BH em 31 de agosto de 1943. “Ele era o missionário da saúde e da paz, exemplo de solidariedade e esperança”, disse dom Walmor, ao reverenciar a memória do padre.

Desde as 6h, o movimento era intenso dentro e fora da igreja do Bairro Padre Eustáquio. E muita gente queria saber do processo de canonização e relatar graças alcançadas. O provincial da Congregação dos Sagrados Corações e vice-postulador da causa de canonização, padre Marcus Vinícius, explicou o processo está no Vaticano. Assim, não há previsão de quando o sacerdote se tornará santo. “Há sinais de graça na Holanda e no Brasil. Com a beatificação, em 15 de junho de 2006, ele ficou conhecido em todo o país”, afirmou.

Diante do memorial com os restos mortais de padre Eustáquio, o aposentado Walter Vicente Aloísio, de 68, rezou e disse que seu pai era amigo do religioso. “Para mim, ele já é santo.” Do outro lado, a funcionária de uma escola Terezinha Muniz depositou dois buquês e um vaso de flores brancas, simbolizando a paz, e colocou mais dois aos pés da imagem. “Meu advogado, meu avalista e meu protetor”, disse Terezinha. Moradora do Bairro Castelo, na Pampulha, Olívia Ianhez acendeu 10 velas, uma para cada pessoa da família. “Minha mãe se curou de um câncer há 20 anos, quando tinha 33 anos. Está bem e venho agradecer”, afirmou.

VIDA EXEMPLAR
O Dia do Beato Padre Eustáquio, nascido Humberto van Lieshout mostrou a forte identidade dele com o povo da capital. Até chegar a BH, foi uma longa jornada e a história começa em 3 de novembro de 1890. Oitavo dos 11 filhos do casal Elisabeth van de Meulenhof e Guilherme van Lieshout, ele nasceu no povoado holandês de Aarle-Rixtel. Aos 5 anos, entrou para a escola infantil do Instituto São José. Depois foi para a escola latina de Gemert.

Em Gemert, Humberto, com quase 15 anos, foi convidado por um padre para estudar no seminário. Em 1905, o pai o entregou aos cuidados do padre superior do seminário Congregação dos Sagrados Corações de Jesus e Maria, em Grave, na Holanda. O jovem se interessou pela vida do padre belga Damião de Veuster, religioso da congregação, morto na ilha de Molokai, no Havaí, em 1889, conhecido como apóstolo dos hansenianos e beatificado pelo. papa Joãop Paulo II em 1995 sob o nome de Damião de Molokai.

PIONEIRO
Em 1913, Humberto iniciou o noviciado em Tremelo, Bélgica, terra natal do beato Damião. Como era costume, recebeu o nome o nome de Eustáquio. Em 1914, soldados alemães invadiram a casa do noviciado. Estourava a Primeira Guerra Mundial e, para evitar violência, os padres enviaram os noviços à casa paterna. Eustáquio foi para o convento de sua irmã freira, em Beek, na Holanda. Tempos depois, atendeu o chamado da congregação e voltou a Tremelo, onde, em 1915, fez votos religiosos temporários. Depois de cursar filosofia, em Grave e Tilburg, em 1916, foi morar no seminário maior de Bavel para cursar teologia. Em 18 de março de 1918, fez votos perpétuos.

Conforme as pesquisas de José Vicente de Andrade, biógrafo de padre Eustáquio, em 1924 ele foi nomeado pioneiro da província holandesa da congregação na América do Sul, com os padres Gil van den Boogaart e Matias van Rooy. Embarcaram para o Brasil a convite do bispo de Uberaba (MG), dom Antônio de Almeida Lustosa, que procurava institutos religiosos europeus que pudessem oferecer padres para suprir a carência de clero no sertão brasileiro. Em 1925, zarparam do porto de Amsterdam rumo ao Rio de Janeiro.

Depois do desembarque no Rio, padre Eustáquio seguiu para a Paróquia de Nossa Senhora da Abadia, em Romaria, então chamada Água Suja, no Triângulo. Apreciador de santuários e incentivador de peregrinações, ele se sentia feliz por estar no lugarejo e começou a pesquisar os fundamentos da devoção a Nossa Senhora da Abadia. Certo de que estava no Brasil para trabalhar, se entrosou com a comunidade e ajudou necessitados. Sempre de batina branca, tornou-se amigo das crianças e as reunia para catecismo e jogos.


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