O edital prevê o uso da nova nomenclatura e da identidade visual nas estações de transferência, espaços de circulação, pontos de ônibus e terminais. A marca e a identidade do BRT de Belo Horizonte, identificado pela cor verde limão, foram desenvolvidas pela agência gaúcha Verdi Design. Desde fevereiro de 2012 a empresa trabalha no desenvolvimento do projeto, sob a supervisão da BHTrans, mas ainda não confirma oficialmente nem o nome nem a cor a serem adotadas pelo Move, o que deve ocorrer no fim deste ano ou início do ano que vem, com a apresentação formal do sistema de transporte.
O fechamento do pacotão para compra dos cerca de 400 ônibus do Move ainda não foi definido pelos consórcios operadores da capital. Isso deverá ocorrer em setembro, segundo os sindicatos das empresas de ônibus de Belo Horizonte e da Grande BH, o que é confirmado por fornecedores.
Mudança tardia
Segundo Gouvêa, para que o Move comece a operar sem gerar transtornos, um elaborado plano de comunicação deve ser colocado em prática pela BHTrans, de preferência em um fim de semana, para que a assimilação das novas linhas pelos passageiros não ocorra em dias úteis ou horários de pico. “Um dos problemas que tivemos com a implantação do Probus, em 1982, foi a assimilação do usuário. A população nunca entender muito bem a identidade visual composta de paralelogramos na pintura, de acordo com as avenidas do itinerário. Desta vez, além de um visual claro e didático, a mudança deve ser feita da forma mais tranquila possível, de preferência no fim de semana, quando o movimento é menor”, afirmou.
Além disso, o especialista afirma ser fundamental que a BHTrans indique em cada veículo o número da linha antiga. Esse procedimento foi adotado pela Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas (Setop) na alteração da numeração das linhas dos ônibus metropolitanos, há cerca de três anos. “Um plano de comunicação, com distribuição de folhetos em áreas estratégicas é indispensável, pois qualquer mudança gera confusão para o usuário.”
Ônibus já têm o primeiro atraso
As obras dos corredores exclusivos e estações para o sistema Move foram previstas no conjunto de intervenções de mobilidade para a realização das copas das Confederações (2013) e do Mundo (2014), como parte do pacote de incentivos federais para as cidades-sede dos jogos. Contudo, todos os prazos atrasaram em Belo Horizonte. Os corredores de transporte rápido por ônibus da Cristiano Machado, da Antônio Carlos/Dom Pedro I/Vilarinho e da Santos Dumont/Paraná, deveriam ter sido concluídos a tempo da primeira competição, que serviu de teste para o Mundial, mas atrasaram muito.
O corredor da Cristiano Machado deveria ter ficado pronto primeiro, em outubro de 2011. Em seguida, o sistema da Antônio Carlos seria finalizado, em setembro daquele ano. As estações finais do Centro tinham promessa de entrega para junho do ano passado.
De acordo com a última previsão feita pelo prefeito Marcio Lacerda (PSB), as obras devem terminar em dezembro e os testes operacionais ocorrerão entre fevereiro e março do ano que vem, poucos meses antes da Copa do Mundo.
O custo total das intervenções é de R$ 818 milhões. As cinco estações programadas para redistribuir os ônibus que entram e saem do sistema também enfrentaram problemas, sendo que as de São Gabriel e Pampulha chegaram a ter licitações suspensas no ano passado. Nos corredores Antônio Carlos e Cristiano Machado, estruturas já construídas tiveram de ser destruídas devido a problemas de projeto.
