Uma segunda-feira em que o Brasil parou. E o anúncio do dia de levantes aconteceu em Belo Horizonte. Já na hora do almoço, estudantes e sindicalistas tomaram as ruas da capital mineira em protestos que fecharam a Praça Sete, no Centro, e reuniram em um só coro campanhas salariais e gritos de indignação contra o custo do transporte público na cidade, a interferência da Federação Internacional de Futebol (Fifa) no país e os altos custos para a realização da Copa das Confederações. Cerca de dez mil pessoas participaram do movimento organizado pela internet e marcharam, durante toda a tarde, cortando a Avenida Antônio Carlos rumo ao Mineirão, na Pampulha.
Durante a caminhada que pretendia chegar ao Mineirão, os momentos de maior tensão aconteceram durante os bloqueios da Polícia Militar. Desde o início do movimento, ainda no Complexo da Lagoinha, os manifestantes mostraram a intenção de realizar um protesto pacífico. No entanto, quando chegaram em frente a UFMG, alguns estudantes tentaram furar o bloqueio da PM, que revidou com bombas de gás lacrimogênio e balas de borracha.
A tensão entre manifestantes e policiais havia começado mais cedo, quando ocorreu um primeiro bloqueio dos policiais, antes do cruzamento da Avenida Antônio Carlos com o Anel Rodoviário de BH. Mas o estopim só veio mesmo na porta da universidade. Alguns manifestantes se feriram gravemente durante o confronto.
No fim do dia, o protesto também tomou conta de outras cidades brasileiras, como Rio de Janeiro, Brasília e São Paulo, que foi palco, na última sexta-feira, de um confronto violento entre Polícia Militar e estudantes. Nesta segunda-feira, o grupo voltou a se concentrar na capital paulista.
No Rio de Janeiro, os manifestantes invadiram o Theatro Municipal. Já em Brasília, um grupo de 300 pessoas subiu no teto do Congresso, onde protestou com tochas.
Mais BH. Na capital mineira, a imagem do grupo de 10 mil pessoas atravessando o Complexo da Lagoinha deu o tom da adesão ao movimento.