(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Professora acredita que artesanato será salvação de prédio


postado em 20/05/2013 06:00 / atualizado em 20/05/2013 08:02

Para a professora dona Branca, o prédio deve se tornar um novo tipo de equipamento, como casa de cultura(foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)
Para a professora dona Branca, o prédio deve se tornar um novo tipo de equipamento, como casa de cultura (foto: Beto Novaes/EM/D.A Press)


Na sala de sua casa, dona Branca, de 75 anos, escreve livros, consulta papéis que guardou ao longo da vida, confere fotos e visita o passado de vez em quando. “Adoro história, ações ligadas à conservação do patrimônio cultural, enfim, preservação da memória”, diz a senhora simpática, formada em 1955 como professora primária no Instituto de Educação de Belo Horizonte. Ela abre uma gaveta e retira, com cuidado, o diploma guardado com o maior carinho.

Empenhada na luta pela preservação do imóvel, edificado quando Antônio Carlos de Andrada (1870-1946) era presidente de Minas (de 1926 a 1930) e Francisco Campos (1891-1968), nascido em Dores do Indaiá, secretário de Interior, dona Branca acredita que a arte será a salvação do prédio. “Trabalhei lá entre 2001 e 2007 e sentia um certo estranhamento. Quando menina, passava em frente à cadeia e ouvia os presos gritando pedindo cigarros. Ficou essa lembrança. Acho que o prédio poderia abrigar um centro de artesanato, se tornar um novo tipo de equipamento, como havia a Casa de Cultura José Ribeiro Machado, um escritor e intelectual de renome”, sugere. A professora não poupa palavras de elogio: “A arquitetura encanta e se impõe. A fachada romana, com imponente escadaria, remete ao equilíbrio e à beleza das edificações artísticas das grandes praças da Roma antiga, os ex-foros, ostentando colunas e nobres capitéis”.

COBERTURA O movimento para sensibilizar a comunidade e o poder público foi deflagrado há quatro anos, pelo arquiteto José Ozório Caetano, de família dorense e preocupado com a preservação do patrimônio da cidade. “Eu e um engenheiro fizemos uma vistoria geral na edificação, uma das poucas em estilo genuinamente neoclássico de Minas, e constatamos que a cobertura, por estar com sua estrutura de madeira bastante comprometida, precisa ser substituída. Por serem muito antigas e comprometer o madeiramento, as telhas também deverão ser trocadas. Só essa parte demanda recursos financeiros enormes”, afirma o arquiteto, certo de que é preciso o envolvimento de toda a comunidade na luta pela conservação. José Ozório destaca que, há cinco anos, fez campanha, bem-sucedida, para que o governo restaurasse a Escola Normal Francisco Campos, antiga Escola Normal Oficial, construída pelo filho ilustre da cidade, que foi também ministro da Justiça no governo Getúlio Vargas.

CINCO TEMPOS DA HISTÓRIA

» 1928 – Empresa Lapertosa Impelizieri, tendo como encarregado de obras o italiano Felício Damiani, constrói o prédio inicialmente destinado ao funcionamento do fórum da comarca. No entanto, a construção se torna cadeia pública regional
» 1983 – Cadeia pública de Dores do Indaiá é desativada por empenho do então prefeito Geraldo Marques. Outra unidade, de menor porte, é construída
» 1984 – Em 4 de março, Marques recebe do estado as chaves da cadeia. No mesmo ano, começa a funcionar no local a Casa de Cultura José Ribeiro Machado
» 1988 – Prefeitura passa a ocupar o prédio da antiga cadeia regional
» 2009 – Em 31 de julho, pelo Decreto nº 22, o prédio é tombado pelo município


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)