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Estado de Minas

Mãe é presa por torturar o filho tetraplégico em Rio Acima

Ao delegado, a mulher afirmou que prefere a morte a cuidar do próprio filho e admitiu agredí-lo há mais de um ano


postado em 07/05/2013 22:22 / atualizado em 07/05/2013 23:31

Aos 25 anos ele sofreu um acidente que o deixou tetraplégico. Restabeleceu apenas mínimos movimentos em um dos braços. Além do trauma e das limitações, suportou, em silêncio, por mais de um ano, constantes agressões físicas e psicológicas cometidas por quem mais deveria protegê-lo – a própria mãe. No limite da dor, o rapaz decidiu, enfim, denunciar o caso e pedir socorro. Sua genitora, Tilma das Graças Teles, de 53 anos, foi presa nesta terça-feira em Rio Acima, na Grande Belo Horizonte. Ela será indiciada por tortura e, se condenada, poderá cumprir pena de 2 a 8 anos de reclusão.

O rapaz, que terá o nome preservado, tem hoje 27 anos. Cansado de apanhar sem a menor possibilidade de defesa, conseguiu enganar a mãe e fazer com que ela ligasse a câmera do computador e, assim, registrou uma das muitas agressões. Mesmo com o vídeo gravado, ele ainda titubeou e não a denunciou. Mas, nesta terça-feira foi agredido severamente mais uma vez e chamou a polícia com o uso de um aparelho celular adaptado à sua condição. O caso impressionou até mesmo o delegado da cidade.

“Quando comecei a assistir ao vídeo, que tem cerca de 15 minutos, pensei que pudesse ser um ato de raiva da mãe. Ela o agride uma vez, sai de perto, depois o agride de novo, arremessa objetos. È muito triste”, comenta o delegado Ésio de Jesus Viana. O que mais impressionou o policial foi o depoimento de Tilma. “Ela demonstra indiferença ao filho e disse que prefere a morte que cuidar dele”, destaca.

A vítima, segundo o delegado, apresentava vários ferimentos pelo corpo. Ele disse aos policiais que é agredido desde que deixou o hospital após sofrer o acidente que o fez perder os movimentos de braços e pernas, em dezembro de 2011. Não denunciou a mãe por medo de ficar sozinho, já que não tem irmãos nem pai. Uma cuidadora foi contratada para acompanhá-lo e, conforme o próprio rapaz, só soube do que ocorria recentemente e foi proibida por ele de revelar as torturas. “Ele temia o abandono. Só vivem os dois. E parece que ele ainda temia pela própria segurança com relação a alguns parentes da mãe, com quem não se dá bem”, ressaltou o delegado Ésio.

Tilma passará a noite presa na delegacia de Rio Acima e depois será encaminhada ao Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp) Sul. O rapaz ficou sob os cuidados da enfermeira que o acompanha. Uma assistente social foi chamada para acompanhar o caso e a prefeitura será acionada para dar suporte a ele. “Foi uma decisão muito difícil para ele e todo apoio possível é necessário neste momento”, comentou o delegado.


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