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Estado de Minas

Expansão da área de preservação da Serra da Moeda é comemorada

Mais de 8 mil pessoas se reúnem na Serra da Moeda para ato de comemoração da expansão da área preservada na região. Monumento Natural Mãe-D'água passou a ter 500 hectares


postado em 22/04/2013 06:00 / atualizado em 22/04/2013 06:42

Flávia Ayer



O que há seis anos era um ato de protesto, desta vez, foi a comemoração da proteção de parte da Serra da Moeda. Ontem, milhares de pessoas subiram a montanha, em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, para celebrar, com um grande abraço, a expansão do Monumento Natural Mãe-D’água, que garante a proteção de 500 hectares e 31 nascentes do maciço. O evento ocorreu próximo à pista de voo livre da região, incluída nos oito quilômetros de extensão da unidade de conservação. Mas, além de festejar as conquistas, o abraço cobrou ações de preservação em outras áreas ainda vulneráveis, como a Serra do Gandarela e a Estação Ecológica de Fechos, alvos da expansão da mineração.

Atendendo à reivindicação da organização não governamental (ONG) Abrace a Serra, o prefeito de Brumadinho, Antônio Brandão, assinou em março decreto que aumenta de 150 para 500 hectares a área do Monumento Natural. O título impede o uso direto dos recursos naturais e também proíbe que, na zona de amortecimento, ao redor, haja atividades que comprometam a recarga hídrica das nascentes e a biodiversidade. Na Bacia do Rio Paraopeba, a região conhecida como Serrinha fica na transição entre mata atlântica e cerrado, sendo encontradas vegetações ameaçadas, como os campos rupestres.

“Sabemos que há muita pressão contra o decreto porque inviabiliza a atividade minerária na região e agora nossa luta é pela manutenção da proteção e a aprovação de projeto de lei estadual com a criação do monumento natural”, afirma a presidente da ONG, Beatriz Vignolo. Secretário de Planejamento de Brumadinho, José Bones assegura a preservação da região conhecida como Serrinha. “Ao ser decretada monumento natural, a Mãe D’água passa a compor o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (Snuc) e esse decreto só pode ser revogado por lei”, ressalta Bones.

De acordo com a organização do evento, a sexta edição do abraço teve adesão recorde, ultrapassando o público de 8 mil pessoas. Grávida de seis meses, Ana Lúcia Moura, de 23 anos, moradora de BH, fez questão de comparecer com os dois filhos, de 1 e 3 anos. Também estavam presentes grupos de congado e quilombolas da região, além dos moradores de condomínios, como o Retiro do Chalé.

“Este é um patrimônio de toda a população e estou aqui porque quero que meus filhos também possam passear aqui futuramente”, conta Ana Lúcia, balançando a bandeira da preservação. “Esta serra é a minha sobrevivência, é onde nasci e moro com minha família”, ressalta o agricultor familiar Itamar Ferreira, de 39, morador da comunidade Toca da Mina, em Brumadinho. Para Thiago Pressotti, de 11, preservar o meio ambiente é importante. “A gente tem que saber valorizar outras coisas, além do minério”, destaca o garoto, que foi abraçar a montanha com a família e o cachorro, Zem.

REFORÇO E a semente da preservação plantada na Serrinha se expande para outros trechos da Serra da Moeda. Durante o abraço, o prefeito de Nova Lima, Cássio Magnani Júnior, o Cassinho, anunciou a criação do Monumento Natural Serra da Calçada, trecho da Moeda situado entre o Bairro Jardim Canadá e o Condomínio Alphaville. A área de 3,8 mil hectares já é tombada pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha). “Consideramos que a proteção ainda é frágil e o monumento natural seria um reforço”, afirma a integrante da Associação para a Recuperação e Conservação Ambiental em Defesa da Serra da Calçada (Arca Amaserra) Simone Bottrel.

Enquanto isso...

…Gandarela na espera

Ambientalistas aguardam posição do Ministério do Meio Ambiente (MMA) sobre a criação do Parque Nacional Serra do Gandarela. Em janeiro, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) concluiu estudos sobre a unidade de conservação que abrange os municípios de Caeté, Santa Bárbara, Barão de Cocais, Raposos, Ouro Preto, Rio Acima, Itabirito e Nova Lima, e é considerada a última reserva ambiental na região do Quadrilátero Ferrífero de Minas Gerais. “Estamos muito preocupados com essa demora”, disse a integrante do Movimento pela Preservação da Serra do Gandarela, Maria Teresa Corujo que ressalta a forte pressão da mineração sobre a área.


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