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Estado de Minas NATAÇÃO, JUDÔ, KUNG FU...

Pais estimulam filhos a praticar esportes cada vez mais cedo

Atividades ajudam no desenvolvimento motor, socialização e disciplina. Especialistas aprovam atividades, mas sem excessos.


postado em 30/03/2013 00:12 / atualizado em 30/03/2013 09:39

(foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)
(foto: Jair Amaral/EM/D.A Press)

Da calçada, no encontro das ruas Fornaciari e Belmiro Braga, a poucos metros da Avenida Carlos Luz, em ponto nevrálgico do Bairro Caiçara, na Região Noroeste de Belo Horizonte, não é possível imaginar, portão adentro, o templo de paz, em casa de esquina, para a prática de ioga, tai-chi-chuan e kung fu.

Na BR-356, entre os bairros Sion e Belvedere, na Região Centro-Sul – curva de caos que vai além da hora do rush –, em shopping do lar, técnicas de respiração e braçadas para avançar nas raias. Não muito longe, em meio à rotina de tumulto dos dias de semana na Savassi, o sensei faz uso de diversão para ensinar disciplina. Três endereços de contrastes e atividades físicas. Neles, em comum, os mais serelepes caçulas da geração saúde.

Ao matricular cada vez mais cedo as crianças nas academias de práticas corporais, pais buscam proporcionar a elas dose extra de força e fôlego para a vida. Uma medida aprovada por especialistas, sobretudo em um momento em que muitas crianças brasileiras têm excesso de peso – o dado mais recente do IBGE indica que 33,5% dos meninos e meninas com idade entre 5 e 9 anos estão com sobrepeso. Mas há recomendações: é preciso organizar bem o tempo dos pimpolhos e buscar orientação profissional. “O excesso de atividades e a falta de acompanhamento são preocupações que não devem ser desprezadas”, ensina o professor de educação física José Roberto B. Moreira.

Família unida

Pai, mãe e filhos juntos pela saúde da família. Luiz Eric Gollop, de 40, fora da piscina, acompanha a mulher, Andrea, e os filhos Luiza, de 8, Pedro, de 4, e Letícia, de 2. Três vezes por semana, a família Gollop nada unida. Desde bebês, as duas mocinhas e o rapazinho praticam esportes. “É bom também para tirá-los um pouco de casa”, diz o financista, que mora e trabalha no Bairro Belvedere.

Na academia do Ponteio Lar Shopping, Alessandra Pimenta assiste à performance do filho Henrique Pimenta Muck, de 3. Durante 20 minutos, três vezes por semana, o pequeno nadador manda ver, com fôlego de dar gosto, pernas e braços na piscina da Rio Sport Center. Gabriel, de 6, irmão de Henrique, além do futebol, é atleta da água. Outra família unida pela saúde em uma manhã de treinos.

Alessandra diz ter cuidado para evitar a sobrecarga dos garotos e faz coro quanto aos benefícios das atividades. “Dormem bem, todos os dias, das 20h às 6h”, exemplifica. Revela que Gabriel, aos 2 anos, pareceu “um pouco gordinho” ao pediatra. O que motivou Alessandra a procurar ajuda. “A nutricionista disse que ele era forte, ‘socadinho’, não gordo”, sorri.

Já Camila Hermeto Valadares, de 30, moradora do São Bento, foi para a água com a filha Clara, ainda bebê, com 10 meses. Hoje, com 2 anos, Clara nada três vezes por semana e, espertíssima, dá trabalho para quem a acompanha. “Ela sempre teve muita energia. A natação fez com que ela dormisse melhor e ajudou na socialização”, conta. O próximo passo é o balé. “Para ajudar na postura”, explica Camila, grávida de oito semanas.

Os professores Renata Codo de Freitas, de 25, e Leonardo Vinícius Ribeiro, de 28, não têm trégua com os pupilos dentro d’água. Ao mesmo tempo, não escondem a satisfação com o trabalho. “O melhor é ver a evolução. E ver que as crianças começam a fazer uma das coisas mais importantes da vida, que é nadar, com a minha ajuda”, orgulha-se Renata. Para Leonardo, as crianças ensinam grandes lições. “A maior delas: a espontaneidade.”

Ao colo de Leonardo, Júlia Rocha Guerra Mendes, de 2, está pronta para saltar no abraço e nadar experiente. A mãe, Cristiane Rocha, conta que a mocinha nada desde bebê. O que explica a desenvoltura de Júlia. Salta, pula, abraça e vai de um lado para o outro, sob a guarda do professor. Há outro jovem atleta na família da empresária: Pedro, de 5, que, além de nadador, joga tênis. Júlia está também no balé. “A gente oferece. Depois, a escolha é deles”, sorri Cristiane.

Benefícios para o futuro

“É de fundamental importância o hábito da prática regular de atividade física pelas crianças, principalmente pelo fato de que o sedentarismo pode resultar em um prejuízo muito grande para a saúde. Organizar a agenda semanal das crianças de tal forma que elas tenham disponibilidade para poder brincar, participar de atividades recreativas, caminhar, correr, pular, andar de bicicleta, fazer algum curso de esportes (natação, futebol, judô, ginástica rítmica desportiva, balé etc.) é medida que deve ser adotada pelos pais. Mas muito cuidado: o excesso de atividades, a falta de acompanhamento e a orientação de profissionais não capacitados são preocupações que não devem ser desprezadas pelos responsáveis. Entre os principais benefícios das atividades físicas, destaco o controle do peso corporal, a redução do desenvolvimento de doenças crônicas futuras, o aprimoramento das habilidades motoras, a melhoria da flexibilidade, o aumento da força e da resistência dos músculos, a socialização e até mesmo a melhoria no desempenho escolar.” - José Roberto B. Moreira
professor de educação física


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