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Estado de Minas

Acusados pela morte de atriz devem ter a sentença anunciada na 1ª quinzena de abril

Pelo Código Penal, pena pode chegar a 30 anos de reclusão


postado em 25/03/2013 22:38 / atualizado em 25/03/2013 22:59

Cléber Eduardo da Silva, 22 anos, Luís Henrique da Silva Paulino, 20 anos, e Gleisson Martins Horácio, 28 anos foram presos no fim do ano passado(foto: Reprodução/TV ALterosa)
Cléber Eduardo da Silva, 22 anos, Luís Henrique da Silva Paulino, 20 anos, e Gleisson Martins Horácio, 28 anos foram presos no fim do ano passado (foto: Reprodução/TV ALterosa)


Pouco mais de cinco meses após a atriz Cecília Bizzoto, de 32 anos, ser assassinada durante uma tentativa de assalto dentro da casa onde morava com a família no Bairro Santa Lúcia, Região Centro-Sul de Belo Horizonte, três acusados de participação no crime enfrentam a Justiça. Cléber Eduardo da Silva, 22 anos, Luís Henrique da Silva Paulino, 20 anos, e Gleisson Martins Horácio, 28 anos, participaram nesta segunda-feira da primeira audiência de instrução do caso, presidida pelo juiz Luiz Fernando Nigro Corrêa, da 11ª vara Criminal. A expectativa é que o magistrado anuncie a sentença dos réus ainda na primeira semana de abril. A rapidez com que o caso é julgado surpreendeu a mãe de Cecília, Cláudia Bizzoto, que espera severidade da decisão judicial ao trio, que responde pelo crime de latrocínio - roubo seguido de morte.

“Essa noção de justiça é muita estranha. Eu perdi minha filha, minha família foi toda desestruturada, perdi minha casa, perdi tudo o que eu considerava como estrutura familiar. Não existe justiça que recomponha isso. Mas dentro do nosso Código Penal eu espero que a justiça seja feita da melhor maneira, considerando o máximo de pena que possa ser dada aos acusados”, desabafou a mãe da atriz. Cláudia disse que não ficou presente no tribunal para acompanhar o depoimento dos réus, porque não quer encará-los.

Durante a sessão, que durou cerca de seis horas, Gleisson e Luiz Henrique confessaram o crime. Já Cléber negou sua participação, embora na fase de inquérito policial ele tenha admitido que dava cobertura aos dois comparsas do lado de fora do imóvel. “Ele chegou a dar detalhes dos passos do meu filho dentro da casa. Ele sabia detalhes que só quem esteve lá dentro saberia. Pelo relato do meu filho, parece que ele (Cléber) era o organizador do assalto”, lembra Cláudia Bizzotto.

Ao todo, 16 testemunhas estavam arroladas no processo, mas apenas dez compareceram à audiência. Sete foram dispensadas. Foram ouvidos o irmão de Cecília, Marcelo Bizzotto Pinto, e a ex-namorada dele, Alexandra Silva Montes, que estavam com a atriz quando o trio os rendeu na porta da casa, e um dos investigadores que atuaram no caso. Em seguida, foram ouvidos os réus.

O magistrado abriu vistas ao Ministério Público e à defesa dos réus. Eles terão cinco dias cada para se manifestar até devolverem o processo para a sentença do juiz, que deve acontecer ainda na primeira quinzena de abril. “Essa audiência aconteceu até antes do que eu esperava. Não sei se foi pela repercussão do caso na imprensa. A gente esperava isso lá pra maio ou junho. Fomos pega de surpresa com a realização agora”, conta Cláudia Bizzoto. (Com informações de Thiago Lemos)

O crime

Atriz foi morta por um tiro disparado à queima-roupa quando tentava pedir socorro durante assalto na casa onde morava com a família(foto: Reprodução/Facebook)
Atriz foi morta por um tiro disparado à queima-roupa quando tentava pedir socorro durante assalto na casa onde morava com a família (foto: Reprodução/Facebook)
Cecília, o irmão e a então cunhada foram surpreendidos quando chegavam em casa, por volta da meia noite, de sete de outubro, dia das eleições municipais. A atriz era militante política e atuou na campanha de um dos candidados à prefeitura de Belo Horizonte. Segundo amigos e familiares, ela estava ansiosa pelo confronto nas urnas. Mas a ação truculenta pôs fim à vida de Ciça, como era tratada pelos mais íntimos.

Os três foram friamente ameaçados. Enquanto Cléber ficou do lado de fora da casa, dando cobertura, Luiz e Glaisson vasculharam o imóvel em busca de dinheiro e objetos de valor para roubar. Foi então que Glaisson percebeu que havia um cômodo anexo à casa. Era onde Ciça morava. Ele a obrigou a levá-lo até lá. Enquanto revirava o local, a atriz tentou acionar a polícia. Foi quando o criminoso atirou contra ela. O trio fugir sem levar nada. Marcelo, irmão da vítima, fez três ligações para o 190 e duas para o Samu. Quando o socorro chegou, a atriz já estava morta.

Duas semanas depois do crime a polícia conseguiu localizar e prender Luiz Henrique e Glaisson, que permanecem presos desde então no Presídio Antônio Dutra Ladeira, em Ribeirão das Neves, região metropolitana. Dias depoiis foi preso Cléber, que agora está no Presídio de Bicas II, também na Grande BH.
Insegurança


Abandono do lar

A família Bizzotto morou por 35 anos na mesma residência. “Eu nunca mais voltei para aquele imóvel. É uma casa que a gente construiu junto com os nossos filhos, onde recebíamos nossos amigos. Era um espaço muito querido. Mas não consegui voltar pra lá, porque virou o local da morte da minha filha”, conta, emocionada, a mãe de Cecília, Claúdia Bizzoto.

O novo endereço da família também fica na Região Centro-Sul da capital, mas agora é um apartamento em um prédio que conta com porteiro 24 horas, senha de acesso ao elevador e outras tecnologias. “Na casa eu me sentia segura sem ter segurança alguma. Vivia com portas e janelas abertas e contava com uma cachorra. Nem cerca elétrica eu queria colocar, mas a Cecília insistiu”, conta Cláudia.

Para a mãe da atriz, o trio que provocou a morte precoce da filha não planejava aquele salto. “Eles viram uma oportunidade quando passavam pela rua e viram meu filhos chegando. Talvez até estivessem observando meu vizinho, mas foi a oportunidade que facilitou a ação”, avalia. Cláudia afirma que essa onda de assaltos a residências que tem aterrorizado a população da capital, principalmente as famílias que residem na Zona Sul, é consequência do descaso com a segurança pública e carência de serviços efetivos, como iluminação pública e efetivo policial atuante.


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