
Desde a adolescência, a mãe de Silmara tinha insuficiência renal crônica e o transplante era a única esperança. “Ela queria muito fazer a operação, coitadinha. Não passou pela cabeça a chance de ela morrer”, afirma. A morte de Alice ocorreu devido a uma infecção generalizada contraída no hospital, onde dividia espaço com mais seis pacientes, segundo os parentes. “Ninguém nos cobrou nada. Mas as coisas eram muito precárias lá”, recorda-se.
O doador Adeleus, que o Ministério Público afirma ser outra vítima da máfia dos transplantes, teve os rins e córneas doados para pacientes da região. O fígado foi para uma receptora de Belo Horizonte. Seu processo, no entanto, não tem prazo para ser julgado, pois apurações se perderam. Não é o único problema no processo: de acordo com laudo da perícia do Sistema Único de Saúde (SUS), não há registros do exame de tomografia que teria acusado a morte cerebral do paciente. A equipe envolvida no caso era formada pelos acusados Cláudio Rogério Carneiro Fernandes, Celso Roberto Frasson Scafi e Gérsio Zincone – cuja pena prescreveu.

