Arquitetura para garantir melhor qualidade de vida, dar mais beleza às cidades e preservar o meio ambiente de forma sustentável. Esse desafio, aliado à busca de soluções criativas, será tema de um encontro na capital, em 6 e 7 de novembro, com a participação de especialistas brasileiros e estrangeiros. Já realizado em São Paulo e no Rio de Janeiro, enfocando questões atuais como mobilidade urbana, trânsito e ocupação de áreas degradadas, o seminário Arq.Futuro Belo Horizonte 2012 – A construção da paisagem vai enfocar também, em palestras e debates, áreas de mineração do estado. “Muitas cidades do mundo conseguiram transformar terrenos ociosos, depois de anos de exploração, em pontos de cultura. Curitiba, no Paraná, é uma delas, que recuperou uma pedreira, assim como a região de Pas de Calais, na França, cujas minas foram reconhecidas como patrimônio da humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco)”, diz o professor da Escola de Arquitetura da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Flávio Carsalade, que vai falar sobre a relação entre patrimônio histórico e mineração.
Dividido em dois temas centrais – Visões de paisagem e Novas geografias –, o seminário vai apresentar experiências na recuperação de áreas abandonadas e ocupação de espaços. “É preciso encontrar vocação para algumas dessas áreas, muitas delas remanescentes da mineração, com uma história de mais de 300 anos”, diz uma das organizadoras do encontro, a editora Marisa Moreira Salles, que atua na empreitada ao lado do sócio Tomas Alvim, ambos do grupo Bei+ Branded Content. O encontro é aberto a arquitetos, professores, estudantes, gestores públicos, empresários e outros profissionais.
Mineira radicada em São Paulo (SP), Marisa lembra que as cidades coloniais do estado nasceram com a extração do ouro e diamantes. “Em Minas, temos um exemplo importante de novo uso de uma área minerada, que é o Instituto Inhotim, em Brumadinho, na Região Metropolitana de BH. Trata-se de um município de mineração que hoje abriga um grande centro de arte contemporânea, que acabou por trazer transformações para toda a cidade”, afirma Marisa. Ela lembra que iniciativas como essa movimentam a economia, atraem turismo, fortalecem as artes e dão visibilidade internacional, além, claro, de revitalizar o meio ambiente. “Temos que destacar ainda que Minas Gerais não é só barroco: em Belo Horizonte fica o Complexo da Pampulha, saído da prancheta do arquiteto Oscar Niemeyer, e em Cataguases, na Zona da Mata, há um belíssimo conjunto de obras modernistas.”
A arquitetura, segundo a organizadora do evento, está presente no cotidiano das pessoas, embora nem todas se deem conta: “Isso ocorre desde o momento em que a gente abre os olhos. Moramos nas casas, passamos sobre os viadutos e trabalhamos em prédios, então, devemos compreender melhor esse universo”. Ao lado, Tomas acrescenta que a arquitetura deve ser um canal de diálogo entre todos os setores da sociedade para promover a arte. De forma emblemática, o local escolhido para sediar o seminário é a Escola Guignard, da Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg). Natural de Nova Friburgo (RJ), o pintor Alberto da Veiga Guignard (1896-1962), lembrado agora pelo cinquentenário de sua morte, morou muitos anos em Belo Horizonte e Ouro Preto, deixando extensa obra.
Especialistas
Arq. Futuro Belo Horizonte 2012 – A construção da paisagem terá a presença dos arquitetos e urbanistas Flávio Carsalade, Fabiana Borges Teixeira Santos, Roberto Luís de Melo Monte-Mor, Maria Elisa Costa, o uruguaio Rafael Viñoly, André Corrêa do Lago, Karen Stein, o italiano Marco Casamonti, Carlos Alberto Maciel, o japonês Shohei Shigematsu, Gustavo Penna, Fernando Moreira Salles, Franklin Feder e Helena Brennand Guerra.
Serviço
Informações detalhadas e inscrição no seminário estão no site www.arqfuturo.com.br.
A Escola Guignard fica na Rua Ascânio Burlamaque, 540 (entrada pela Rua Odilon Braga), no Bairro Mangabeiras,
Região Centro-Sul de BH.