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Estado de Minas

Serra do Cipó enfrenta o pior incêndio dos últimos 25 anos

Parque nacional perde um sexto de mata e cerrado


postado em 11/10/2012 06:00 / atualizado em 11/10/2012 07:22

Analista ambiental estima que mais de 5 mil hectares já foram destruídos na unidade de conservação(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Analista ambiental estima que mais de 5 mil hectares já foram destruídos na unidade de conservação (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)

O Parque Nacional Serra do Cipó está enfrentando o maior incêndio dos últimos 25 anos, na avaliação de seu coordenador de atividades de combate a incêndios, Paulo Sérgio Campos Avelar. Desde sexta-feira, pelo menos 5 mil hectares já foram atingidos. E o fogo deve se alastrar mais. Ontem, 60 brigadistas conseguiram controlar um foco de queimadas, mas outros quatro continuavam ardendo quando aequipe encerrou o expediente, no início da noite.

Os trabalhos recomeçam às 6h de hoje, segundo Avelar. ''A situação está mais amena, mas não dá para saber quando estará resolvida. Esperamos que amanhã (hoje) à tarde consigamos controlar ofogo completamente'', disse ontem à noite. Uma das dificuldades com que se depara a equipe é a localização dos focos restantes, situados em encostas da Serra da Bandeirinha, em pontos altos e dedifícil acesso. ''Quanto mais o terreno for acidentado, mais complicado é o combate'', explica Avelar, analista ambiental do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio), responsável pela administração do parque.

As atividades também são prejudicadas pelo calor intenso, baixa umidade do ar e vento forte. ''O capim está grosso e seco. Reunimos as piores condições parao combate a incêndios'', lamenta Avelar. O fogo atingiu zonas que desde 2003 não eram incendiadas, como o Valo do Ribeirão Mascates, área preferida dos turistas. Algumas quedas da Cachoeira da Farofa, uma das atrações mais procuradas, teve as matas ciliares queimadas.

Ainda não dá para ter ideia exata do prejuízo ambiental, mas já se sabe que as perdas são grandes. “O fogo acabou com a mata de inúmeras nascentes, queimou matas ciliares, espécies de plantas endêmicas e raras”, lista Avelar. De vez em quando, os brigadistas acham animais carbonizados. Entre os bichos mortos estão roedores, como pacas e capivaras;cobras, como jararacas, cascaveis e jiboias; e aves, como patos e garças. ''Não fizemos um levantamento das espécies atingidas, mas foram principalmente os pássaros. Essa é a época de procriaçãodeles'', constata o analista ambiental do ICMBio.

A administração do parque acredita que o incêndio tenha sido criminoso. Geralmente, as queimadas na Serra do Cipó são provocadas por criadores de gado, que incendeiam o capim velho. Dessa vez, porém, há indícios que a motivação tenha sido a simples vontade de causar estrago.

Hoje, a equipe de combate deve ser reforçada com um helicóptero da força-tarefa Previncêndio e mais de 20 militares do Corpo de Bombeiros. Ontem, alguns bombeiros estavam entre os cerca de 60 brigadistas. Metade desse contingente foi composto por funcionários do parque. Também havia gente enviada pelo Parque Estadual Serra do Intendente. O restante era formado por voluntários. Aos pontos de acesso mais difícil, os brigadistas eram transportados por um helicóptero dos bombeiros. Caminhonetes do ICMBio levavam combatentes para locais mais baixos.

 


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