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Estado de Minas

Ecogastronomia é difundida em BH


postado em 16/09/2012 06:00 / atualizado em 16/09/2012 07:05

Um apito anuncia que o prato no forno já está pronto. Enquanto isso, a chef e professora Scheilla Furman avisa aos presentes: “Vamos fazer receita de vó: pudim de pão. E nada de esconder que é feito com casca”. A aula de gastronomia é um pouco diferente, pois, na lista dos ingredientes das iguarias estão talos, brotos e outras partes dos alimentos que, muitas vezes, têm o lixo como único destino. Os alunos participaram da oficina de reaproveitamento, no seminário “Sustentabilidade e qualidade em gastronomia”, realizado ontem pela Faculdade Estácio de Sá, no câmpus Prado, Região Oeste de Belo Horizonte.

Ao longo do dia, cerca de 4 mil pessoas conferiram palestras, debates, oficinas e, claro, degustações. Rosilene Campolina, organizadora do seminário, conta que o objetivo é fomentar a consciência ecológica também à mesa, com a chamada ecogastronomia. Segundo ela, há duas formas de contribuir mesmo morando em um grande centro urbano: criando sua própria horta gourmet e privilegiando os pequenos produtores locais.

O participante da oficina Frederico Pecorelli de Oliveira, de 36 anos, contou que cria receitas a partir das partes não tão populares de frutas e verduras. “Faço suco da polpa da laranja e, com a casca, faço doce”, detalha. Para o educador, a cultura popular de desperdício precisa mudar: “Deve sair o mínimo de resíduo orgânico de cada casa. Sua composição é responsável pela liberação do gás metano, que, por sua vez, causa o agravamento do efeito estufa”, explica.

Marcelo Gabriel, de 27, não passou despercebido entre a turma da oficina. O mineiro, que trabalhou no DOM, restaurante de Alex Atala, um dos mais premiados chefs brasileiros, encheu a chef Scheilla de perguntas. “Não gosto de leite condensado, posso substitui-lo pelo quê?”, questionou diante dos olhos incrédulos dos outros participantes. Gabriel faz o próprio pão integral, com fermento natural, e cultiva uma horta em casa. “Já trabalhei em um restaurante macrobiótico e aprendi a aproveitar o alimento ao máximo. Toda parte contém determinada propriedade medicinal e de energia”, disse.
Ao final da aula, uma fila enorme se formou para provar o pudim, o creme de abóbora com casca e o nhoque de arroz com talo de couve. “É um sentimento muito bom quando você ouve: ‘Achei que não ia ficar bom, mas ficou ótimo!’”, brincou a chef Scheilla, sobre o pesar das pessoas em provar receitas de reaproveitamento de alimentos.


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