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Estado de Minas

Montes Claros recebe primeiras coleiras contra leishmaniose

A cidade foi escolhida para o estudo por causa do grande número de cães com leishmaniose e devido à gravidade da doença em humanos.


postado em 22/08/2012 09:25 / atualizado em 22/08/2012 09:46

Cerca de 120 mil cães, em 12 cidades de sete municípios brasileiros, deverão receber a coleira com a substância deltramina a 4%, que funciona como inseticida e repelente e protege os animais contra o mosquito Flebótomo, transmissor da leishmaniose visceral, também conhecida como calazar. O Ministério da Saúde realiza a distribuição gratuita das coleiras dentro do projeto piloto do Programa Federal de Controle da Leishmaniose Visceral, uma ação inédita no mundo. Nessa terça-feira, o trabalho foi iniciado em Montes Claros (Norte de Minas), a segunda cidade do país a ser beneficiada com o projeto. A primeira foi Teresina (PI).

As coleiras com a substância usada contra o mosquito transmissor do calazar serão usadas em 6.206 cães em 16 bairros da cidade. “O nosso objetivo é concluir o trabalho até novembro”, informa Marília Rocha, do técnica referência do Programa Municipal de Controle da Leishmaniose, do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) de Montes Claros.

Ontem, o trabalho, que envolve uma equipe de agentes de saúde, foi realizado nos bairros Vila Oliveira, Olga Benário e Itatiaia. Estes dois últimos estão localizados na região do Grande Maracanã, uma das áreas da cidade, onde foi verificada maior incidência de cães com a Leishmaniose. Os agentes de saúde estiveram na casa da doméstica Maria Rodrigues Ferreira, no bairro Itatiaia,onde foi posta a coleira com a deltramina a 4% no cachorro “Lopinho”, um vira-lata muito estimado pela família. Também foi feito teste rápido para a doença no animal, que deu negativo. “Achei muito bom esse projeto que a gente não tem dinheiro para pagar o tratamento dos bichos”, disse Maria Rodrigues.

Marília Rocha salientou que durante a implantação do projeto-piloto será de fundamental importância a colaboração das famílias, que devem receber bem os agentes de saúde. “Os moradores também devem contribuir, mantendo os seus quintais limpos, pois o lixo e a sujeira servem de “depósitos” para as larvas do mosquito transmissor do calazar”, disse.

Montes Claros foi escolhida para o estudo por causa do grande número de cães com leishmaniose e devido à gravidade da doença em humanos. Segundo dados do Centro de Controle de Zoonoses do município, de 2007 a 2011 foram confirmados 129 casos em humanos, com 10 mortes. Entre 44.228 exames preventivos em cães na cidade, realizados no período de 2009 a 2011, foram diagnosticados 2.472 casos positivos do calazar – em todos os casos de confirmação da doença, é recomendado o sacrifício dos animais. Ainda de acordo com o CCZ, a cidade possui uma população de cerca de 60 mil cães e a estimativa de que 5% deles estejam contaminados com a leishmaniose visceral.


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