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Estado de Minas

Fiéis celebram os 300 anos da Paróquia de Nossa Senhora do Pilar, em Ouro Preto

Imagem da protetora da cidade histórica foi coroada por mães


postado em 16/08/2012 07:31 / atualizado em 16/08/2012 08:24

Grupo de mulheres vestidas com túnicas brancas subiu ao altar e colocou a coroa e o manto na santa(foto: ALEXANDRE GUZANSHE/EM/DAPRESS)
Grupo de mulheres vestidas com túnicas brancas subiu ao altar e colocou a coroa e o manto na santa (foto: ALEXANDRE GUZANSHE/EM/DAPRESS)
Ouro Preto – Tocheiros seculares de prata sobre a mesa do altar, palmas vermelhas e crisântemos brancos aos pés da padroeira e a fé do povo ocupando todos os espaços do templo barroco. Moradores de Ouro Preto, na Região Central de Minas, a 95 quilômetros de Belo Horizonte, participaram, ontem, de manhã bem cedo até a noite, da festa de 300 anos da Paróquia de Nossa Senhora do Pilar. O ponto alto da celebração foi a procissão luminosa com a imagem peregrina daquela que é considerada “mãe, rainha e protetora” da cidade patrimônio cultural da humanidade. O cortejo saiu às 18h da Igreja de Nossa Senhora do Carmo, na Praça Tiradentes, e passou pelas ruas Direita, Paraná e Pilar até chegar à matriz, onde o bispo dom Geraldo Lyrio Rocha, com 45 anos de ordenação sacerdotal, declarou que enviou ao Vaticano pedido para que igreja do Pilar passe a ser basílica.

“Ouro Preto comemorou no ano passado 300 anos de elevação a Vila Rica e hoje festejamos três séculos de cidadania espiritual”, disse, com alegria, o titular da paróquia, padre Marcelo Moreira Santiago. “A fé está arraigada na vida da comunidade desde os tempos coloniais e o nosso sentimento hoje é de gratidão a todos os que construíram essa história”, afirmou o padre durante a celebração eucarística das 15h, que teve momentos emocionantes, como a coroação de Nossa Senhora do Pilar e consagração das famílias à padroeira.

Composta de 23 templos e considerada das mais ricas do país em patrimônio cultural, a Paróquia do Pilar foi elevada a essa condição em 1712, quando o bispado do Rio de Janeiro nomeou um pároco e autorizou a compra de vasos sagrados e paramentos para a realização dos sacramentos. Com a exposição inédita, ontem, da prataria no altar, o interior da igreja adquiriu um aspecto ainda mais espetacular, num contraste com o dourado dos anjos e dos retábulos e policromia das imagens.

Em procissão, a imagem de Nossa Senhora do Pilar passou pelos casarões antigos até chegar à matriz(foto: ALEXANDRE GUZANSHE/EM/DAPRESS)
Em procissão, a imagem de Nossa Senhora do Pilar passou pelos casarões antigos até chegar à matriz (foto: ALEXANDRE GUZANSHE/EM/DAPRESS)


No fim da missa, um grupo de mães, todas vestidas de túnicas brancas e carregando rosas na mesma cor, entrou na igreja para coroar a padroeira. “Já alcancei muitas graças por intercessão de Nossa Senhora do Pilar, que é tudo para nós”, disse a paroquiana Délcia do Carmo Soares, de 80 anos, ao lado da ministra da eucaristia Maria do Carmo Barros e Santos. “Trezentos anos... é muito chão, não? Mas isso mostra a devoção do nosso povo”, afirmou Délcia.

SINOS E MÚSICA


O dia festivo começou com repicar de sinos e muitas orações. À noite, com a presença de dom Geraldo, houve, no Pilar, apresentação da Missa da coroação, de Mozart, e peças do compositor Lobo de Mesquita pelas orquestras Jovem da Escola de Música Padre Simões e Sinfônica da Polícia Militar. Ao fim, papel picado foi jogado da sacada da igreja e a imagem recebida por jovens vestidas de anjo.

A professora de educação física Clara Maria Silva Reis disse que o tricentenário é parte importante da história de Ouro Preto. “E também para a nossa religiosidade, pois, sem Nossa Senhora, não podemos caminhar e seguir adiante.” Maria Sebastiana Pereira, de 79, pediu para a cidade a “graça da paz”. O sobrinho Gustavo Costa de Paula Alves, de 18, encontrou nas palavras “refúgio e proteção” as melhores para descrever seu amor por Nossa Senhora. Ao lado da neta Patrícia, de 5, a aposentada Maria da Conceição Magalhães, de 64, disse que fez questão de levar a menina à igreja “para que ela siga no caminho de Deus”.

CURIOSIDADES

Até a Independência do Brasil, o pároco da Matriz do Pilar era nomeado pelos reis de Portugal, já que a igreja era o templo oficial do Senado da Câmara. Depois, a nomeação passou a ser do papa

No Pilar, sempre prevaleceu a norma do vigário colado, o que
quer dizer fixo. Dessa forma, os padres responsáveis pela paróquia só saíam do cargo ao morrer. Hoje, o padre é nomeado pelo bispo de Mariana, sem o caráter de “colado”

Durante o século 20, a Matriz do Pilar teve dois párocos,
nomeados pelo papa: o padre João Castilho Barbosa, que ficou de 1906 a 1963, e o padre José Feliciano da Costa Simões, o padre Simões (1931-2009), que ficou de 1963 a 2009. De 1845 a 1906, o responsável foi o cônego José Joaquim de Sant’Anna, que foi senador do império e governador da província de Minas Gerais

A Igreja do Pilar é uma das mais ricas do país, mas, segundo
sua administração, é impossível quantificar o tanto de ouro presente nos altares, imaginária e demais elementos artísticos

Em alguns dias do inverno, a luz solar que entra pelo óculo
(vidraça na fachada entre as torres), ilumina diretamente o sacrário, que tem a mesma dimensão e formato dele


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