A onda das explosões tem levado cada vez mais, donos de postos de combustíveis, de supermercados, drogarias e padarias a solicitar aos bancos a retirada dos terminais de autoatedimento. A exemplo de proprietários de outros estabelecimentos que já foram alvos de criminosos, a dona da padaria atacada ontem em Santa Luzia também solicitou ao banco a encerramento do serviço. "Infelizmente a gente vai deixar de prestar um serviço a população, mas não podemos arriscar a vida de nossos funcionários e dos clientes", disse Patrícia Rezende.
O presidente da Associação de Farmácias e Drogarias (Asfad), Sebastião Eustáquio Alves, que representa 50 donos de lojas do setor na Grande BH, afirmou que a maioria dos associados que têm os equipamentos nas lojas objetiva desativá-los, o que é aconselhado pela a entidade. "Cerca de 90% dos donos de drogarias e farmácias não querem mais as máquinas e nem prestar serviço de posto bancário, como pagamentos de contas e boletos", disse Alves.
Carlos Guimarães, diretor do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados do Petróleo de Minas Gerais (Minaspetro), que conta com 1.800 associados, disse que tendência é o setor seguir o exemplo de supermercados e farmácias e começar a desativar os equipamentos. "Nós não orientamos a retirada dos equipamentos, mas também não aconselhamos a instalação. Para os donos que optaram em manter o serviço, aconselhamos que procurem os bancos e exijam as normas de segurança estabelecidas por lei", explicou Guimarães.
Os setores de segurança pública de Minas se reuniram para a criação de um comitê que irá atuar no combate e prevenção dos crimes de ataques a caixas eletrônicos e contra as quadrilhas especializadas na modalidade criminosa. Conforme a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds), trata-se de uma força-tarefa que terá a participação das polícias Civil e Militar, Exército, Ministério Público, Prefeitura de Belo Horizonte e a Secretaria de Estado da Fazenda, cujos ajustes estão em fase de finalização.
Desde o início da onda de ataques as máquinas, registrados a partir do segundo semestre de 2011, o Deoesp informou que ter identificado os principais envolvidos nesse tipo de crime e prendido este ano oito pessoas. Investigações estão em andamento.
Levantamento
A Secretaria de Estado de Defesa Social informou que de janeiro a maio de 2012 ocorreram 127 ataques a caixas eletrônicos em Minas, sendo 61 ocorrências consumadas de furto e roubo e 66 tentadas. No mesmo período de 2011, foram registrados 45 ataques consumados. Levantamento realizado pela reportagem aponta que este ano, até ontem, foram ao menos 171 ataques a caixas eletrônicos.