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Estado de Minas

Aeronáutica apura causas do desastre aéreo que matou oito pessoas em Juiz de Fora

Entre as vítimas estão estão o presidente da Vilma Alimentos. Piloto tentou pousar em condições adversas de visão


postado em 29/07/2012 07:11 / atualizado em 29/07/2012 07:36

Juiz de Fora – Erro humano, falha mecânica e falta de visibilidade são algumas das hipóteses levantadas para tentar explicar o acidente com o bimotor da empresa Vilma Alimentos que caiu ontem pela manhã em Juiz de Fora, matando oito pessoas. O que já se sabe é que o piloto da aeronave, Jair Barbosa, de 62 anos, uma das vítimas, estava ciente das condições desfavoráveis para pouso no Aeroporto Francisco Álvares de Assis, conhecido como aeroporto da Serrinha, na cidade da Zona da Mata mineira. A forte cerração na região desde as 6h30 havia impossibilitado voos no terminal, que estava com atividades restritas. "Provavelmente, ao decolar de BH ele sabia que o clima estava complicado em Juiz de Fora, pois é natural se informar sobre as condições do tempo no destino", disse o gerente do aeroporto, Cipriano Magno de Oliveira. Além do piloto e do copiloto, Rodrigo Henrique Dias da Silva, de 35, havia seis passageiros a bordo, entre eles o presidente da Vilma, Domingos Costa, o vice-presidente de Vendas e Marketing, Cézar Roberto de Pinho Tavares, três funcionários e o filho de Domingos, Gabriel Barreira Costa, de 14. Os corpos foram encontrados parcialmente carbonizados.

(foto: Marcelo Ribeiro/Tribuna de Minas )
(foto: Marcelo Ribeiro/Tribuna de Minas )

Cipriano explicou que o aeroporto operava abaixo do limite mínimo previsto para pouso por instrumentos, com teto de 100 pés (30 metros), quando o permitido é 600 pés (180 metros). A legislação aeronáutica não permite esse procedimento para voos regulares e comerciais, mas, no caso da aviação geral, como helicópteros, aeronaves particulares e táxi aéreo, a decisão é de cada comandante. De acordo com Cipriano, o piloto fez contato com a sala de rádio para comunicar sua aproximação às 7h45 e, apesar de os controladores de voo só iniciarem o plantão às 8h, um dos operadores respondeu, informando sobre as condições climáticas desfavoráveis e a baixa visibilidade.

“O teto é a altura que a nuvem está do chão. Ele estava voando a menos de 30 metros, porque senão estaria dentro das nuvens, sem ver nada mesmo. Informamos sobre a instabilidade, mas ele deve ter tentado pousar”, comentou um controlador de voo. O gerente acrescentou que, ao que tudo indica, o comandante já estava em procedimento de descida. “Para aterrissar, o piloto segue de cinco a seis posições. Ele estava na segunda quando perdemos a comunicação", declarou Cipriano.

DECOLAGEM A aeronave decolou do aeroporto da Pampulha às 7h07, quando o aeroporto da Serrinha ainda estava fechado. O bimotor modelo King Air B-200, prefixo PR-DOC, deveria pousar por volta das 8h10, mas a queda ocorreu entre as 7h45 e as 7h55. A aeronave atingiu o quiosque da Pousada Aconchego de Minas e a rede elétrica da Rua Doutor Décio Guanabarino, no Bairro Aeroporto, antes de arrastar árvores e cair na granja de uma propriedade privada. O bimotor explodiu a cerca de 200 metros da pista do aeroporto.
De acordo com o gerente do terminal, caso decidisse não pousar em Juiz de Fora, o piloto teria a opção de arremeter e aterrissar em Guainá, a 40 quilômetros. Conforme Cipriano de Oliveira, a aeronave também deveria ter combustível suficiente para retornar à capital. “O normal é que antes de decolar o abastecimento seja feito para a ida e a volta”, disse.

Técnicos do Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa) estiveram no local na tarde de ontem e recolheram destroços do avião e outros materiais, incluindo a caixa-preta. O coronel da Aeronáutica Paulo Sérgio Santos afirmou que serão levantadas todas as informações sobre as condições climáticas do momento do acidente, e que todo o material recolhido será analisado. Porém, ele afirmou não haver como adiantar nenhuma conclusão sobre o que de fato aconteceu. "O que sabemos é que as condições não estavam favoráveis, mas durante uma etapa final de pouso tudo pode acontecer”, afirmou, acrescentando que o comandante da aeronave foi descrito como um piloto experiente, que trabalhava para a empresa desde 2007.

Os executivos viajavam para uma conferência onde estariam cerca de 120 pessoas, na Federação das Indústrias do Estado de Minas Gereais (Fiemg) em Juiz de Fora. Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a aeronave, fabricada em 2009, estava com a manutenção e o certificado de aeronavegabilidade em dia. (Colaborou Thiago Lemos)


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