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Estado de Minas

BH levará 20 anos para erradicar analfabetismo


postado em 08/07/2012 08:05

Se o ritmo do investimento na educação de jovens e adultos for o mesmo da última década, Belo Horizonte levará 20 anos para erradicar o analfabetismo. A redução da população de iletrados na capital entre 2000 e 2010 foi de apenas 1,7 ponto percentual. Na capital, a maior parte dos analfabetos (9,4%) tem 60 anos ou mais, mas uma parte considerável de adultos entre 25 e 59 anos (2%) permanecem sem saber ler e escrever. Hoje, as 681 turmas de Educação de Jovens e Adultos (EJA) do município atendem 20 mil pessoas – entre eles 4 mil jovens de até 15 anos e quase 2 mil idosos – em 103 escolas da rede municipal de ensino.

A vice-diretora do Centro de Aperfeiçoamento dos Profissionais de Educação da Prefeitura de Belo Horizonte e responsável pelo EJA na capital, Eunice Margareth Coelho, afirma que uma das formas de combater o analfabetismo é ampliar os espaços educativos e buscar parcerias com igrejas, associações, sindicatos e equipamentos públicos. O sonho, diz, é que um dia o país não precise mais do programa de educação tardia.

“Abrimos turma todos os meses e recebemos matrícula em qualquer época do ano, vamos atrás dos analfabetos. Precisamos diversificar o programa de tal forma que todos os jovens e adultos que não tiveram acesso à educação sejam incluídos. Se universalizamos o ensino fundamental, podemos erradicar o analfabetismo”, diz a educadora. Para ela, o letramento é a condição primeira para a inclusão social. “Num mundo globalizado, não ter acesso a um código primário é estar impedido de ter vida social. O analfabetismo é uma variável socioeconômica que produz grande desvantagem no acesso a serviços e direitos.”

Júlia Silva, alfabetizadora do EJA há 12 anos, já ajudou muita gente a subir esse degrau na escala social e defende a ideia de que a alfabetização fortalece a cidadania. “Tive alunos que não tinham noção do seu contracheque, não entendiam os descontos, as horas extras. Chegavam de cabeça baixa. A partir do momento que adquirem a escrita e a leitura, eles passam a conversar olhando no olho, começam a opinar. Deixam de ser indivíduos para ser cidadãos”, compara a professora.


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