
O sistema que poderia prevenir tragédias, como as que ocorreram no início do ano em Conceição do Pará (Centro-Oeste), Congonhas (Campo das Vertentes) e Cipotânea (Zona da Mata), está à espera da mobilização das administrações municipais, que até agora não fizeram o cadastro ou não têm infraestrutura para isso.
O equipamento, comprado por R$ 10,5 milhões pela Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), foi instalado em Mateus Leme, na Grande BH, e entrou em funcionamento em 15 de janeiro. Mas é o Igam o responsável por transmitir os alertas às defesas civis municipais e outras entidades. Até sexta-feira passada, 123 municípios estavam fora do sistema. Entre segunda-feira e ontem, depois de reportagem do Estado de Minas no sábado, foi feita uma espécie de força-tarefa pelo instituto, que conseguiu cadastrar 45 municípios em apenas dois dias.
De acordo com Cleide Silva, o Igam emite dois boletins diários com a previsão do tempo, além de alertas a qualquer momento, aos municípios da área de abrangência do radar e devidamente cadastrados no órgão. Segundo ela, quando o sistema entrou em funcionamento, foi feito seminário para explicá-lo a todos os envolvidos, o que inclui representantes dos 324 municípios.
A estrutura necessária, em princípio, seria básica: internet para acessar os e-mails enviados pela central ou celular para recebimento de SMS (serviço de mensagem curta). E, superada essa barreira, seria adequado que cada local tivesse o seu próprio plano de emergência. "Sem a ação de emergência, a informação é inócua. Os municípios precisam de planos", critica. A diretora-geral do Igam destacou ainda que para vencer todos os problemas as cidades necessitam de obras estruturantes, como detenção de cheias, desobstrução de córregos e retiradas de famílias de áreas de risco.
O posicionamento do radar em Mateus Leme possibilita a melhoraria da segurança meteorológica na Grande BH, Região Metalúrgica e Campo das Vertentes, boa parte da Bacia do Rio Doce, Zona da Mata e Alto São Francisco. Já a cobertura no Noroeste, Norte, Sul do estado e Vale do Jequitinhonha, correspondente ao círculo externo com raio de 400 quilômetros, onde é possível identificar os sistemas causadores da chuva e sua trajetória, não identifica nem quantifica o tipo de precipitação.
