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Estado de Minas

Prefeituras ignoram radar que pode previnir os desastres da chuva

Um quarto dos 324 municípios mineiros que estão na área de abrangência do equipamento meteorológico ainda não se cadastraram para receber alertas e ficam mais sujeitos a tragédias


postado em 21/03/2012 06:00 / atualizado em 21/03/2012 06:41

Estrutura montada em Mateus Leme começou a funcionar em janeiro(foto: JAIR AMARAL/EM/D.A PRESS)
Estrutura montada em Mateus Leme começou a funcionar em janeiro (foto: JAIR AMARAL/EM/D.A PRESS)
Setenta e oito prefeituras de municípios localizados na área de abrangência do novo e pioneiro radar meteorológico de Minas Gerais dão as costas para o sistema responsável por monitorar o tempo e emitir alertas. Eles representam 24% das 324 cidades do raio de 200 quilômetros, no qual o equipamento é capaz de localizar com precisão a ocorrência de chuva, inclusive granizo, intensidade dos ventos e velocidade de deslocamento de tempestades. A informação é da diretora-geral do Instituto Mineiro de Gestão de Águas (Igam), Cleide Silva.

O sistema que poderia prevenir tragédias, como as que ocorreram no início do ano em Conceição do Pará (Centro-Oeste), Congonhas (Campo das Vertentes) e Cipotânea (Zona da Mata), está à espera da mobilização das administrações municipais, que até agora não fizeram o cadastro ou não têm infraestrutura para isso.

O equipamento, comprado por R$ 10,5 milhões pela Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), foi instalado em Mateus Leme, na Grande BH, e entrou em funcionamento em 15 de janeiro. Mas é o Igam o responsável por transmitir os alertas às defesas civis municipais e outras entidades. Até sexta-feira passada, 123 municípios estavam fora do sistema. Entre segunda-feira e ontem, depois de reportagem do Estado de Minas no sábado, foi feita uma espécie de força-tarefa pelo instituto, que conseguiu cadastrar 45 municípios em apenas dois dias.

De acordo com Cleide Silva, o Igam emite dois boletins diários com a previsão do tempo, além de alertas a qualquer momento, aos municípios da área de abrangência do radar e devidamente cadastrados no órgão. Segundo ela, quando o sistema entrou em funcionamento, foi feito seminário para explicá-lo a todos os envolvidos, o que inclui representantes dos 324 municípios.

A estrutura necessária, em princípio, seria básica: internet para acessar os e-mails enviados pela central ou celular para recebimento de SMS (serviço de mensagem curta). E, superada essa barreira, seria adequado que cada local tivesse o seu próprio plano de emergência. "Sem a ação de emergência, a informação é inócua. Os municípios precisam de planos", critica. A diretora-geral do Igam destacou ainda que para vencer todos os problemas as cidades necessitam de obras estruturantes, como detenção de cheias, desobstrução de córregos e retiradas de famílias de áreas de risco.

O posicionamento do radar em Mateus Leme possibilita a melhoraria da segurança meteorológica na Grande BH, Região Metalúrgica e Campo das Vertentes, boa parte da Bacia do Rio Doce, Zona da Mata e Alto São Francisco. Já a cobertura no Noroeste, Norte, Sul do estado e Vale do Jequitinhonha, correspondente ao círculo externo com raio de 400 quilômetros, onde é possível identificar os sistemas causadores da chuva e sua trajetória, não identifica nem quantifica o tipo de precipitação.


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