O começo da noite desta sexta-feira é de trânsito caótico no Centro de Belo Horizonte. Depois de anunciarem paralisação geral a partir de segunda-feira, os rodoviários iniciatam uma passeata pela Avenida Amazonas e, em seguida, se dirigiram para a Afonso Pena. Por volta das 18h30 eles caminhavam em direção à porta da prefeitura, ocupando duas das quatro faixas da via no sentido Centro-Mangabeiras.
De acordo com a BHTrans, a retenção no fluxo da Avenida Afonso Pena gerou reflexos em todas as principais ruas e avenidas do hipercentro da capital. A situação é mais crítica, segundo a BHTrans, na Avenida Amazonas no sentido Bairro-Centro, onde o tráfego está, praticamente, parado.
Por meio do Twitter, internautas reclamavam da situação. Havia relatos de lentidão na Região da Pampulha, principalmente na Avenida Antônio Carlos, sentido Centro-Bairro. Os motoristas também enfrentavam lentidão no Anel Rodoviário, sentido BH-Vitória, principalmente na altura do Viaduto São Francisco. Segundo a Polícia Militar Rodoviária (PMRv), as obras no local associadas ao intenso fluxo de veículos provocou o congestionamento.
Desde a tarde os motoristas enfrentavam trânsito caótico na capital. Tão logo terminou a reunião dos rodoviários, no Colégio Pio XII, no Bairro Gutierrez, Região Oeste da capital, cerca de 400 motoristas e cobradores saíram em passeata rumo à Praça Sete, no Centro. Foi formado ao longo da Avenida Amazonas o chamado “linguição” de ônibus, quando os coletivos se colocam em fila única. O trânsito em todas as vias que cortam a Amazonas sofreram reflexos, apresentando muita lentidão.
Na Região da Pampulha, um acidente na barragem da lagoa deixou os dois sentidos da Avenida Antônio Carlos com trânsito praticamente parado. Segundo a BHTrans, também houve grande retenção na Avenida Cristiano Machado, do Túnel da Lagoinha até a Rua Jacuí.
Greve
Os usuários do transporte coletivo em Belo Horizonte devem se preparar. O Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Belo Horizonte (STTRBH) garante que haverá paralisação, prevista para ter início às 17h de segunda-feira. Isso porque a legislação impõe prazo de 72h para início da greve. De acordo com o presidente da entidade, Ronaldo Batista, apenas uma escala mínima de 30% de ônibus será mantida.
Os rodoviários revindicam reajuste salarial de 49%, 30 folhas de tíquete-alimentação no valor de R$ 15, a instalação de banheiros femininos nos pontos finais, participação nos lucros e resultados (PLR) e uma jornada de trabalho de seis horas diárias. Os sindicatos das empresas de ônibus propõem reajustar em 13% o salário dos motoristas e trocadores - condicionado ao aumento de 20 minutos na jornada de trabalho diária - e de 9% para a manutenção e administração.
As empresas também oferecem um aumento de 6% no ticket-alimentação, R$ 150 na participação dos lucros (para quem ganha até R$ 1.000), e R$ 300 para quem recebe acima desse valor. Outra proposta aos motoristas e trocadores é o aumento de 6%, sem mudança na carga horária.