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Estado de Minas

Queijo mineiro é fonte de renda e distração


postado em 05/12/2011 07:00

Alheio a essa polêmica, Francisco Dias da Silva, de 92 anos, e a mulher, Maria Magna, de 64, complementam o sustento da casa com queijos artesanais que produzem na pequena chácara de 5 mil metros quadrados em Vespasiano, na Grande BH.

Ele só sabe que aprendeu com o pai, que aprendeu com o avô, e assim sucessivamente. “Sou do Serro e comecei a fazer queijo ainda menino. Por questões financeiras, saí de lá aos 42 anos e aqui criei meus dois filhos, hoje casados, que não quiseram nada com o queijo.”

Francisco é aposentado. Tem quatro vacas e o queijo é mais do que uma fonte alternativa de renda. “Somos eu e a mulher e se não fosse o queijo, iria fazer o que?” No filme de Helvécio Ratton, moradores da zona rural do Serro que deixaram de produzir o queijo – por causa das exigências sanitárias – e passaram a vender o leite a laticínios revelam certa melancolia.

Eles entregam o leite até as 10h e ficam até as 16h, quando recolhem novamente o gado, sem nada para fazer. É para não se entediar que Francisco se esforça para manter a vacas e continuar produzindo seus quatro queijos diários.

Clientela fiel

Nos tempos em que não havia meios mecânicos de refrigeração, consumia-se o queijo artesanal curado, um processo que demandava no mínimo 21 dias, ou o meia-cura (15 dias). Era um produto amarelo, protegido por uma casca grossa que se formava durante o tempo de maturação. Era mais resistente às longas viagens em lombo de mulas e o tempo de cura eliminava as bactérias nocivas. Hoje, consome-se muito o frescal, branco, mais suscetível a contaminações, daí as exigências sanitárias. O queijo de minas artesanal responde por 80% das 100 toneladas mensais comercializadas no Mercado Central de Belo Horizonte, de acordo com pesquisa feita a pedido da diretoria. “Perguntamos às pessoas por quais motivos elas visitam o mercado e o queijo aparece em terceiro lugar, depois de dos itens diversificação e tradição”, diz o presidente Macoud Patrocínio. ”E o mais procurado é o queijo branco”, confirma Itamar Gomes de Oliveira, da Loja do Itamar.


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